CRUZ DEL CONDOR
O amanhecer cobra seus últimos 2ºc restantes do intenso frio da madrugada. As 6h30 da manhã, a praça da pequena cidade de Yanque, vizinha de Chivay, parece ter estado em festa à noite toda: os dançarinos apresentam o Wititi – dança típica peruana em que o homem usa vestes femininas para enganar o padre e paquerá-las, enquanto feirantes educados oferecem roupas e artesanatos locais aos turistas que seguem em direção à Cruz del Condor. A estrada (bem conservada) corta o Vale Del Colca e conta um pouco da história da região. Por quase uma hora, a viagem se alterna entre paradas em mirantes frente a montanhas e cânions da região, vilarejos e a vista de antigos terraços Incas, ainda usados por fazendeiros para o cultivo de batatas, milho, quinua, feijão etc. Por fim, o principal destino: a Cruz del Condor – local onde centenas de turistas se aglomeram para assistir ao voo matinal dos condores – pássaros andinos, cuja envergadura das asas é de pouco mais de três metros. O Cânion do Colca, mirante natural onde se encontra a Cruz
del Condor, é um dos mais profundos do mundo: 1,2 mil metros.
O vento forte intensifica a sensação de frio, mas às 9h da manhã o sol já começa a fazer todos desistirem do casaco. Os primeiros condores começam a sair dos ninhos e planar charmosamente em frente aos mirantes, para delírio dos turistas.
De acordo com o guia, praticamente 90% dos visitantes que chegam até a cidade de Arequipa incluem a “Ruta del Colca” em seu passeio, especialmente pelo majestoso espetáculo dos maiores pássaros do mundo.
O show dura cerca de duas horas, tempo suficiente para contemplar a beleza da região e dispensar o fardo das roupas de frio, que se estendesse da noite, congelaria o ânimo até nossos pássaros.