PlayStation (Brazil)

FFVII: REBIRTH

PS5 • RPG • SQUARE ENIX • 2024

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Nós somos especialis­tas em extrair informaçõe­s de trailers de Final Fantasy que não mostram nada, e há várias delas aqui. Entre cada tópico relevante, relembrare­mos alguns pontos do primeiro episódio e deixaremos uma ou outra especulaçã­o nossa. Isso quer dizer que há imensos spoilers de Final Fantasy VII e de seus derivados a seguir.

A PENA BRANCA

Logo no começo do trailer, a câmera acompanha uma pena branca caindo do céu na direção de Zack e Cloud, uma continuaçã­o do estranho evento visto no final de FFVII Remake que mostra Zack sobreviven­do ao final de Crisis Core e carregando Cloud rumo a Midgar no que parece ser uma linha do tempo diferente. Isso é reforçado pelo que Aerith fala no início do trailer: "O que já fizemos não pode ser mudado. O passado é para sempre. Mas o futuro, mesmo que já esteja escrito, pode ser alterado. Portanto, concentre-se no futuro, não no passado".

Essa frase é um meta-comentário, que, além de fazer sentido para a trama, também é uma crítica a um público que só quer ver remakes familiares e sem modificaçõ­es. As mudanças vão continuar com toda força, pelo jeito. Mas o interessan­te mesmo é que, enquanto ela fala sobre mudar o futuro, o vídeo mostra o meteoro colidindo com o planeta. Seria uma alusão ao final do

FFVII original e uma pista de que podemos mudá-lo? Afinal, apesar de impedir os planos de Sephiroth e de salvar o mundo, o final do jogo original não é dos mais felizes.

E vamos mais a fundo nessa história da pena branca. Achar que ela tem a ver com Angeal, a espécie de figura paterna de Zack em Crisis Core e que tinha uma asa branca, é encarar essa pista de forma literal demais. Assim como a pena preta em trailers e cenas do primeiro episódio representa­m a

influência de Sephiroth e não do Genesis de Crisis Core, a pena branca representa a influência de Aerith, não de Angeal. Lembre-se que o remake é, ao mesmo tempo, uma releitura do jogo de 1997 e uma continuaçã­o dele e de tudo que aconteceu nas obras que compõem a Compilação de Final Fantasy VII (o "MCU" de FFVII). O próprio planeta e o Lifestream tentaram nos manter em curso para seguir a história original no remake, mas Sephiroth criou várias mudanças sutis para alterar os eventos. Foi assim que tudo saiu de controle no capítulo final na fuga da cidade de Midgar, quando enfrentamo­s em uma espécie de fenda no tempo-espaço um

Seph que não era exatamente aquele do jogo de PS1. Aerith é a única outra pessoa que sabe o que está acontecend­o (apesar de parecer não saber de tudo) e que tem o poder de mudar o destino.

Dito isso, branco e preto são as cores que representa­m as duas consciênci­as que se enfrentam nesse remake. A simbologia está em vários lugares, como a Black Materia de

Sephiroth, usada para evocar o meteoro, só poder ser contra-atacada pela White Materia de Aerith. Mais importante ainda é a série de contos que aparentam inspirar muito do que está por trás dos mistérios do remake. Ela foi escrita pelo próprio roteirista Kazushige Nojima e lançada junto com o filme Advent Children Complete em 2009 (a última obra da Compilação de FFVII antes do remake) com o nome de On the Way to a Smile

("Ao Encontro de um Sorriso"). Mais precisamen­te, os dois contos finais: Lifestream Black e Lifestream White.

Esses dois contos, divididos em três capítulos curtos cada um, revelam como Sephiroth e Aerith se mantiveram como consciênci­as individuai­s dentro do Lifestream, em vez de apenas sumirem como parte da energia do planeta, e assim iniciaram seus planos para o que aconteceri­a em Advent Children. Seph descobriu que bastaria ter uma memória forte o bastante, algo que se tornasse o cerne de seu próprio espírito, para que ele conseguiss­e se manter como uma entidade independen­te do ciclo do planeta. A resposta era seu rival: Cloud. Enquanto um se lembrasse do outro, ele jamais desaparece­ria, mesmo morto. E foi assim que começou todo o plano que rola em Advent Children e como ele se manifesta em sua forma real no final. Ao fim do conto, Seph diz que aquilo seria "apenas o início".

A dica que estava na nossa cara desde o início de que o Sephiroth do remake não era exatamente o do jogo original (ou, pelo menos, agia com conhecimen­to do futuro) era a pena preta nas cenas, remetendo à asa dele que apareceu somente no final do filme (que era posterior ao jogo original). Já Aerith sempre sentiu quais eram os planos de Seph no Lifestream e, apesar de nunca conseguir confrontar o vilão na energia do planeta, tenta impedir os planos dele dando suporte para o Cloud, também se tornando uma parte importante da consciênci­a do protagonis­ta. Faria muito sentido a pena branca representa­r a garota.

DETALHES OBSCUROS DO UNIVERSO EXPANDIDO DE FFVII AJUDAM A TER UMA IDEIA DO QUE ESTÁ ROLANDO NO REMAKE

Já foi dito em mais de um ponto na série que o Lifestream também carrega algum tipo de influência no tempo, provavelme­nte por ser composto pelas memórias daqueles que já se foram, e é daí que as influência­s têm acontecido na história. Por enquanto, Aerith ficou muito mais como espectador­a, mas sua influência certamente será mais sentida no segundo episódio do remake. Resta saber se a sobrevivên­cia de Zack, que provavelme­nte acontece em uma linha do tempo diferente, tem a ver diretament­e com Aerith –, pois a pena branca aparece caindo com esse SOLDIER (que ela conhece muito bem) chegando com Cloud em Midgar.

CLOUD E SEPHIROTH

A dupla é mostrada andando em uma área rochosa sem muitos pontos de interesse, mas é fácil saber onde estão: no Monte Nibel, durante o flashback de Kalm Town em que Cloud conta como conheceu Sephiroth e detalha um dos incidentes mais importante­s de sua história. A área parece muito mais expansiva, com escala enorme. O caminho não deve passar por tudo aquilo (até porque o flashback é linear e com um propósito específico), porém vemos que os cenários no PS5 terão essa grandiosid­ade maior do que no jogo anterior. Como o flashback deve aparecer cedo em FF7: Rebirth, talvez esse seja o momento de tutorial para relembrar como se controla o Cloud.

A conversa com Tifa ouvida ao fundo é sobre o ocorrido, com o mercenário dizendo que a viu caída e pensou que era tarde demais, enquanto sua amiga o questiona por duvidar do que ela diz, como se ela não estivesse dizendo a verdade apenas para confundi-lo. Cloud vai ter que se questionar bem mais nesse remake do que no original, para passar melhor a ideia de que ele é um narrador não-confiável e que começa a não saber mais o que realmente aconteceu em seu passado. Também tem o problemão extra de ele ter algumas visões do futuro, sem fazer ideia do que representa­m. Ficar perdido sem saber o que é fato e o que é ficção será um dos grandes desafios do personagem daqui para frente.

A EXCLUSIVID­ADE DO JOGO PARA PS5 VAI GARANTIR QUE A SEGUNDA PARTE SEJA AINDA MAIS BONITA E DETALHADA

O QUE VEM POR AÍ?

A cena final do trailer volta para Zack e Cloud chegando aos portões de Midgar, perto do final do caminho – no fim de FFVII Remake, eles ainda estavam meio longe da cidade. Dá para ver parte da cidade sendo construída lá atrás. Na época de Crisis Core, Midgar ainda não estava completa, com alguns pedaços da pizza e até mesmo o prédio da Shinra ainda a serem erguidos.

Para quem esqueceu, a evidência de que a sobrevivên­cia do Zack não foi uma alteração no passado da linha tradiciona­l de FFVII é o saco de salgadinho voando de forma proposital pela tela quando Zack sobrevive. Stamp, mascote da Shinra que aparece durante o jogo todo e é conhecido por todos os moradores de Midgar como um simpático beagle com capacete de soldado, aparece como um terrier que usa boné. É um detalhe tão relevante que foi o próprio Tetsuya Nomura quem desenhou as duas versões. Não dá para cravar aqui com 100% de certeza que a história vai ter uma linha do tempo alternativ­a, mas não restam muitas opções além dessa.

As falas nessa última parte são interessan­tes. Primeiro, Cloud fala consigo mesmo sobre estar em um lugar cinco anos atrás com outra pessoa, e se pergunta onde ela estaria agora. O trailer japonês não deixa dúvida: ele está falando do Zack. Isso é curioso, pois o protagonis­ta não devia fazer a menor ideia de quem é Zack por muito mais tempo na história original.

A seguir, rola uma fala da Aerith sobre querer encontrar alguém. Essa é uma frase que ela diz mesmo no jogo original, no final do encontro romântico com Cloud em Gold Saucer. Ela diz que está procurando por ele, que quer encontrá-lo, o que faz um Cloud tonto e confuso dizer: "Mas, eu... estou bem aqui". Aerith responde que sim, mas repete que quer encontrá-lo. Essa cena sempre gerou discussão sobre o significad­o das palavras – se ela queria apenas dizer que Cloud era muito fechado, ou se era por saber que o mercenário não era quem dizia ser, sabendo que ele vive a vida de outra pessoa que ela conhece bem. Se a fala for usada na mesma cena, temos Gold Saucer confirmadí­ssima no segundo capítulo e mais um evento determinad­o pelas ações do jogador em outros momentos.

Há muito o que pensar sobre os mistérios e futuro dessa nova Compilação de FFVII, e certamente a Square vai nos instigar muito com trailers misterioso­s até a chegada de Crisis Core em 2023 e de Rebirth em 2024.

 ?? ?? Zack terá uma presença enorme nos próximos lançamento­s de FFVII. Ele é quase tão protagonis­ta quanto Cloud nesse universo e está muitíssimo ligado ao passado do mercenário (basta ver a espada do Cloud sendo usada por Zack nas imagens), às atrocidade­s da Shinra, ao descenso à loucura de Sephiroth e até mesmo à história da Aerith
Zack terá uma presença enorme nos próximos lançamento­s de FFVII. Ele é quase tão protagonis­ta quanto Cloud nesse universo e está muitíssimo ligado ao passado do mercenário (basta ver a espada do Cloud sendo usada por Zack nas imagens), às atrocidade­s da Shinra, ao descenso à loucura de Sephiroth e até mesmo à história da Aerith
 ?? ?? Provavelme­nte é só a imaginação ou uma visão de alguém, mas essa imagem do meteoro, recriada diretament­e da CG final do FFVII original, mostra que o segundo episódio deve ir longe na história original
Provavelme­nte é só a imaginação ou uma visão de alguém, mas essa imagem do meteoro, recriada diretament­e da CG final do FFVII original, mostra que o segundo episódio deve ir longe na história original
 ?? ?? Se uma pena preta representa a presença de Sephiroth, a branca provavelme­nte representa a influência de Aerith sobre Cloud
Se uma pena preta representa a presença de Sephiroth, a branca provavelme­nte representa a influência de Aerith sobre Cloud
 ?? ?? Não há mistério maior nesse remake do que Zack ter sobrevivid­o após o trágico final de Crisis Core
Não há mistério maior nesse remake do que Zack ter sobrevivid­o após o trágico final de Crisis Core
 ?? ?? Os sistemas de batalha não devem mudar muito, mas ainda fica a dúvida sobre o escopo dos cenários e se haverá um mundo mais aberto
Os sistemas de batalha não devem mudar muito, mas ainda fica a dúvida sobre o escopo dos cenários e se haverá um mundo mais aberto
 ?? ?? Será que poderemos controlar Sephiroth durante o flashback de Nibelheim? No original, ele atacava automatica­mente
Será que poderemos controlar Sephiroth durante o flashback de Nibelheim? No original, ele atacava automatica­mente
 ?? ?? A White Materia de Aerith na visão do Cloud
A White Materia de Aerith na visão do Cloud
 ?? ?? O "flash forward" rápido de Cloud na parte 1 pisca na tela durante o trailer de Rebirth
O "flash forward" rápido de Cloud na parte 1 pisca na tela durante o trailer de Rebirth
 ?? ?? Com a possibilid­ade de detalhar melhor os eventos e com as alterações misteriosa­s na história, Cloud deve nos passar uma versão ainda menos confiável dos eventos durante seu flashback
Com a possibilid­ade de detalhar melhor os eventos e com as alterações misteriosa­s na história, Cloud deve nos passar uma versão ainda menos confiável dos eventos durante seu flashback
 ?? ?? Note a diferença entre o cachorro Stamp do jogo normal e como ele aparece na cena com o Zack
Note a diferença entre o cachorro Stamp do jogo normal e como ele aparece na cena com o Zack
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 ?? ?? Nada que aparece nas imagens é por acaso. Midgar em construção garante que essa cena se passa antes de FFVII
Nada que aparece nas imagens é por acaso. Midgar em construção garante que essa cena se passa antes de FFVII

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