PlayStation (Brazil)

CAPCOM FIGHTING GAME COLLECTION

Outra coleção de muita qualidade, mas só para os hardcore

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édigno de aplauso o esforço que a Capcom tem feito nos últimos anos para preservar seus jogos antigos no PS4 (o que, se tudo der certo, vai ser retrocompa­tível para sempre), quase sempre com coleções de qualidade. Essa nova antologia continua o alto padrão, cheia de detalhes e de material extra para seu público-alvo.

A estrutura da coleção é exatamente igual à Capcom Beat ‘em Up Bundle, lançada em 2018 contendo vários jogos do gênero, como Final Fight. Dos menus aos extras, o pacote que junta os games é o mesmo. A Fighting Game Collection não tem um tema muito definido, a não ser "jogos de luta menos populares que não receberam muitos relançamen­tos".

Tem um aí que nem é jogo de luta...

Mas o importante é a oferta e a qualidade dos jogos. Estão presentes todas as cinco versões de Darkstalke­rs, e essa é a primeira vez em que Vampire Hunter 2 e Vampire Savior 2

aparecem em suas versões originais no

FICHA

• PS4

• COLETÂNEA

• CAPCOM

• PORTUGUÊS (TEXTO)

• MÍDIAS FÍSICA E DIGITAL

Ocidente – não que façam muita diferença, mas é legal ter a série completa; Cyberbots, que ficou só no Japão nos consoles; Super

Gem Fighter Mini Mix, também conhecido como Pocket Fighter,

cuja última aparição foi como bônus em uma coleção de SF Alpha em 2006; e Super Puzzle Fighter II Turbo (o original de 1996, não a versão HD Remix

de 2007). Fechando o pacote, temos o excelente Hyper

Street Fighter II: Anniversar­y Edition, lançado apenas em 2003 no PS2 e arcade, e Red Earth, talvez o mais notável da coleção por nunca ter sido convertido desde seu lançamento original e limitado nos fliperamas em 1996.

Todos podem ser jogados online e funcionam extremamen­te bem com rollback netcode (a melhor tecnologia para jogar games de luta online com o menor lag possível). Uma ideia muito inteligent­e dessa Fighting Game Collection é permitir a escolha de quantos jogos você quiser para procurar partidas online ao mesmo tempo. Dá para deixar os dez ativados e assim jogar uma luta em Vampire Savior e, em seguida, uma em Cyberbots ou qualquer outro que o matchmakin­g encontre primeiro. Todos disponibil­izam as ROMs japonesas e americanas e têm um modo treino colocado na base da gambiarra que funciona perfeitame­nte

(exceto Puzzle Fighter).

DO FUNDO DO BAÚ

Um dos aspectos mais legais desses lançamento­s da Capcom é a preservaçã­o não apenas dos jogos (o que já é ótimo, ainda mais com as facilidade­s de modo treino, online e troféus), mas do desenvolvi­mento deles. A área de museu desenterra todos os arquivos que estavam jogados em algum canto da Capcom por décadas e os exibe na maior qualidade possível.

Vai muito além de artes promociona­is ou conceituai­s: esboços de movimentos e de frames de animação, notas sobre cada soco e chute de um personagem, a divisão de camadas para encaixar todas os elementos da tela de seleção de lutadores, listas de movimentos que ficavam expostas no topo do gabinete dos fliperamas, pôsteres, anúncios e muito mais, variando de jogo para jogo a depender do que estava disponível.

Dá para sentir um carinho e muito respeito pelos jogos em detalhes como uma pequena coleção de artes inéditas feitas para comemorar a coleção, que misturam personagen­s de todos os títulos e que são lindíssima­s, vários remixes e até os menus bonitos. Esses às vezes colocam o visual na frente da praticidad­e. Ao mudar as opções de filtro de imagem, não dá para ver na hora como fica a tela do jogo, pois fica praticamen­te toda coberta pelo próprio menu.

MUITO AMOR PARA POUCOS

O maior problema da Capcom Fighting Game Collection é mais como produto. É difícil não ver Vampire Hunter 2/Savior 2 como jogos bônus ou "filler", e outros como Cyberbots e Red Earth não vão chamar a atenção de muita gente além dos fãs hardcore de jogos de luta 2D.

Na verdade, se limitar aos jogos 2D não deixou muitas alternativ­as. Os únicos 2D que restam além desses (e que não apareceram em outras coleções) envolvem licenças de terceiros, como os jogos de Jojo’s Bizarre Adventure ou os da Marvel. As únicas exceções são Sengoku Basara X e Capcom Fighting

Jam, que a empresa finge que nunca existiram e que dariam um tempero bem mais variado a esse lançamento. Há uma lista decente de jogos poligonais esquecidos, como Power Stone,

Rival Schools, Star Gladiator e Tech Romancer, mas de fato não combinam muito com a proposta dos que estão presentes.

No fim, a recomendaç­ão de Capcom Fighting Game Collection não é muito diferente das outras antologias: se tiver pelo menos um amigo que se interesse tanto quanto você por parte desses jogos, vale bastante pelo online impecável – não existe jeito melhor de jogar Darkstalke­rs ou Puzzle Fighter. Quem tiver apreço pela parte histórica do gênero também vai apreciar. Fãs mais casuais provavelme­nte vão achar o novo Capcom Arcade Stadium 2nd (completo) mais atrativo. E fica aqui um pedido quase impossível: Capcom, refaça a coleção de 30 anos de Street Fighter (a antologia menos cuidadosa da empresa) nos mesmos moldes dessa aqui.

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2. Darkstalke­rs sempre impression­ou pelas animações e pelos personagen­s diferentes
3. Red Earth, primeiro dos cinco jogos da CPSIII, dá o esperado show visual da placa 4. É tudo engraçado em Pocket Fighter até a CPU ficar escandalos­amente apelona
1. Repare na parte de baixo: o Ken tem a barra de super de Super SF2 Turbo e Ryu só tem o símbolo de SF2 Turbo 2. Darkstalke­rs sempre impression­ou pelas animações e pelos personagen­s diferentes 3. Red Earth, primeiro dos cinco jogos da CPSIII, dá o esperado show visual da placa 4. É tudo engraçado em Pocket Fighter até a CPU ficar escandalos­amente apelona
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