WEIRD WEST
Caubóis e pistoleiros encontram lobisomens e sereias
Lançado pela Devolver Digital, Weird West é um daqueles jogos que vão passar abaixo do radar de muita gente, mas que tem todo potencial para se tornar um sucesso cult. Prepare-se para se aventurar por uma releitura sinistra do Velho Oeste, em que caubóis e pistoleiros dividem a fronteira selvagem com sereias devoradoras de homens, zumbis, lobisomens e outros horrores além da compreensão humana.
A trama é contada através de uma antologia dividida em cinco capítulos, cada um acompanhando a história de um dos protagonistas: uma caçadora de recompensas aposentada, um homem transformado em um porco, um guardião tribal, um lobisomem e um cultista zelota. Suas narrativas são conectadas não só pela história por trás dele, mas também por ações do jogador, que causam impacto duradouro no jogo. Esses cinco personagens tão distintos compartilham a mesma alma, uma entidade chamada de "O Passageiro" – que é, no fim das contas, você, o jogador.
O que Weird West faz de melhor é mergulhar o jogador em suas esquisitices e no lado sobrenatural da narrativa sem dar avisos: a aventura começa como uma trama de vingança, com a caçadora de recompensas partindo em busca dos bandidos que mataram sua família, porém, em pouco tempo as coisas entram em uma espiral de loucura que envolve vampiros, fantasmas, crianças assustadoras e pragas que assolam as pradarias do Velho Oeste. Para lidar com essas ameaças, o jogador conta com um arsenal relativamente limitado de armas, entre revólveres, rifles, escopetas, facas, dinamites, além de furtividade e, em alguns casos, poderes sobrenaturais. É possível adquirir habilidades especiais que ajudam bastante na hora de invadir um acampamento cheio de bandidos, como plantar armadilhas explosivas ou usar seu couro endurecido para ricochetear balas.
Embora as missões principais de Weird West sejam indicadas claramente no mapa do Velho Oeste, é possível levar o personagem em qualquer direção e assim passar por encontros aleatórios com comerciantes, bandos de coiotes famintos, ou, muito pior, dar de cara com um vilarejo assombrado ou uma caravana semi-devorada por zumbis, entre diversas outras possibilidades. Há muitas missões secundárias e vários lugares para explorar. O legal é que esse mapa é persistente entre as diferentes histórias e o que o jogador faz em uma delas impacta nas outras. Se decidir entrar em um vilarejo e matar todas as pessoas lá dentro, o lugar vai se transformar em uma Cidade Fantasma durante o resto do jogo. Literalmente, almas podem aparecer para assombrar o lugar e algum parente distante pode vir atrás do personagem querendo vingança pelos seus familiares.
Em algumas situações mais intensas, o combate requer muito mais precisão do que o controle DualShock oferece. Nessas horas, é uma boa adotar o modo de jogo Tático, que deixa a ação mais lenta e similar a de jogos táticos como Wastelands 2, mas evita erros bobos que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
VEREDITO
Com personagens muito bem desenvolvidos e trama para lá de original, Weird West é um jogo desafiador e envolvente, mesmo que nem sempre bem ajustado para os controles dos consoles PlayStation. Uma ótima estreia para a produtora WolfEye Studios.