RESIDENT EVIL VILLAGE POR PABLO RAPHAEL
COM MENOS SUSTOS E MUITO MAIS AÇÃO, A MISSÃO DE ETHAN WINTERS CONDUZ O JOGADOR POR CENÁRIOS REPLETOS DE MONSTROS E POR COMBATES ALUCINANTES
Village é sequência direta de Resident Evil 7 e acontece três anos depois dos eventos na propriedade dos Bakers, na Louisiana. A família Winters agora vive em algum interiorano da Europa e tudo parece bem, até o momento em que não está mais. Sem entrar em detalhes, o casal agora tem uma filha, a pequena Rosemary, e tenta esquecer os eventos traumáticos do passado. O jogador tem um vislumbre dessa vida pacata, mas a tranquilidade não dura muito: quando Chris Redfield e a BSAA atacam a casa dos Winters, Ethan vai até um vilarejo infernal para salvar sua família e obter respostas.
É difícil jogar Village sem pensar em Resident Evil 4: a ambientação de interior europeu, os camponeses monstruosos e personagens bizarros que cruzam o caminho de Ethan e até o ritmo mais aventuresco do jogo, que traz muito mais ação do que o game anterior, tudo remete ao clássico que reinventou a franquia em 2005, porém com a jogabilidade refinada e fluida que a RE Engine permite em 2021. Conforme o jogo avança, logo se percebe a influência de outros títulos importantes. É difícil não pensar na delegacia de Resident Evil 2 ao atravessar várias vezes o castelo Dimitrescu para resolver um puzzle em seu salão principal e os inimigos que parecem indestrutíveis (sim, no plural) que perseguem o protagonista são referências diretas aos monstruosos
Mister X e Nêmesis dos jogos passados.
As mecânicas de jogo seguem padrões típicos da franquia, com quebra-cabeças às vezes lúdicos demais, que devem ser resolvidos para avançar em meio a momentos de tensão. Há também um sistema de inventário que exige organização constante de itens, a exploração que envolve liberar rotas para explorar, indo e vindo em busca de itens conforme Ethan descola novas ferramentas, encontrar (e comprar) melhorias para suas armas, e até mesmo um vendedor excêntrico que aparece nos lugares mais improváveis.
Mais do que nostalgia
Não pense que Village é apenas uma colcha de retalhos de referências aos Resident Evil antigos. O jogo traz muita coisa nova, tanto na ambientação quanto nos seus personagens e vai mais além do que a Capcom nos levou a acreditar durante sua longa campanha de marketing e demonstrações por tempo limitado: a vila e o castelo são apenas parte da aventura. Licanos, lobisomens e vampiros não são os únicos inimigos sedentos pelo sangue do protagonista. A cada nova área desbloqueada, Village parece abordar um novo tema aterrorizante, indo de vampiros góticos à assombrações, bonecas assassinas e aberrações mecânicas dignas da franquia
O Exterminador do Futuro. O incrível é que, em vez fazer uma lambança completa e fugir de vez do que se imagina ser um Resident
Evil, o jogo consegue costurar tudo de forma que cada nova criatura, região e chefe funcione como uma peça no quebra-cabeças que liga a saga dos Winters com a mitologia e o passado da franquia.
Acima de tudo, o jogo traz alguns dos personagens mais memoráveis da série e nem me refiro a Lady Dimitrescu, a vampira gigante que se tornou símbolo de Village antes do lançamento do jogo. Sim, Alcina Dimitrescu é um mulherão assustador, e suas três filhas famintas não ficam atrás, mas os outros chefes são ainda mais bizarros e carismáticos, em especial o deformado e triste Moreau e o insano Heisenberg, um vilão inesquecível, daqueles que o jogador termina a aventura com vontade de ter visto mais.
Cada um dos chefões tem poderes e personalidades próprias e as áreas em que se encontram refletem a natureza das criaturas,
tanto na ambientação quanto nos puzzles. Esses chefes e suas criações pedem abordagens diferentes, o que ajuda a garantir uma maior diversidade de situações para o jogador.
Outro personagem fantástico é o comerciante Duque. Um sujeito enorme e bonachão, ele parece saber mais sobre o que está rolando na vila do que qualquer um. Sua função principal é comprar tesouros e vender suprimentos e melhorias, como uma versão mais encorpada do vendedor de Resident Evil 4. A diferença é que Duque também gosta de cozinhar: o jogador pode caçar animais, aves e peixes, procurar por animais raros, e levar tudo para ele preparar pratos típicos da exótica gastronomia local. Esses pratos rendem melhorias permanentes nos atributos de Ethan.
Em ação!
Ethan aprendeu alguma coisa sobre armas de fogo desde o incidente na Louisiana e sabe se defender muito bem, mas isso não faz dele um guerreiro invencível. Do começo ao fim, o personagem sofre, se machuca e passa por perrengues que seriam inimagináveis para protagonistas mais treinados da série, como Chris Redfield e Leon S. Kennedy. Mas conforme o jogo avança e Ethan adquire armamentos melhores, a sensação de poder é inegável: é muito bom poder dar o troco nos Licanos e outras criaturas bizarras que saltam das árvores, brotam do chão ou caem da forca para atacar o protagonista a cada passo nos arredores do vilarejo.
O arsenal básico inclui pistolas, espingarda, bombas improvisadas, minas terrestres e, após um tempo, rifle de precisão, Magnum e até um lança-granadas. No PS5, os gatilhos do controle são programados para reagir de acordo com cada arma, simulando até o estado do equipamento: sua pistola inicial é meio travada e o jogador sente isso ao pressionar o gatilho no controle. Equipe um fuzil automático e a sensação é totalmente diferente.
O enfrentamento direto às vezes é a única opção, o que resulta em batalhas de vida e morte bastante empolgantes, com inimigos vindo de todos os lados e pontuadas por muito sangue, mordidas, rolamentos pelo chão e explosões aqui e ali. Falem o que quiserem da câmera em primeira pessoa, mas ela oferece uma imersão impossível de alcançar nos jogos mais antigos, seja na exploração de corredores escuros ou no calor do combate. Partir para a luta nem sempre é a melhor solução: por mais abundante que seja, a munição não é infinita e certas áreas são verdadeiras "sugadoras de balas". É preciso bolar meios alternativos para derrotar os oponentes e lembrar dos explosivos no inventário, usar elementos do cenário ou simplesmente sair correndo.
Se há algo que esse poder de fogo e sensação de que Ethan não é mais tão vulnerável trazem de ruim, é que Resident Evil Village não mete tanto medo quanto o jogo anterior. Tensão, sim, bastante. Medo, do tipo que faz o jogador gritar com um susto bem aplicado? Nem tanto. Pode acontecer e há ao menos uma cena aterrorizante, que cria um clima e, no final, subverte expectativas, apresentando algo muito pior do que o jogador estava esperando. É uma pena que a campanha não traga mais momentos assim.
Por outro lado, há um elemento novo que ajuda e muito a imergir o jogador na aventura: a dublagem brasileira. Village é o primeiro jogo da série no nosso idioma e a Capcom entregou um trabalho primoroso, que talvez seja a melhor dublagem de um jogo para o português, com atuação excelente de todos os atores e atrizes, que nunca saem do contexto e capricham para passar as emoções que os personagens estão vivenciando em cada momento.
Há um bom equilíbrio entre os momentos de ação e a resolução de quebra-cabeças, outra marca registrada da série. Alguns deles exigem a busca por peças ocultas atrás de outros puzzles na mesma área, enquanto outros podem ser resolvidos rapidamente, mas exigem muita atenção e um pouco de criatividade. Assim como as áreas em que estão inseridos, esses quebra-cabeças são diversificados e nunca ficam repetitivos. Quando sua resolução acontece junto com as sequências de ação, como a busca pelas peças para reativar o controle de um imenso reservatório, enquanto Ethan é acossado por um monstro aquático gigante; ou ao tentar ligar um gerador que vai, entre outras coisas, acionar vários inimigos semi-mecanizados – é aí que o jogo brilha de verdade, unindo todos os seus elementos para oferecer uma experiência memorável ao jogador.
Incentivos para jogar de novo
Não faltam motivos para jogar Village novamente após terminar a aventura. O jogo traz um New Game+ em que Ethan recomeça a campanha com todos os seus armamentos e melhorias (sem os itens essenciais para progredir). Mais importante, são introduzidos Desafios que rendem Pontos de Conclusão, usados para habilitar armas, trapaças e outros itens, como artes conceituais e modelos dos personagens. Ao terminar a campanha pela primeira vez, o jogador descobre quais desses Desafios ele já cumpriu e ganha os pontos correspondentes, mas a partir da segunda vez, pode acompanhar o progresso nos desafios restantes. Uma ótima ferramenta e um estímulo para os jogadores colecionistas.
Também há o modo Os Mercenários, que retorna à franquia após ficar de fora em Resident Evil 7. Essa modalidade funciona como uma versão arcade: sozinho ou na companhia de amigos em multiplayer online, o jogador precisa eliminar os inimigos em áreas do mapa original, acumulando pontos e usando itens especiais para ativar habilidades e estender o tempo para a conclusão de cada fase.
DETONADO NO VILAREJO
#1. Depois da história de ninar sinistra, leve Rose para o berço. Você pode interagir com objetos no caminho para saber mais sobre a vida de Ethan e Mia nos três anos após os acontecimentos do jogo anterior. Volte e fale com a Mia.
#2. Quando retomar o controle, examine os objetos e siga pela estrada até a placa "Não Entre". Se abaixe para passar pela cerca de arame farpado e siga a trilha de pássaros mortos.
#3. Dentro da cabana, vá para os fundos e desça no porão. Examine o guarda-roupa e depois volte ao andar de cima. Abaixe-se para passar pelo armário e saia pelo buraco na parede. Desça pela trilha até o vilarejo.
#4. As cabanas têm fechaduras e um poço com os quais você pode interagir, mas Ethan ainda não tem as ferramentas e peças necessárias. Vá ao portão, que está trancado. Desça a rua, vire à direita e depois
à esquerda até achar a casa com uma lamparina acesa. Entre e pegue a faca. Abra a cortina nos fundos para conhecer um morador e pegar uma pistola.
#5. Após matar a criatura, entre na cabana atrás de Ethan e pegue o fluido químico e a erva nos armários para aprender a usar o sistema de criação de itens, criando um remédio de primeiros-socorros no seu inventário (½ e ±).
#6. Volte à cabana onde foi atacado e pegue o Alicate no armário. Você vai usá-lo para arrombar o cadeado do portão que está bloqueando seu caminho para o interior da vila.
#7. Entre na casa adiante e explore rapidamente para coletar munição e itens. Empurre o armário para bloquear a porta. Uma das criaturas vai invadir a cabana; mire na cabeça. Ouça a mensagem no rádio.
#8. Dê a volta na casa, suba pela escada e entre na cabana para pegar a espingarda na mesa. Corra para os fundos e sobreviva ao ataque de um bando de criaturas. Use suas armas de fogo e a faca, corte sacos de farinha para atrapalhar os inimigos e tente matar o máximo que conseguir.
#9. Fale com a anciã para saber sobre a Mãe Miranda e o paradeiro de Rose. Avance com cautela, explorando as cabanas em busca de munição, itens e informações. Agora você sabe que as criaturas que atacam Etham são os Licanos, uma espécie de lobisomem local.
FRAGMENTO 01 O primeiro fragmento de cristal está no escudo da estátua na praça.
#10. No alto do cemitério, ache o portão externo do castelo, mas é preciso dois objetos para abrir a passagem. Entre na casa azul, do lado esquerdo do portão, para encontrar o primeiro deles, o Brasão da Donzela, sobre um altar.
CABRA 01 A primeira estatueta de cabra está no altar no pátio perto do portão do castelo.