PlayStation (Brazil)

SPELUNKY 2 Um pioneiro indie ganha a sequência que merece

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Frangos queimados na lava! Salamandra­s que se teleportam! Cães de pedra que cospem fogo! Aquele malditos morcegos! Maior nem sempre significa melhor quando se trata de sequências, mas essa ideia combina muito bem com o roguelike influente de Derek Yu. Não havia muita coisa errada com o original, por isso o criador resolveu não mudar muito e se concentrou em refinar cuidadosam­ente uma mistura ideias novas e antigas. Seus sistemas se combinam de inúmeras maneiras para criar um caos que torna essa sequência irresistív­el

– e ainda mais enfurecedo­ra.

Ao olhar o básico, Spelunky 2 ainda é apenas Spelunky. Seu objetivo é descer cada vez mais por vários andares de cavernas, florestas e templos gerados de forma procedural. Você ainda usa bombas para escavar novas rotas, revelar passagens secretas e explodir inimigos. Ainda usa cordas para descer com cuidado ou subir de volta ao chegar em um beco sem saída. E ainda ganha um coração extra ao levar a princesa até a saída – só que agora são gatos, hamsters e afins que dão uma lambida de agradecime­nto entre as fases. Mesmo assim, até quem jogou o primeiro por centenas de horas vai ter que tomar cuidado com as novidades.

VONTADE DE SOFRER

Já na primeira fase você encontra umas toupeiras agressivas e lagartos roladores. O fantasma que apressa quem demora demais no percurso (e transforma qualquer joia em diamante) pode aparecer mais cedo para aqueles que quiserem ganhar um bom dinheiro.

Fizeram pequenos ajustes nos controles, na movimentaç­ão e ritmo dos inimigos, devidament­e calculados para resistir à memória muscular dos veteranos. Em outras palavras, o que era velho parece novo: quem já jogou muito Spelunky ainda vai se surpreende­r tanto quanto quem estiver chegando agora. Depois das primeiras cavernas, dá para escolher caminhos distintos. Volcana, o novo bioma, é bem mais fácil que a nova versão da floresta. O mesmo vale para o outro belo bioma inédito, que, apesar dos siris samurais com garras longas, ainda é muito mais fácil que os templos cheios de armadilhas. De qualquer jeito, às vezes Spelunky 2 é difícil de um jeito brutal. Quatro toupeiras e dois lagartos ao mesmo tempo na primeira tela? Ou uma explosão fora da tela que manda um pedacinho de escombro para dentro de uma loja e faz o dono sair matando geral? Sério mesmo!?

Mesmo assim, geralmente você é obrigado a admitir que a culpa é sua – ser confiante demais, ser apressado ou não prestar atenção costumam ser as causas reais da sua morte. O preço da natureza aleatória de Spelunky 2 não chega perto da capacidade do jogo de continuar surpreende­ndo.

As histórias que você contará aos amigos sobre esse jogo vão envolver mortes estúpidas ou bizarras tanto quanto escapadas de tirar o fôlego, e você vai se lembrar das melhores e das piores partes por meses. Essa nova versão é um triunfo.

Uma sequência digna para um pioneiro indie, com surpresas infinitas e sistemas muito refinados. Esse não é para quem se frustra fácil, mas é essencial para todos os outros tipos de jogadores.

PS4 / PLATAFORMA / HELLO GAMES / PORTUGUÊS (TEXTO) / MÍDIA DIGITAL

Depois de criar um universo completo em No Man's Sky, deve ter rolado uma sensação boa na Hello Games por poder fazer algo mais intimista e tranquilo, que pode ser apreciado em apenas uma noite. Aqui você joga como Ember, uma espécie de versão chibi do protagonis­ta de Journey, que se perdeu em um mundo misterioso no qual seus amigos ou se foram ou se tornaram pedra.

Felizmente, há esperança para esse segundo grupo, pois interagir com as estátuas o leva a salas com enigmas que curam seus amigos, que vão esperar por você na área da fogueira. Ajudar vários abre a próxima parte, mas é preciso resgatar só alguns amigos petrificad­os para prosseguir. Eles não são os únicos habitantes do mundo – existem outros personagen­s, como um rei pássaro bastante intimidado­r e um porco grande com um apetite ainda maior.

Os quebra-cabeças costumam ser aquela coisa básica de empurrar blocos e puxar alavancas, mas existe também um ou outro mais complicado. Os enigmas estão espalhados pelo mundo, onde é preciso achar uma chave para abrir um portão ou descobrir uma nova rota para outro amigo.

Eventualme­nte você encontra um instrument­o mágico que permite mover mais objetos, como uma plataforma sinuosa que permite passagem ou blocos que têm o triplo do seu tamanho. Esse é um pequeno mundo mágico inspirado por historinha­s para dormir, incluindo uma bonita narração. Também dá para jogar em um modo de exploração que remove todos os quebra-cabeças e deixa você apenas passear para onde quiser, se preferir algo apenas relaxante.

Com uma boa narração e clima de conto de fadas, esta é uma aventura simples e relaxante.

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Esta é uma sequência que oferece ainda mais de tudo aquilo que você ama odiar
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 ??  ?? FICHA
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