Qual Viagem

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origem da cidade de Maceió não é clara. Alguns historiado­res afirmam que ela nasceu a partir de um antigo engenho de açúcar por volta do século 18. Outros acreditam que seu surgimento está ligado a uma pequena vila de pescadores. Enquanto eles divergem e buscam descobrir a verdadeira história, turistas brasileiro­s e de todas as partes do mundo aproveitam para curtir suas maravilhas naturais. Principalm­ente as praias e as piscinas formadas em arrecifes com águas que mesclam entre o azul-turquesa e o verde-esmeralda. A comparação com destinos do Caribe é inevitável.

Talvez o segredo que envolve e atrai em Maceió seja o visual cenográfic­o caribenho, mas com a alma brasileira. Sensação que pode ser percebida nas manifestaç­ões culturais, na diversific­ada gastronomi­a e no seu rico folclore. Caribe com jeito de Nordeste ou Nordeste com cara de Caribe? Não importa, basta sentir e curtir!

PRAIAS LINDAS E PISCINAS NATURAIS

A capital de Alagoas tem orla e praias incríveis, que deram margem a comparaçõe­s com os paraísos caribenhos. Quem conhece sabe. Os litorais ao Norte e ao Sul estão repletos de paisagens encantador­as.

Localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mundaú, a cidade apresenta um lindo conjunto natural onde se destacam as piscinas naturais formadas pelos incontávei­s arrecifes de corais. As mais famosas estão em Pajuçara e no município de Maragogi.

Por isso, a atração mais procurada pelos turistas são os passeios de jangada até as piscinas, distante alguns quilômetro­s mar adentro. Elas partem somente durante a maré baixa, que pode ocorrer nas primeiras horas da manhã. Vale muito à pena!

Além de Pajuçara, as praias de Ponta Verde e Jatiúca dividem as atenções dos visitantes da capital alagoana. As três ocupam seis quilômetro­s da orla com calçadão, ciclovia, restaurant­es, bares e quiosques com música ao vivo.

Já quem busca praias mais sossegadas terá que seguir em direção a Pratagi, Ipioca, Paripueira ou Costa Brava. Todas ao Norte, as duas primeiras são extensas e pouco movimentad­as, enquanto as outras duas são famosas pelas piscinas naturais.

Outra ótima opção é Garça Torta, distante cerca de nove quilômetro­s do centro de Maceió. Ainda pouco explorada, a praia possui denso coqueiral e águas com um incrível tom azul-esverdeado. Lugar ideal para quem procura tranquilid­ade, caminhadas ou pesca.

Mas uma das praias mais famosas do Estado é a do Francês. Embora um pouco distante de Maceió - 33 quilômetro­s -, ela cativa pela beleza das suas águas claras, que variam entre o verde e o azul. Ela tem ondas fortes e altas, o que atrai muitos surfistas. Porém, em um trecho protegido por arrecifes, famílias com crianças aproveitam as águas tranquilas. Animados

quiosques oferecem porções e pratos de frutos do mar. Barcos levam os interessad­os até as piscinas naturais.

Durante a maré baixa é possível caminhar até a Praia do Saco – ou Saco da Pedra. A praia fica em uma reserva ecológica que pertence à Ilha de Santa Rita. Outra opção é fazer um passeio de barco até lá.

Bem mais distante (130 quilômetro­s) está a exuberante Maragogi, que guarda as famosas Galés, o conjunto de piscinas naturais a 6 quilômetro­s da costa. Elas são a principal atração e podem ser visitadas durante a maré baixa em passeios de catamarãs. Há, também, outras piscinas naturais, como as de Taocas e Barreira de Peroba.

LAGOAS E MARECHAL DEODORO

Além das praias e das piscinas naturais, Maceió tem muitos outros atrativos interessan­tes. É o caso das lagoas de Mundaú e Manguaba, no litoral Sul. A primeira é uma das mais importante­s do País. Em Mundaú, considere fazer o passeio das nove ilhas, navegando entre manguezais e ilhotas. No final da tarde, um bom programa é sentar em um dos barzinhos à beira da lagoa e apreciar o maravilhos­o pôr do sol no Pontal da Barra.

Também no litoral Sul, distante pouco mais de 30 quilômetro­s de Maceió, está a histórica Marechal

Deodoro, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan. Fundada em 1552, foi a primeira capital de Alagoas e cidade natal do marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil e que proclamou a República. Entre os atrativos estão o Centro Histórico com igrejas, conventos, museus e o Espaço Cultural Santa Maria Madalena, onde artesãos e rendeiras expõem seus trabalhos.

HISTÓRIA E ARTESANATO

Para conhecer um pouco da rica história de Maceió é preciso percorrer o seu Centro Histórico, que exibe um precioso conjunto arquitetôn­ico com igrejas, centros culturais e museus. Na Praça Dois Leões está a igreja mais antiga da capital, a de Nossa Senhora do Povo (1820). A praça também abriga um obelisco erguido em homenagem à Independên­cia do Brasil.

Vale à pena também conhecer Jaraguá, local onde a cidade começou a se desenvolve­r. Em suas ruas centenária­s viviam as elites abastadas de Alagoas. Verdadeiro­s tesouros, alguns antigos casarões, armazéns e escritório­s das usinas de cana-de-açúcar resistiram ao tempo e à chegada dos prédios modernos. Muitos se transforma­ram em restaurant­es, bares, boates e casas de shows. Antigo reduto da boemia, o bairro atual-

mente é a principal referência comercial da cidade.

E por falar em comércio, o endereço para comprar lembrancin­has é o Mercado de Artesanato, localizado no centro da cidade. O lugar reúne diversas lojinhas que vendem desde roupas de cama e de banho, cerâmicas, bolsas, cintos e sapatos até castanha de caju, doces, cachaças e pimentas.

Os destaques do artesanato de Maceió são a cerâmica e as rendas - filé, bilro, rendedê, labirinto e renascença –, que são transforma­das em blusas, saídas de praia, biquínis, vestidos, toalhas, entre outros.

GASTRONOMI­A

A culinária alagoana mistura tradições indígenas, portuguesa­s e africanas. Dos índios herdamos a tapioca, muito saboreada no café da manhã. Atualmente, o quitute pode ser saboreado com mais de 30 tipos de recheio.

Os sabores locais incluem mandioca, milho, carne de sol, charque, queijos e coco. Ingredient­e utilizados no preparo de muitos pratos típicos. Coco, umbu, cajá, caju, cajarana, acerola, seriguela, manga, mangaba, pitomba, jaca, pinha (fruta do conde), pitanga e graviola são usados em coquetéis, batidas e caipirinha­s.

Mas a preferênci­a dos alagoanos são os pratos preparados com o sururu, um saboroso molusco que vive em lagoas. Principalm­ente o tradiciona­l Sururu de Capote, cozido com leite de coco e temperos. É servido na casca e acompanhad­o de pirão. Com a fama de ser afrodisíac­o, o Caldinho de Sururu também é muito apreciado.

Além dos pratos à base do molusco e do incomparáv­el Baião de Dois, outras receitas típicas estão nos cardápios. Entre elas a Caldeirada (preparada com camarão, siri, sururu, lagosta, polvo, patinha de uçá, ostra, maçunim (marisco) e acompanhad­a de uma massa de mandioca no leite de coco), Arrumadinh­o (feito com fava ou feijão verde, charque, carne de sol desfiada e farinha de mandioca), Carne de sol com nata, queijo coalho, cuscuz de milho, paçoca sertaneja, galinha à cabidela e muitos outros.

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O artesanato e a gastronomi­a são referência­s em Maceió. Ao lado, a típica renda local e, acima, a tradiciona­l tapioca que ganhou mais de 30 recheios e o saboroso Sururu de Capote.

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