No caminho de Amã, Mar Morto, Petra, Aqaba e Wadi Ram, o país atrai pelo luxo, cultura, eco-aventura.
O país do Sudoeste asiático atrai pelo luxo, cultura, eco-aventura, spas e religião. E todas essas experiências estão no caminho de Amã, Mar Morto, Petra, Aqaba e Wadi Ram
OReino Hachemita da Jordânia, com apenas 89,3 mil quilômetros quadrados, fica espremido entre a Síria, Israel, Palestina, Iraque e a Arábia Saudita. O país que tem 80% de seu território tomado pelo deserto, com poucos recursos naturais, escassez de água, sem petróleo e uma pequena saída para o Mar no Golfo de Áqaba, poderia projetar um quadro de estagnação.
Ao invés disso, acontece uma evolução pautada na diplomacia e no crescimento da economia. Como resultado desta política, o país conseguiu um clima propício para investimentos, principalmente na área do turismo e concentra seus esforços para a divulgação do turismo em experiências segmentadas, como aventura, religioso, saúde, eventos e cinematográfico - graças às suas impressionantes paisagens.
A região de Áqaba tem se projetado como centro de alta qualidade do chamado Mice (viagens de incentivo, conferências e eventos) e incrementa o setor com hotéis 5 estrelas como os das redes Kempinski e Radison. A faixa do Mar Morto volta-se para a exploração de hotéis de luxo que primam pelos banhos termais, terapia de lama e água rica em mine-
rais. Por lá estão resorts como Movenpick, Marriott e outros. O balneário também está preparado para o turismo de negócios, especialmente com o suporte do Centro de Convenções Rei Hussein Bin Talal.
Como resultado, a Jordânia recebeu mais de 4 milhões de visitantes em 2017, dos quais apenas 10,8 mil brasileiros, representando 86,4% de aumento, em relação ao ano anterior.
Outro fator que leva o país à modernização é seu caráter mais ocidentalizado. Um dos poucos da comunidade árabe onde o estado é separado da religião e prega a liberdade de credo. A condição da mulher também é diferenciada. Elas têm acesso ao ensino superior, podem escolher sua carreira profissional, restringir o uso do véu e até pedir divórcio. E como a concepção do governo é de que para alcançar o desenvolvimento a educação é fundamental, o ensino médio é obrigatório. Os dados indicam que 95,4% da população é alfabetizada e o sistema educacional oferece dez universidades públicas, 18 privadas, 52 institutos politécnicos e 50 centros de formação profissional.
O povo jordaniano é simpático, cordial e sempre tem alguém disposto a dar informações aos visitantes. A cultura e os cenários também chamam a atenção dos turistas.
Amã e a rota da sedução
A viagem à Jordânia normalmente começa na capital Amã, que dá as boas-vindas e abre caminho para muitas atrações. É uma cidade moderna com hotéis renomados, restaurantes de cozinha internacional, lojas de grife, museus, galerias de arte e vida noturna agitada. O roteiro de visitas no centro da cidade deve incluir a Mesquita Rei Abdullah I, coroada por um domo de mosaicos azul e branco. Essa é a única mesquita em Amã que permite a entrada de não mulçumanos.
No topo de uma colina fica a Cidadela, legado histórico composto por construções de diversas culturas, como o Templo de Hércules, uma igreja bizantina, entremeadas por estruturas com arcos, túmulos e o Palácio dos Omíadas. Desse ponto temse a melhor vista panorâmica da cidade e do Teatro Romano, que tem capacidade para 6 mil espectadores e foi construído pelos romanos no século 2.
Ainda próximo da capital, a 50 quilômetros rumo ao Norte está Jerash, cidade criada pelos romanos. Ela é um atrativo imperdível. Guarda monumentos notáveis como a Avenida das Colunas, os templos de Zeus e Artemis, o Arco de Adriano, hipódromo, fórum e dois anfiteatros onde acontecem festivais e programações especiais como luta de gladiadores e corridas de bigas.
Em direção ao Mar Morto o turismo religioso tem solo fértil. A região arqueológica de Bete-arabá, também conhecida como Betânia além do Jordão, fica a 30 minutos de Amã e distante nove quilômetros da foz do Rio Jordão. Cristãos bizantinos acreditam que este é o local onde Jesus foi batizado por João Batista. A área abriga resquícios de antigas igrejas, cavernas que foram usadas por eremitas e piscinas naturais.
Perto de Betânia está o famoso Monte Nebo, local de onde Moisés contemplou a terra prometida dos judeus. Em dia claro é possível avistar parte
do vale do Rio Jordão e do Mar Morto, além de Belém, Jericó e Jerusalém, no vizinho Israel. Controlado por franciscanos é um importante centro do cristianismo. Logo na entrada tem um memorial dedicado a Moisés. Ali foram encontradas as ruínas de uma igreja, um mosteiro com pisos de mosaicos bem conservados e seis túmulos. Para melhor compreensão do local, um pequeno museu resgata a história do lugar. Outro destaque é a escultura A Serpente de Bronze do artista italiano Giovanni Fantoni. A peça simboliza a serpente de bronze criada por Moisés no deserto e a cruz de Jesus.
Localizada a 35 quilômetros da capital jordaniana, em direção ao Sudoeste, está Madaba, a cidade dos mosaicos da era bizantina. O mais famoso deles é um mapa, encontrado na Basílica de São Jorge e criado durante o reinado do imperador Justiniano (527 a 567 d.c), originalmente composto por 2 milhões de peças coloridas. Os fragmentos atuais são compostos por 750 mil pequenas peças e retratam os rios Nilo e Jordão, bem como detalhes meticulosos de construções das cidades de Jerusalém, Jericó e Belém.