YAKUZA - LIKE A DRAGON
Pode curtir sua aposentadoria, Kiryu: Ichiban Kasuga assume agora
Após sete jogos em 13 anos, o protagonista Kazuma Kiryu finalmente se aposentou. Estrelado por um personagem inédito, este oitavo jogo principal (chamado de Yakuza 7 no Japão) renova a série, e aprova disso é que nem sentimos tanta falta de Kiryu quanto achávamos.
Em menos de uma hora de jogo já estávamos apaixonados pelo novo herói, Ichiban Kasuga. Ele é muito diferente do protagonista anterior, bem menos sério e um superfã do RPG Dragon Quest. Ichiban tem um coração de ouro e sempre prioriza a proteção de sua comunidade em vez de focar em ganhar dinheiro para a família Arakawa.
Porém, Ichiban não seria um protagonista de Yakuza sem passar uma temporada atrás das grades. As coisas complicam para o senhor Arakawa, uma figura paterna para Ichiban, e ele pede para que o jovem seja preso por um crime que não cometeu. Ele cumpre pena de 2001 a 2019, perído em que uma família rival da Yakuza ganha o controle do seu distrito em Kamurocho.
Após sair da cadeia, Kasuga quase é assassinado pelo próprio Arakawa (poisé!) eéjog adono distrito de Isezaki Ijincho em Yokohama, onde é deixado para morrer. Like A Dragon é quase um estudo de personagem. O carismático Ichiban quer fazer amigos e cria um grupo de aliados improváveis conforme a história progride (e isso leva a momentos tocantes conforme você melhora a relação com eles por meio de Drink Links - basicamente os Social Links de Persona, só que regados a álcool). O combate também mudou: a ação clássica foi embora e, combinando com o amor do herói por RPG, toda luta acontece em turnos.
UM DE CADA VEZ
Os inimigos que você encontra na rua iniciam o combate e a visão de Kasuga muda para uma versão engraçada onde todos os oponentes são meio monstros (e, sim, tem algo parecido com a Pokédex para você catalogar todos). Essa transição da série de tempo real para turnos não é perfeita (obviamente não tem a qualidade de um Persona), mas é muito melhor do que imaginávamos.
Tudo tem um toque mágico em um mundo moderno e comum. Seu amigo mendigo e enfermeiro Nanba pode jogar feijões para pombos que atacam os inimigos, e basta beber saquê para recuperar MP ao custo de ficar de porre. Visitar o centro de oportunidade de empregos permite escolher as classes do grupo (literalmente um sistema de jobs em que dá para virar músico ou uma dominatrix, por exemplo) para aprender novas habilidades, e algumas delas podem ser usadas com qualquer job depois de aprendidas.
O combate em si é bastante direto. Os personagens se movem pelo cenário de forma mais realista e, se você atacar próximo de objetos como bicicletas ou cones de sinalização, Ichiban usa como armas. Apertar ao levar um golpe diminui um pouco do dano e algumas habilidades ficam mais fortes se você massacrar ou apertar na hora certa. Mas esse ainda é um RPG e você precisa elevar seu nível para não sofrer em algumas partes, o que pode ser chato para quem quer só curtir a história sem entrar muito em sidequests (também existem alguns bloqueios de dinheiro, mas há jeitos rápidos de conseguir grana).
Mas não tem por que você não fazer as quests e dungeons opcionais para melhorar sua equipe. As histórias são engraçadas como sempre. Entre ajudar um homem pelado a encontrar suas roupas a fazer o Sr. Masoquista sentir dor novamente, você vai ver de tudo. As recompensas ajudam a criar itens, armas e até mesmo evocações.
Like A Dragon consegue sair da sombra de seus predecessores e, mesmo que nas partes finais ele acabe se juntando mais a história da série Yakuza, preferimos os aspectos mais contidos e humildes dos dois terços anteriores. A versão para PlayStation 5 está agendada para chegar em março de 2021.
VEREDITO
Mesmo ousando com o combate divertido baseado em turnos, o jogo ainda transita com facilidade pela linha entre a comédia e o drama. Queremos mais Ichiban, por favor.