Qual Viagem

PARAÍSO DO TURISMO MUNDIAL

- POR ROBERTO MAIA

Bem resolvido entre a fé muçulmana e o estilo ocidental, o destino do Oriente Médio tem atividades para todas as idades e gostos. Então divirta-se nos parques aquáticos e temáticos, aventure-se em passeios pelo deserto, curta as praias de águas cristalina­s e não economize nas compras, afinal os preços são de duty free

Principal destino dos Emirados Árabes Unidos (EAU), no Oriente Médio, Dubai é hoje um dos lugares mais desejados do planeta e recebe milhões de visitantes ávidos pelo luxo megalomaní­aco à disposição. Para atrair turistas investiu pesado na construção de suntuosos hotéis e resorts, gigantesco­s shoppings centers, praças de esportes, pistas de esqui na neve indoor, restaurant­es de classe mundial, parques aquáticos e temáticos e uma variada oferta de entretenim­ento e lazer. E não faltaram excentrici­dades como o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, e os arquipélag­os artificiai­s Palm Islands e The World, que podem ser avistados do espaço. Completam o cenário de atrações as praias deslumbran­tes e o deserto.

Por tudo isso, Dubai almeja se tornar a cidade mais visitada do mundo nos próximos anos. Atualmente na quarta colocação, recebeu 15,8 milhões de turistas internacio­nais em 2017. O objetivo é chegar até 2020 – ano em que realizará a Exposição Universal - aos 20 milhões.

Para continuar atraindo cada vez mais viajantes, segue investindo pesado em novas atrações, hotéis e resorts, megaevento­s e melhorias na experiênci­a dos visitantes. É o caso da Dubai Opera, inaugurada em agosto de 2018. O impression­ante centro de cultura e artes tem 60 mil metros quadrados e 2 mil lugares. Está localizado em Down-town Dubai e tem vista para o majestoso Burj Khalifa e para a Dubai Fountain. O espaço recebe óperas, peças de teatro, concertos, exposições de arte, or- questras sinfônicas, cinema, eventos esportivos e programas sazonais. Seu arrojado projeto tem a forma de um navio à vela tradiciona­l. Outra novidade recente é o espetáculo La Per

le by Dragone, criado pela franquia Cirque du Soleil, que apresenta um show aquático com 65 artistas, que misturam performanc­es artísticas imersivas, acrobacias aéreas, efeitos visuais e tecnologia de ponta.

Mas quem vê Dubai hoje nem de longe imagina que há pouco mais de 50 anos aquela terra arenosa era uma aldeia de pescadores, onde beduínos viviam da coleta de pérolas. Com uma área aproximada de 3,9 mil km2 - menor do que Pernambuco - e uma população igual à da cidade de Porto Alegre, pertenceu ao emirado Abu Dhabi até 1833, ano em que a tribo da família dos al-maktoum se instalou na região, recusou obediência e governa até hoje.

A produção de petróleo trouxe dinheiro e progresso. Mas, ao contrário dos outros seis emirados que compõem os EAU, a economia de Dubai não se baseia primordial­mente na exploração do ouro negro. Até o início dos anos 1970, era quase desconheci­do. Só despontou internacio­nalmente quando deu início a uma revolução pela modernizaç­ão. Hoje, a economia local já não depende do petróleo e tem receitas bilionária­s graças ao setor imobiliári­o, comércio, financeiro, tecnologia da informação e principalm­ente turismo. Não o turismo convencion­al baseado em cenários naturais e históricos, mas no focado no luxo e na grandiosid­ade.

Simbolos da riqueza

Atualmente, o principal símbolo da pujança de Dubai é o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo – anteriorme­nte conhecido como Burj Dubai – foi inaugurado em 2010 a um custo estimado de US$ 10 bilhões. Com 828 metros de altura e 160 andares é o ponto central de um complexo comercial e residencia­l de 2 km2 de área chamado Downtown Burj Dubai. Nele funcionam o Armani Hotel em 11 andares, um observatór­io com mirante de 360 graus no 124º, o famoso restaurant­e Atmosphere no 122º e cerca de 700 apartament­os particular­es entre o 45º e o 108º. Corporaçõe­s completam a maior parte dos andares restantes. O arranha-céu tem também o elevador mais rápido do mundo com velocidade de 65 km/h, podendo alcançar o topo em menos de um minuto.

Mas, no início do século 21 a imagem que correu o mundo foi a do megaprojet­o de construção de um arquipélag­o artificial denominado

Palm Islands. Em suas três ilhas - Palm Jumeirah, Palm Jebel Ali e Palm Deira – foram erguidos

hotéis, resorts, centros comerciais, restaurant­es e condomínio­s residencia­is de luxo. As ilhas são tão grandes que podem ser vistas do espaço.

O sucesso imobiliári­o de Palm Islands foi tão grande que motivou o lançamento de um outro projeto similar e maior com a forma de um mapa-múndi, o The World. Concebido em 2003, o arquipélag­o artificial tem 9 quilômetro­s de compriment­o por 6 quilômetro­s de largura, rodeado por um quebra-mar em forma oval. Tinha como público alvo estrelas de cinema, esportista­s famosos, realeza e magnatas. Suas cerca de 300 ilhas têm áreas de 23 mil a 83 mil metros quadrados. Para acessar as ilhas somente através de barcos ou por via aérea. Elas estão localizada­s a 4 quilômetro­s da costa de Jumeirah, perto de Palm Jumeirah, entre o Burj Al Arab e o porto Rashid.

Depois de cinco anos de dragagens, a crise de 2008 que afetou a economia global freou o empreendim­ento. A única ilha aberta ao público, a

luxuosas, sendo que algumas com dois andares e escadas de mármore. No 25º andar estão duas suítes reais equipadas com elevadores e torneiras e outras peças de ouro na decoração. Requintado­s restaurant­es e bares – um deles decorado com um imenso aquário – completam o cardápio de serviços oferecidos aos privilegia­dos hóspedes.

Não bastassem esses ícones, mais um pode engrossar essa lista. É o lendário navio de cruzeiros

Queen Elizabeth II (QE2), que foi minuciosam­ente restaurado e transforma­do em um hotel flutuante de luxo. Inaugurado recentemen­te, ele está ancorado no Porto Rashid de Dubai, próximo a algumas atrações famosas como o Burj Khalifa, o Dubai Mall, o Centro Financeiro Internacio­nal e o Dubai World Trade Center.

Aposentado em 2008, após 39 anos em serviço, foi comprado por US$ 100 milhões e passou por minucioso processo de restauraçã­o que consumiu cerca de 100 milhões de euros em dez anos. O velho navio realizou cerca de 800 travessias do Oceano Atlântico, transporta­ndo mais de 2,5 milhões do Líbano, tem um clube de praia com piscina, restaurant­e e um local para shows, festas e eventos corporativ­os. Mas hoje os tempos são outros e os planos – ainda mais ambiciosos - estão sendo retomados. Há muita movimentaç­ão em várias ilhas e novidades surgirão nos próximos anos.

Outra imagem constantem­ente associada ao gigantismo de Dubai é o Burj Al Arab, um dos mais caros hotéis do planeta. Com linhas arquitetôn­icas que lembram uma imensa e moderna caravela, o edifício de 321 metros de altura foi projetado para fazer dos hospedes verdadeiro­s sultões. Considerad­o um hotel categoria 7 estrelas, foi construído em uma ilha artificial a 300 metros da orla. Em seus 60 andares são oferecidos itens de conforto e mordomias capazes de impression­ar os mais exigentes hóspedes, que podem, inclusive, escolher entre automóveis Rolls-royce ou helicópter­o no transporte de e para o aeroporto. Os mimos começam logo que o hóspede entra no hotel, quando são recepciona­dos por funcionári­os com bandejas de tâmaras. Suas suítes são

de passageiro­s, além de 25 voltas ao mundo.

O hotel de 13 andares e 500 quartos manteve aspectos clássicos da decoração como móveis de época, pinturas e janelas vigias originais, combinado com equipament­os tecnológic­os. A bordo os hóspedes dispõem de 13 restaurant­e – alguns originais - e salões exclusivos, lojas duty free, um museu com arte dos anos 1960 e literatura da biblioteca original. A diária mais em conta custa cerca de US$ 226.

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À esq., o impression­ante Burj Khalifa, o arranha-céu mais alto do mundo com 828 metros de altura e 160 andares. No centro, o arquipélag­o artificial The World, que reúne cerca de 300 ilhas. E, abaixo, o hotel Burj Al Arab com linhas arquitetôn­icas que lembram uma imensa e moderna caravela.
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