UMA RETROSPECTIVA DE ARMORED CORE
O PlayStation é intimamente ligado a essa série da From: todos os Armored Core foram lançados para plataformas da Sony e, antes do PS3, eram jogos exclusivos. Relembre os títulos de cada console para se atualizar antes da chegada do promissor Fires of Rubicon PLAYSTATION (1997-1999)
O primeiro Armored Core foi lançado em 1997 e foi elogiado pela característica que definiu todos os jogos subsequentes: a ampla personalização dos mechas. Desde essa época, estavam lá as tradições como a humanidade vivendo abaixo da superfície e as corporações que lutam pela controle de recursos contratando mercenários.
Esse jogo recebeu duas sequências. Armored Core tem a característica de que um jogo numerado é seguido por pelo menos uma sequência que expande suas ideias de jogabilidade antes que o próximo capítulo principal seja lançado. No PS1, foram AC: Project Phantasma em 1998, e AC: Master of Arena em 1999.
Falando em arena, essa é outra tradição da série: todo jogo tem, além das missões de história, uma arena na qual você vai subindo no ranking até encarar o mecha número 1 (nessa época, em todo jogo ele se chamava Nine-Ball). Já foi confirmado que AC6 não vai fugir dessa regra. Outra opção sempre presente é o multiplayer. Desde a época do PS1, era possível jogar em tela dividida ou com o cabo link para ligar dois consoles e cada jogador usar uma TV.
Esses games do PS1 são ruinzinhos de jogar hoje em dia, frutos de uma época na qual todo mundo tentava entender como fazer jogos em 3D. Se estiver muito interessado e ainda tiver seu PS3 ligado na tomada, dá para baixar o primeiro AC como PS Classic.
PLAYSTATION 2 (2000-2005)
O maior console de todos recebeu nada menos do que sete jogos da série, que completam três gerações de AC. Armored Core 2 foi lançado em 2000 como um jogo de lançamento do PS2 nos EUA. No ano seguinte, a sequência direta AC2: Another Age chegou nas lojas. Além de ter o maior número de missões de qualquer jogo da série (em troca da ausência da arena), esse foi o único a ter opção de jogar multiplayer online antes das versões de PS3.
É curioso que absolutamente todos os games da série para consoles foram lançados em inglês, mesmo que sempre tenham passado longe de fazer grande sucesso. Eles sempre foram lançados pela finada Agetec nos EUA (com exceção do primeiro), que sempre trouxe os jogos da From para fora do Japão até o fim do PS2. Eles se esforçavam bastante para deixar o texto bem traduzido, mas as atuações nas vozes eram bastante questionáveis nos primeiros anos.
Em 2002, Armored Core 3 foi lançado como um reboot da série, contando uma nova história e com uma atmosfera um pouco mais realista no visual, designs e movimentação. Esse jogo recebeu três sequências: Silent Line em 2003, é uma expansão direta como as que vieram antes. Já as outras duas, Nexus e Last Raven, são tratadas quase como uma geração independente, embora se passem no universo de Armored Core 3.
Nexus, de fato, mudou bastante coisa em relação a AC3, como o fato de… usar os analógicos. Veja: a trilogia no PS1 foi lançada antes de o DualShock se tornar o controle padrão. Quando chegou o PS2, a From tomou sua decisão mais comum nesses tempos pré-Souls: tornar algo desnecessariamente complicado só porque
ela ADORA complicar. Assim, AC2 e AC3 usam só o analógico esquerdo, deixando para o d-pad e os botões L/R outras funções que seriam muito mais intuitivas no analógico direito. O segundo jogo tinha a desculpa de ser lançado antes desse virar o botão universal de câmera e visão, mas AC3 ter sido lançado do mesmo jeito é inexplicável. Nexus foi o primeiro a tomar a atitude correta, apenas em 2004.
Last Raven tem a distinção de ser o primeiro jogo em que Hidetaka Miyazaki trabalhou quando entrou na indústria, após conseguir trabalho na From por ter ficado fascinado com games ao jogar ICO.
PLAYSTATION 3 (2006-2013)
No PlayStation 3, a FromSoftware começou a ficar mais tranquila e a tornar seus jogos um pouco mais agradáveis de controlar e acessíveis para novos fãs de suas séries. Essa virada é bastante sentida em Armored Core 4, outro reboot. A velocidade de movimentação aumentou bastante, deixando a jogabilidade com um estilo bem mais arcade do que antes. A opção de jogar online finalmente fez sua estreia real, embora ainda tenham mantido os modos em tela dividida e em LAN. O problema é que pouquíssima gente se dispôs a testar o online. O mais importante, talvez, é que os gráficos que já estavam horríveis de velhos no PS2 finalmente foram refeitos para a nova geração, mesmo que ainda não fossem um primor técnico (que, convenhamos, nunca foi o forte do estúdio).
Antes de criar a franquia Souls e mudar radicalmente a história do estúdio, Miyazaki fez sua estreia como diretor em AC4 e aprimorou suas habilidades com For Answer,
que voltou a ter rumos diferentes para a história dependendo do que o jogador escolher durante a partida, algo que foi muito elogiado em Last Raven.
Então temos Armored Core V. Como
AC3 e AC4, este conta uma história sem ligações com o anterior. Essa quinta geração mudou bastante em relação à anterior, deixando o jogo mais lento e muito mais estratégico, além de se preocupar muito mais com o multiplayer online do que com as missões solo. As batalhas online aconteciam entre times com um líder que pode dar ordens ao resto do esquadrão.
A sequência Veredict Day fez ajustes na fórmula do V, permitindo que o jogador entre em um grupo com mechas controlados pela CPU, o que resolve o problema de que pouquíssima gente tentava jogar online o título anterior, e todo mundo é afiliado a uma das três corporações que lutam por supremacia na história. VD também tem um modo história um pouco mais elaborado.
Lançado em 2013, durante a produção de Dark Souls 2, Veredict Day foi o último jogo não Souls feito pela From (exceto pela curta experiência em VR de Deraciné).
Uma década depois, com o estúdio tendo se tornado um dos mais respeitados do mundo e responsável por jogos considerados por muitos como os melhores de todos os tempos, teremos um novo Armored Core
que fará a From voltar às suas origens.