Marcelo Carneiro da Rocha
Um personagem da história da cerveja artesanal brasileira
Bate-papo com um dos pioneiros do movimento cervejeiro nacional.
Uma das figuras mais queridas e conhecidas no meio cervejeiro do país, Marcelo, nascido dia 20 de abril de 1960, no Rio de Janeiro/RJ, é formado em Direito, mas nunca exerceu a profissão de advogado. Depois de uma experiência como editor, descobriu a cerveja artesanal e tornou-se um dos seus mais icônicos representantes com a criação da Colorado, em Ribeirão Preto/SP — uma cervejaria que ficaria marcada pela brasilidade e pioneirismo do uso de ingredientes locais. Aqui ele fala um pouco dessa experiência, mercado e planos.
Como começou seu interesse pela cerveja?
Esta história é curiosa: meu pai era sócio minoritário de um laboratório de um primo dele. Com o tempo, foi chegando a majoritário e me colocou na área de marketing e propaganda médica. Já era uma empresa antiga quando eu entrei, de 70 anos, fundada pelo meu tio avô Eugéne Barrenne, e chegou a fazer bastante sucesso representando e fabricando produtos franceses no Brasil. Produtos tradicionais, como as pastilhas Valda e, mais tarde, o laxativo Tamarine.
Eu tinha 20 e poucos anos e trabalhava junto à propaganda médica na rua. Acho que foi de lá que aprendi que, não adianta o que você venda, você tem que fundamentar o que diz com a verdade para ganhar a confiança do médico e ter seu produto receitado ou recomendado. Acredito que a venda corpo a corpo, tanto no setor cervejeiro artesanal como no farmacêutico, ainda é muito importante, apesar do progresso dos meios eletrônicos. Trocando em miúdos, trate bem, visite e tenha um prazer legítimo de conversar com quem vende o teu chope, principalmente no começo. Porque, depois quando você partir para as garrafas, a sua base crescerá tanto e irá para tão longe que será impossível manter o mesmo contato tão próximo e pessoal entre seus representantes e clientes finais.
Depois do laboratório, entrei num outro negócio, que era edição de livros, e fui estudar na França para me aperfeiçoar no tema. A editora foi fundada por mim e uma saudosa intelectual chamada Rose Marie Muraro, uma das primeiras feministas brasileiras. O interesse pelo negócio cervejeiro veio depois do negócio editorial. Eu costumo brincar que considerava a cerveja medicina preventiva, acompanhada de boas histórias e, na fabricação, do rigor científico.
Foi Cesario Franco, da Cervejaria Xingu, quem te indicou abrir um negócio cervejeiro?
O Cesario já era nosso amigo, da família inteira, há algum tempo, e já tinha a Xingu também. Foi ele quem nos falou da possibilidade real de fazer um brewpub, e conhecia o caminho. Nossa empresa tirou o CNPJ em 1995, mas só começou a testar cervejas novas com a chegada de maltes e equipamentos no final de 1996. Abrimos com oito taps de estilos diferentes, todos americanos, alguns dos quais evoluíram até hoje. Daí as coisas foram acontecendo e me vi lentamente mergulhado nesse mundo de aromas, dulçores, cores, amizades, enigmáticos amargores, maravilhosas espumas e bizantinos azedumes. Além das viagens, ao longo da minha carreira, acho que visitei, tranquilamente, por volta de 150 pequenas, médias e grandes cervejarias.
SURGE A COLORADO
Quanto tempo levou para a cervejaria Colorado sair do papel?
Sendo aberta a companhia em 1995, encomendamos os equipamentos dos Estados Unidos e começamos a obra para recebê-los. Tudo isso demorou mais de um ano. Além dos problemas habituais para se importar qualquer coisa naquela época, havia as exigências da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que desconhecia totalmente este novo negócio, isso sem contar com os bombeiros, fiscais do trabalho e toda a burocracia, que até melhorou — mas, naquela época, era uma coisa kafkiana. Tenho que reconhecer que, no final, em Ribeirão Preto, fui muito bem recebido, pois era burocracia mesmo e não criação de caso para vender facilidades, como no RJ daquela época.
Como foi a fundação de fato? Você criou alguma sociedade ou a abertura da cervejaria foi um negócio de família?
Era um negócio entre familiares e amigos, mas logo no começo saiu o Cesario, ocupado com a Xingu. Depois foram minhas irmãs, eram tempos de economia sacudida por todo tipo de crise. E elas tinham seus negócios, e todos os sócios moravam no Rio de Janeiro, só eu em Ribeirão Preto. Acabei adquirindo todos e pagando completamente minhas irmãs como podia, pois eram tempos bicudos. Trocamos muitas coisas — imóveis, carros e, é claro, dinheiro a prestação. Elas foram muito irmãs comigo e, se eu não agradeci o suficiente na época, agradeço agora.
qĬ§Ýĝ ÒăĖ§ù §ĝ ½ÝŌ·Ĭò½§½Äĝ ĕĬÄ ĺă·È Äúcontrou naquela época?
Chego a rir com as dificuldades da época: não havia quem vendesse malte especial no Brasil, então a “muuuito” custo trazíamos malte aos contêineres, pagos à vista, e que deveriam durar perto de um ano ou mais. Mas os maltes base
Pilsen havia aqui — trigo maltado não, tanto que, durante uma penúria, nos vimos obrigados a comprar semente de trigo no Sul e maltear na pequena maltaria que havia no Senai de Vassouras/RJ e, depois disso tudo, mandar para Ribeirão Preto. Rodamos muito, mas deu certo. Os lúpulos americanos, antes do Werner Emmel, eu trazia na maior cara de pau na mala, umas duas malas cheias, sempre depois da convenção americana GABF [Great American Beer Festival], nunca fui pego. Salve Santo Arnoldo!
Qual a história do nome Colorado? Foi cogitado ser Califórnia, certo?
Foi mesmo, porque na bandeira da Califórnia (EUA) tem um urso, mas ocorreu que já havia um bar de nome Califórnia na cidade, e não era boa coisa, rolavam tiroteios por lá. Pensei comigo: “já venho de fora, vão me tomar por sócio destes caras, melhor mudar de nome e por um do mesmo tamanho”. Como o equipamento era fabricado lá no Colorado (EUA), e lá o que não falta é urso e cerveja boa, foi esse o que ficou.
Outra passagem curiosa foi a visita a vários pubs pelo Colorado antes da abertura do nosso. Lembro de encontrar na porta do seu próprio brewpub um certo
John Hinkenlooper — nunca esqueci o nome engraçado. Ele, anos mais tarde, teve que vender seu negócio para poder concorrer a prefeito de Denver, e depois governador do Colorado. E foi ele quem liberou a maconha no Colorado, mas era microcervejeiro como todos nós.
Qual a história por trás do urso como mascote e do lema “desiberne”?
O urso, como eu disse antes, migrou da Califórnia para o Colorado. Ele era diferente do de hoje em dia, um perfil anódino, sem graça. Foi cansado disso que, uma noite, num fórum on-line, eu tombei com um tal Randy Mosher (cervejeiro e conceituado designer norte-americano), e conversamos sobre o mercado, quando ele me deu diversos “toques” e eu não tive dúvida: este ia ser um dos meus gurus. Ele, desde então, tem vindo esporadicamente ao Brasil para cursos. Ele e Pete Slosberg se transformaram nos únicos brasilianistas reconhecidos no mundo inteiro e nutrem um amor genuíno por nossa gente.
O “desiberne” veio depois de mim, assim que o marketing da Ambev assumiu. Me perdoem, acho bonita a reflexão de desibernar, mas não gosto do som, parece que este urso pegou uns bernes durante o sono. Mas é só a opinião deste rabugento urso mauhumorado dentro de mim.
Como foi, para a cidade de Ribeirão Preto, receber a cervejaria no começo?
Quando a Colorado chegou, era o patinho feio na terra da Antarctica e do pinguim. Um cara muito doido querendo ser moderno. Ok, mas inventando moda na terra do chope mais famoso do país. Todo mundo achou que eu não durava um ano. Aí, num dado momento, algumas coisas foram acontecendo. Cercada no meio da cidade, a fábrica da Antarctica teve de fechar: o pinguim foi cercado por um calçadão, ficando difícil estacionar perto da casa. E a Colorado começou a ganhar prêmios lá fora e aqui dentro, além de franquear a visita da fábrica sábado e domingo e bancar com chope eventos beneficentes — uma estratégia espetacular: se você quebrar, pelo menos vai para o céu!
ESTILOS, HISTÓRIAS E NEGÓCIOS
Durante os primeiros oito anos, você seguia a Lei de Pureza Alemã. Por que essa decisão e por que mudou depois?
A Lei de Pureza Alemã é um bom começo, mas, entendendo mais de cerveja, vê-se que as outras culturas cervejeiras têm outras ideias e que tudo isso nasce de peculiaridades
“Todo mundo achou que eu não durava um ano. Aí, num dado momento, algumas coisas foram acontecendo.”
destas sociedades que podem perfeitamente ser entendidas por outras. Não me agradam guetos cervejeiros, até os fanaticamente brasileiros. A decisão de mudar veio depois de visitar algumas vezes a Bélgica e os Estados Unidos, que produzem cervejas originais com o que tem ao redor. Pensei, com uma pontada de indignação: por que não fazemos o mesmo com nossos produtos? As receitas foram criadas por mim e minha equipe, discutindo detalhes minuciosamente. O mesmo ocorreu com as colabs. Foram elas: Antares, Nogne, St. Feullien e as melhores nacionais, tudo recebido à base da concórdia.
Você produziu a primeira IPA do Brasil. De onde veio a ideia e qual foi a motivação?
Nosso primeiro cervejeiro, Rick Wisk, era americano, e ainda lembro como hoje o papo sobre a IPA. Eu já era fã da Blind Pig, que tinha tomado nas minhas viagens de pesquisa. Acho até que foi no Daddy's Office, em Los Angeles (EUA), nem sei se continua aberto. Enfim, era uma cerveja da Russian River, na época over lupulada, mas nada de tão amargo como se faz hoje em dia. Ele veio me contar a história das IPAs que eu, logicamente, já conhecia — tinha só um pouco de medo do pessoal da cerveja leve local. Mas decidimos tentar, era uma IPA puro malte com bastante Cascade e algum Mount Hood, um lúpulo superpopular daquele tempo, que anda sum
ido ultimamente. Isso foi em 1996, enquanto a Blind Pig foi lançada em 1994. Afinal, sem saber, não estávamos tão longe no tempo dos nossos inspiradores. Até hoje, quando vou à Califórnia, gosto de pedir uma Blind Pig, por nostalgia.
Como era o mercado de insumos na época?
O mercado de insumos era uma parada dura, tudo era difícil. Lúpulo era na mala ou via aérea, a preço de ouro, mas até aí tudo bem porque as quantidades eram pequenas. Malte base havia, os especiais, não. Usávamos com parcimônia, importando um contêiner por ano, e trazíamos uma variedade. Assim, quando faltava um específico, substituíamos por outro. Sobre este aspecto foi muito bom ser um simples brewpub, porque as quantidades eram bem menores. De qualquer forma, tentamos várias coisas, como fazer o dry hopping com óleo de lúpulo diluído em um pouco de álcool, para não importar tanto volume, e várias técnicas de adição.
Aqui vale a pena lembrar de personagens que foram fundamentais para a diferença que existe hoje em dia. Primeiro, quero citar Werner Emmel [WE — RS]. Eu estava com ele nos anos 1990 quando começou a representar leveduras em pó americanas. Hoje há quem não goste de usar, mas na época era um salva-vidas. Impossível esquecer também a Cooperativa Agrária, de Guarapuava/PR, e a sua parceria com a Weyermann, que nos permitiram, pela primeira vez no Brasil, comprar malte de qualidade fracionado. Talvez não tivéssemos sobrevivido tantos anos sem eles. Há outros pioneiros dignos de nota, como a Agavic (SP), da família Garrefa, único fabricante de barris de aço no Brasil que reinou soberana até a chegada dos importados, mas que fazia (e faz) barris, verdadeiros encouraçados, que duravam muito mais tempo do que os chineses. E ainda a empresa VidroPorto, hoje Saint Gobain, que gostaria de elogiar por manter viva a garrafa “caçulinha” de 600 mL que durante muito tempo foi o padrão do nosso mercado.
Você ainda é um entusiasta do uso de ingredientes brasileiros na cerveja? Como surgiu a ideia de trazer ingredientes locais?
Sim, ainda me considero, mas o que mais me deixa contente é que não sou o único. Chegaram a me olhar de cima por utilizar ingredientes nacionais, mas fazer o quê? Se pode com ingredientes locais, não foi inventado por mim. Quanto aos ingredientes locais, foi um “clique” depois de uma conversa com o Randy Mosher. Eu falei do que já estava fazendo nesse sentido e ele concluiu: “então ‘todas’ as suas cervejas terão que ter ingredientes locais”. Querido Randy, faz tempo que não o vejo, mas ele foi um cara que, sendo americano, incentivou para burro o que se chama hoje de escola brasileira de fazer cerveja. Um humanista daqueles cada vez mais raros. Randy pode conversar em profundidade sobre quase qualquer assunto, sem ser pedante.
òÅù ½§ĝ ½ÝŌ·Ĭò½§½Äĝ ½Ä ĦĖݶĬĦ§º³ăƕ Ù§ĺݧ Ĭù§ certa burocratização para registrar os nomes das cervejas. Isso aconteceu com a Ithaca, certo?
Esta virou até anedota: o Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] tinha que dar autorização para o nome das cervejas, e demorava meses. Eu tinha essa Imperial Stout envelhecendo no tanque e em barris, pois íamos blendá-los. O nome ia ser Black Vintage Rapadura. Demorou, não me lembro bem, mas talvez quatro meses para me mandarem uma justificativa irada de não poder usar o termo rapadura. “O senhor quer se apoderar do nome rapadura, como vários estrangeiros fazem lá fora para cobrar royalties”, alegavam. Implausível para um pequeno cervejeiro. Eu tentei contornar e então ficamos só com Vintage Black. Quatro meses depois, outra justificativa irada: “Vintage é relacionado a vinho, o senhor quer ludibriar o consumidor”. Imaginem se fossem fazer isso hoje, quando o termo passou a ser amplamente utilizado para tudo o que é antigo. Paralelamente, a Brahma acabava de lançar a Brahma Black, e eu vi que meu nome escolhido tinha ido para o espaço. O que fazer para contornar esta situação, que já se transformara em Odisséia? A resposta veio de Homero: Ithaca, a verde ilha, terra natal de Ulisses, seria o nome da cerveja. Mais quatro meses e finalmente o nome foi aprovado. Hoje em suas duas versões, Ithaca e Guanabara (a Ithaca envelhecida em umburana), que é a cerveja mais premiada da Colorado, aqui
e lá fora. Mas, como o brasileiro perde o amigo, mas não perde a piada, levamos a cerveja para o Mondial de la Bière de Montreal (nem havia o do Brasil ainda), como a “primeira cerveja do mundo envelhecida por burocratas”. Os canadenses devem ter gostado da cerveja e da piada, pois faturamos o ouro nesta edição.
Como você viu o crescimento do mercado cervejeiro com o passar dos anos e como foi a venda da Colorado para o grupo Ambev?
Vejo o crescimento do mercado com maravilhamento e uma ponta de orgulho por haver estado lá desde o início. Com tanta gente fazendo cerveja, um futuro brilhante nos espera. Os cervejeiros de outrora, e os que estão começando, iniciaram um movimento que já não pode ser detido.
Sobre a venda, nunca cogitei que tal fato pudesse acontecer, até porque, naquela época, eu era crítico contumaz da companhia. A realidade é que, neste momento, eu andava, depois de duas décadas de cervejaria, coberto de dívidas e de glórias, procurando, talvez, um sócio menor. Mas vieram eles e os dois fizeram um bom negócio. A equipe é basicamente a mesma, à exceção de alguns poucos que foram deslocados, despedidos ou, infelizmente, faleceram, como foi o caso do meu amigo de mais de 35 anos, o Laércio Japonês (Shya), que partiu do nosso mundo ano passado. Figura querida no meio cervejeiro, eu e o Laércio moramos lado a lado por um par de anos numa fazenda da família. Treinado pelo nosso cervejeiro gringo de então, mesmo sem falar uma palavra de inglês, ele ensinou o californiano a falar e, ainda por cima, com sotaque caipira. A bem da justiça, a Ambev também levou à cervejaria gente de muito conhecimento e habilidade. Muitos, além de companheiros de trabalho, se tornaram amigos.
O que mudou após a compra, como foi a reação do mercado cervejeiro?
Mudou muito e para melhor — os equipamentos do controle de qualidade, brassagem, filtragem e uma série de outros. Chegou gente bem qualificada em fábricas grandes que comprou a ideia de fazer cerveja diferente e de qualidade, pessoas das quais eu me considero amigo, e sou por elas igualmente considerado. Sim, enfrentei críticas e também critiquei. Me arrependo muito disso, pois critiquei amigos dos quais gosto muito, mas o tempo é o senhor da razão e já fiz as pazes com praticamente todos os que pude. As críticas doeram na época, mas isso já passou. Atualmente, já não tenho nenhum envolvimento com a Ambev, fora um curto passado compartilhado. Posso, inclusive, voltar a abrir outra cervejaria ou brewpub, o que já está nos meus planos. Passo lá, de vez em quando, para pegar um chope, como qualquer cliente, ou, às vezes, só para ver um amigo ou outro. Tenho por eles uma amizade inglesa, que é uma daquelas das quais pode-se de tudo falar, menos fazer confidências. Prefiro assim, e eles também.
Em 2018, surgiu o bar Toca do Urso. Você esteve envolvido neste projeto?
Não, não tenho nenhum envolvimento com a Toca ou os Bares do Urso. Aliás, desde a pandemia, tenho preferido beber com um amigo ou outro, em casa mesmo. Este ano, faço 61 anos, sou grupo de risco, nem passa pela minha cabeça viver sem sentir o aroma e o amargor de uma IPA ou aquele azedume das Sours que aprendemos a amar.
Como você vê a cena cervejeira atual e qual sua relação com ela hoje?
Hoje há muitas cervejarias e se pode trabalhar no Simples [Nacional, regime tributário], já não há mais aquela existência consentida, pelo menos para quem começa. Encaro isso como muito positivo. Vejo muitas, talvez demasiadas, experiências de sabor, mas acho que as mais interessantes prevalecerão, e não acho isso uma má coisa. Estou louco para voltar a trabalhar, sem aquela pressão de ter 70 funcionários. Quero voltar a ser um brewpub. Tenho muitos amigos, onde posso engarrafar amanhã, mas quero fermentar a ideia devagar, como uma cerveja de Brett, daquelas bem secas. Dei os melhores anos da minha vida a essa atividade, tanto em Ribeirão Preto como em muitos outros lugares. Não tenho sobrenome, sou o “Marcelo da Colorado”. Espero que ainda haja tempo para ser o Marcelo da cervejaria X, ex-Colorado, aquele que estava lá desde o começo, e continua a nos inspirar. Como disse antes, estou louco para voltar, enquanto me restam alguns anos — tomara que muitos de gás para trabalhar.
“Com tanta gente fazendo cerveja, um futuro brilhante
nos espera.”