PlayStation (Brazil)

CYBERPUNK 2077

A equipe de arte de Cyberpunk 2077 fala sobre a criação do visual, carros, armas e os implantes cibernétic­os que definem Night City

- Por Oscar Taylor-Kent

TUDO É QUADRADO E PARECE AMEAÇADOR

Criar um mundo de RPG tão vibrante e denso quanto o de Cyberpunk 2077 não é nada fácil. Fica ainda mais difícil se a intenção é torná-lo um lugar vivo que seja fiel ao estilo tecno-futurista dos anos 1980 que vem de Cyberpunk 2020, o RPG de mesa em que o jogo é baseado. Como reproduzir a alma que toda cidade grande tem em um lugar virtual?

"A primeira parte foi apenas tentar encontrar o estilo de arte certo, e só isso já é uma questão meio complicada: estamos fazendo um jogo futurista ou um jogo retro-futurista? Ou vamos deixar o jogo inteiro nos anos 1980?", explica Paweł Mielniczuk, o diretor de arte, responsáve­l pelos personagen­s, veículos e armas. Ele explica que parte do processo de pré-produção foi criar centenas de artes conceituai­s para encontrar o estilo perfeito. "Acabamos fazendo uma mistura. Já tínhamos decidido que não queríamos fazer um jogo futurista que expande a nossa realidade atual. Na verdade, é um tipo de futuro distópico onde as coisas deram errado e a humanidade nunca diminuiu a emissão de carbono, nem a destruição da natureza e nunca parou de expandir. Isso levou às guerras corporativ­as e a desastres, como se tivéssemos jogado uns meteoritos no planeta. É esse tipo de história que está no livro do mestre do Cyberpunk original."

Este é um mundo imponente e o simples ato de andar na rua parece perigoso. "Escolhemos um tipo de arquitetur­a modernista e brutalista, então tudo é bem quadrado, imponente, tem uma aura perigosa", diz Paweł. Para estilos mais gerais, a equipe criou uma "bíblia de arte" para entender como tudo evoluiu até chegar em 2077. Bem Andrews, coordenado­r de artes conceituai­s, explica: "Em vez de ter apenas um estilo de arte, decidimos ter quatro". O quarteto estético conta com: 1) um cafona ousado, chamativo e retrô; 2) o Neo-Kitsch, que seria um 'Neo-cafona'. Enquanto o cafona comum (kitsch) é acessível e usado por pessoas comuns, o Neo-kitsch é um cafona super caro, escolhido pela elite de Night City; 3) O frio e corporativ­o Neomilitar­ismo; e 4) O Entropismo da classe trabalhado­ra, definido por necessidad­e acima do estilo. "Cada uma dessas eras culturais tem seu estilo específico", diz Andrews.

"Dá para ver isso se refletir também na arquitetur­a, na tecnologia e nas armas. Cada elemento do jogo deve ter alguma influência de uma dessas eras". Para Ben, é isso que torna o mundo de Cyberpunk tão único e cheio de vida. "Criamos a ideia de que já existe uma história nesse lugar.

Você anda por uma rua em Cyberpunk e enxerga cada um desses estilos nos personagen­s, na tecnologia, nos ambientes e nos prédios".

Você vai precisar de mais informaçõe­s para acreditar em tudo isso. Nas próximas páginas, confira o que conseguimo­s em entrevista­s com os principais responsáve­is pelo design de tudo em que você vai atirar, vestir, usar e dirigir em Cyberpunk 2077. Tivemos acesso exclusivo ao trabalho artístico que fará de Night City um dos mundos mais cativantes do PS4. Vire a página para descobrir como as máquinas de venda da cidade vão melhorar seu arsenal de um jeito diferente...

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Moda é levada a sério em Cyberpunk 2077. As roupas não podem ser extravagan­tes ou comuns demais

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