A escolha perfeita
Apesar de apaixonada por animais, a publicitária Gláucia Junqueira, de Campinas, SP, admite que a preferência sempre foi pelos cachorros. “Eu sempre convivi com eles, então quando me vi sozinha em casa na quarentena, fazendo home office, eu pensei em adotar um cachorrinho de porte pequeno, pois moro em apartamento”, compartilha. Contudo, como a publicitária fazia questão de adotar, ela tinha receio de levar para casa um filhote que cresceria mais do que o previsto. “Comecei a achar que o gato seria mais adequado para o meu espaço e estilo de vida, inclusive para quando eu precisasse voltar a trabalhar fora”, diz. Os amigos gateiros de Gláucia começaram a incentivá-la e a apresentaram para alguns gatinhos que logo estariam prontos para a adoção. “Quando vi a foto da Mel, toda linda, laranjinha e dentro das condições que eu precisava, sabia que era ela.” A publicitária logo foi comprar tudo o que a gatinha filhote pre
cisava e foi buscar sua pet. “Desde esse dia, tem sido apaixonante ter a Mel. Eu precisei aprender sobre ela, sobre a sua natureza, os hábitos, os cuidados que ela precisa, o que come e que tipo de areia comprar”, diz.
A tutora conta que Mel é bastante bagunceira e adepta de tombar os vasos das plantas. Portanto, o apartamento organizado que tinha não existe mais. “A minha maior surpresa foi descobrir o quanto o gato é ‘grudentinho’ e carente, companheiro mesmo. Se eu estou trabalhando, ela quer ficar perto, deitar-se em meu colo ou subir no computador. Se eu vou ao banheiro, ela vai junto. Se estou na cozinha, ela está comigo. Onde eu estou ela também está”, relata. A publicitária conta que Mel, agora com 5 meses, está completamente à vontade no espaço e com ela. A relação desenvolvida entre as duas é de muita confiança e carinho. “Foi fácil se apaixonar pela Mel. Ela vai entendendo a minha natureza, eu a dela. Desenvolvemos um amor bem rapidamente e uma convivência gostosa. Não me arrependi nem um pouco de decidir adotar uma gatinha em vez de um cachorro. Ainda gosto deles, sei que um não substitui o outro, mas adoro ter a Mel do meu lado”, finaliza.
A história aqui começou um pouco antes da quarentena, mas seguiu por ela. Em fevereiro de 2020, a contadora Maria de Fátima Miguel e seu marido, Rômulo Lapa, de Paulínia, SP, começaram a comprar ração para felinos para alimentar alguns gatinhos que pulavam o muro e surgiam no quintal. Um deles, no entanto, era diferente. “Ele vinha, comia e passava muito tempo dormindo no nosso quintal. Ia embora só mais tarde, mas sempre voltava no dia seguinte e repetia a rotina”, lembra a contadora. Os dias foram passando e o gatinho de temperamento dócil e carinhoso começou a conquistar os donos da casa. “Ficamos com dó, pois todo dia ele aparecia com um machucado diferente. Foi quando nós decidimos que iríamos adotá-lo e cuidar dele.” Com tutores e cuidados veterinários, o gatinho - agora chamado de Toddynho - passou a ficar dentro de casa e sem acesso ao quintal. “Tínhamos medo de deixá-lo sair e fugir. Fora que vários gatos continuavam aparecendo para comer a ração no quintal. Então decidimos telar todo o espaço para a segurança do Toddynho”, lembra.
Antes da tela ser colocada, no entanto, outro gatinho chamou a atenção do casal: uma pequena frajola peluda, tão dócil e carinhosa quanto Toddynho, que várias vezes vinha até a casa acompanhada de outro gato filhote e apresentava um comportamento curioso. “Às vezes, ela nem comia, para deixar a ração para o gatinho, dava espaço para o pequeno chegar na comida. Ficamos com pena e nos apaixonamos por ela também”, conta. O casal continuou trabalhando fora de casa na pandemia e, portanto, Toddynho passava o dia sozinho em casa. Então os dois decidiram que ele precisava de uma companhia. A escolhida foi a gatinha frajola, que veio para a casa, ganhou o nome de Meg e foi levada ao veterinário. “Foi quando tomamos um susto, pois fomos alertados de que ela estava grávida. Acontece que um mês se passou e nada desses filhotes chegarem. O veterinário, desconfiado, decidiu fazer um ultrassom e constatou que, na verdade, ela tinha um bolo fecal acumulado por causa da má alimentação que tinha quando estava nas ruas”, recorda Fátima. Com os cuidados dos tutores, a vida dentro de casa e uma alimentação de qualidade, o organismo de Meg foi se recuperando e se regularizando. “Passado quase um ano que temos os dois em casa, vemos que essas belezinhas são nossa alegria. Eles brincam juntos, são muito amorosos um com o outro e com a gente também”, descreve com afeto a contadora. Rômulo lembra que a esposa, antes da dupla de gatinhos, não gostava de animais dentro de casa. Hoje Meg e Toddynho dormem na cama junto com a tutora.