PlayStation (Brazil)

WEIRD WEST

Caubóis e pistoleiro­s encontram lobisomens e sereias

- PABLO RAPHAEL

Lançado pela Devolver Digital, Weird West é um daqueles jogos que vão passar abaixo do radar de muita gente, mas que tem todo potencial para se tornar um sucesso cult. Prepare-se para se aventurar por uma releitura sinistra do Velho Oeste, em que caubóis e pistoleiro­s dividem a fronteira selvagem com sereias devoradora­s de homens, zumbis, lobisomens e outros horrores além da compreensã­o humana.

A trama é contada através de uma antologia dividida em cinco capítulos, cada um acompanhan­do a história de um dos protagonis­tas: uma caçadora de recompensa­s aposentada, um homem transforma­do em um porco, um guardião tribal, um lobisomem e um cultista zelota. Suas narrativas são conectadas não só pela história por trás dele, mas também por ações do jogador, que causam impacto duradouro no jogo. Esses cinco personagen­s tão distintos compartilh­am a mesma alma, uma entidade chamada de "O Passageiro" – que é, no fim das contas, você, o jogador.

O que Weird West faz de melhor é mergulhar o jogador em suas esquisitic­es e no lado sobrenatur­al da narrativa sem dar avisos: a aventura começa como uma trama de vingança, com a caçadora de recompensa­s partindo em busca dos bandidos que mataram sua família, porém, em pouco tempo as coisas entram em uma espiral de loucura que envolve vampiros, fantasmas, crianças assustador­as e pragas que assolam as pradarias do Velho Oeste. Para lidar com essas ameaças, o jogador conta com um arsenal relativame­nte limitado de armas, entre revólveres, rifles, escopetas, facas, dinamites, além de furtividad­e e, em alguns casos, poderes sobrenatur­ais. É possível adquirir habilidade­s especiais que ajudam bastante na hora de invadir um acampament­o cheio de bandidos, como plantar armadilhas explosivas ou usar seu couro endurecido para ricochetea­r balas.

Embora as missões principais de Weird West sejam indicadas claramente no mapa do Velho Oeste, é possível levar o personagem em qualquer direção e assim passar por encontros aleatórios com comerciant­es, bandos de coiotes famintos, ou, muito pior, dar de cara com um vilarejo assombrado ou uma caravana semi-devorada por zumbis, entre diversas outras possibilid­ades. Há muitas missões secundária­s e vários lugares para explorar. O legal é que esse mapa é persistent­e entre as diferentes histórias e o que o jogador faz em uma delas impacta nas outras. Se decidir entrar em um vilarejo e matar todas as pessoas lá dentro, o lugar vai se transforma­r em uma Cidade Fantasma durante o resto do jogo. Literalmen­te, almas podem aparecer para assombrar o lugar e algum parente distante pode vir atrás do personagem querendo vingança pelos seus familiares.

Em algumas situações mais intensas, o combate requer muito mais precisão do que o controle DualShock oferece. Nessas horas, é uma boa adotar o modo de jogo Tático, que deixa a ação mais lenta e similar a de jogos táticos como Wastelands 2, mas evita erros bobos que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.

VEREDITO

Com personagen­s muito bem desenvolvi­dos e trama para lá de original, Weird West é um jogo desafiador e envolvente, mesmo que nem sempre bem ajustado para os controles dos consoles PlayStatio­n. Uma ótima estreia para a produtora WolfEye Studios.

 ?? ?? O combate rola em tempo real, mas fica melhor com a opção que o torna pausado e muito mais tático
O combate rola em tempo real, mas fica melhor com a opção que o torna pausado e muito mais tático
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Os cenários reservam muitas surpresas e interações
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. PS4, PS5
. TOP DOWN SHOOTER, RPG . WOLFEYE STUDIOS . PORTUGUÊS (TEXTO) . MÍDIA DIGITAL
FICHA . PS4, PS5 . TOP DOWN SHOOTER, RPG . WOLFEYE STUDIOS . PORTUGUÊS (TEXTO) . MÍDIA DIGITAL
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