Padre gateiro que viralizou na web e seu amor pelos felinos que ajuda e cuida
Há 13 anos como padre na Paróquia São Sebastião, de Atibaia-SP, Osvaldo Boracini nunca imaginou que ficaria famoso na internet por conta de um de seus gatinhos, o Júnior, que entrou em sua vida em 2018. “Ele apareceu por aqui e ficou. Acho que me escolheu e me adotou como seu novo dono”, conta o padre. A foto do gato no altar durante uma missa teve 20 mil compartilhamentos e 14 mil curtidas no Facebook no mês junho. Como Júnior “assiste” a todas as missas, o religioso nem reparou que a presença do bichano no altar havia sido registrada e publicada na internet.
Júnior é um gatinho muito dócil e gosta de circular e ganhar agrados. “Embora sua rotina, como a de todos os gatos, seja dormir a maior parte do tempo”, se diverte. “Ele gosta de andar e passear no colo do povo durante a missa e quando ouve minha voz pelo microfone, começa a miar e sai à minha procura até me encontrar. Aí sobe no meu colo, escala meus ombros, passeia pela igreja. Esse comportamento me preocupa, pois existem pessoas que não gostam disso”, relata o padre, ao contar que já houve até um abaixo-assinado feito por um grupo de pessoas da cidade de Sorocaba-SP pedindo sua punição. “Isso me deixou triste, porque essas pessoas não me procuraram para saber em que circunstância o gato subiu no altar”, desabafa. “Imagino São Francisco de Assis (Santo protetor dos animais) vendo essa cena; ele, que também chamava os animais de ‘irmãos’. Ou Santo Antônio, que pregava aos peixes”, reflete.
Além de Júnior, padre Osvaldo tem ainda o Pitu, o mais velho (15 anos), o Pachá e a Xuxa – todos castrados. Segundo ele, a diversão de Júnior é andar e correr pelo terreno da igreja (que conta com 8 mil m² de espaço), perseguindo passarinhos e brincando na terra com os outros gatos. “Ele dorme no sofá da sala junto do Pachá. Já o Pitu e a Xuxa gostam de dormir comigo”, revela. Desde criança, padre Osvaldo sempre teve gatos. E para os que não aprovam a presença de Júnior ou outros gatos na paróquia, padre Osvaldo assegura que não vai se desfazer de seus bichanos. “Vou defender o Júnior em quaisquer circunstâncias. Ele tem um carinho gratuito por mim. E eu, que estou a maior parte do tempo só, pela condição do celibato e da vida de padre diocesano, o tenho – assim como os outros gatos – como meus verdadeiros amigos e parceiros”, finaliza.