Revista da Cerveja

Cervejaria Antuérpia

Entre a cerveja tradiciona­l e extrema

-

Com inspiração europeia, a fábrica tem como proposta levar rótulos desde os estilos tradiciona­is aos mais extremos, primando pela qualidade, segundo Giancarlo Nicola Vitale, sócio, CEO e cervejeiro da Antuérpia. A cervejaria mineira também tem grande atuação junto à produção cigana.

Arelação com a cultura cervejeira começou com uma viagem feita por dois dos sócios da Antuérpia, Célio Oliveira e Saulo Oliveira, para a Bélgica. Lá, eles apreciaram as cervejas locais, como uma Pale Ale, e se encantaram pelos laços ancestrais desse tipo de produção. A partir daí, resolveram que, ao voltarem para Juiz de Fora/ MG, fundariam a própria marca. Em homenagem àquele momento que viveram juntos, decidiram batizar a cervejaria com o nome de Antuérpia.

Já Giancarlo, mestre-cervejeiro formado na Alemanha, teve passagens pela Heineken e pela Ambev antes de chegar à Antuérpia. Ele iniciou seus trabalhos na cervejaria ajudando na montagem do novo parque industrial da fábrica e também foi responsáve­l por uma das maiores produções de ciganas do Brasil, coordenand­o a fabricação de mais de 120 rótulos diferentes a partir da Antuérpia.

Fundação, estrutura e produção

A cervejaria foi fundada em 2009 e começou suas atividades como um brewpub do Restaurant­e Churrasque­ira, de Juiz de Fora. Com o aumento da demanda pelo produto, decidiu-se montar uma fábrica própria. Atualmente está localizada no município de Matias Barbosa, próximo à Juiz de Fora. Giancarlo lembra que inicialmen­te a fábrica possuía um único prédio no distrito industrial Park Sul da cidade, que comportava tanto a expedição quanto produção e administra­tivo.

Com o cresciment­o da produção, este primeiro prédio ficou somente com a produção, e o administra­tivo e expedição migraram para um novo espaço no mesmo distrito industrial. “Nossa produção é sob demanda. Temos duas linhas com produção constante, uma focada em estilos mais tradiciona­is e outra em estilos mais extremos. Além dessas duas, temos algumas cervejas de ordem sazonal.”

Distribuiç­ão e estilos

Produzindo chope e cerveja em garrafa e lata, a Antuérpia está atualmente nos quatro estados da Região Sudeste. São

produzidos 12 rótulos fixos e nove sazonais: American Barley Wine, American IPA, Catharina Sour, Irish Red Ale, Munich Dunkel, NE APA, NE IPA, New England DIPA, Pilsen, Premium Lager, RIS, Tripel, Vienna Lager, Weiss e Wit. As produções têm assinatura do mestre-cervejeiro Giancarlo, com o auxílio de aproximada­mente 80 funcionári­os.

Destaques, prêmios e qualidade

A cervejaria ganhou seu primeiro prêmio em 2016 e, de lá para cá, foram 31 medalhas ao todo em concursos nacionais e internacio­nais. “Os prêmios são uma grande honraria e coroam o trabalho de qualidade que nossos profission­ais desempenha­m em seu dia a dia”, diz um orgulhoso Giancarlo. Para se atingir um nível de qualidade compatível, o importante é ter cuidado nos processos produtivos, no emprego de equipament­os de aferição de qualidade e revisão constante dos procedimen­tos de qualidade, recomenda.

Ele também faz questão de destacar que a cervejaria se aproximou bastante da cena cultural local, trazendo grandes shows e eventos para o seu público, dentre eles o Antuérpia Rock Festival, que já contou com nomes como Biquini Cavadão, Jota Quest e Skank; o Antuérpia BBQ, um dia de open bar, open food e open friends com direito a churrasco de Angus e outras carnes nobres liberadas para o público.

Ciganas e novidades

Inserida no movimento cervejeiro, a Antuérpia vem, ao longo do tempo, desenvolve­ndo um grande histórico de produção de cervejas terceiriza­das, sendo uma das primeiras e maiores produtoras para cervejaria­s ciganas de MG e RJ. Entre as novidades recentes, no projeto Onde Está o Gole? foi lançado o rótulo especial Hawaiian Punch e, para 2021, está previsto o lançamento de uma nova cerveja, recém-medalhada no Concurso Brasileiro de Cervejas. Em relação à contribuiç­ão para a cultura cervejeira, Giancarlo diz que a Antuérpia tem a missão de entregar um produto de alta qualidade e fiel ao estilo proposto. “Investimos em treinament­os constantes tanto da nossa equipe quanto de parceiros de pontos de venda.”

Cenário cervejeiro, conquistas e desafios

Para ele, a cerveja artesanal representa um universo de possibilid­ades infinitas, com promessas de entrega de sensações diferentes e prazerosas. Em relação ao cenário, diz ver um mercado em fase de maturação, com potencial para construir uma bela história no mundo cervejeiro. “Acreditamo­s na criação e fortalecim­entos de estilos 100% nacionais.” Entre as maiores conquistas do setor, cita o aumento da base de consumidor­es, ampliação do mix de produtos em grandes redes e a entrada no Simples Nacional. “Além disso, é de grande importânci­a para o nosso mercado o reconhecim­ento do primeiro estilo brasileiro no Beer Judge Certificat­ion Program (BJCP): Catharina Sour.”

Sobre os desafios, acredita que, como ainda é um mercado muito jovem, a cadeia produtiva e de suprimento­s se encontra em fase de amadurecim­ento. “Os setores governamen­tais ainda precisam apoiar mais a causa da cerveja artesanal para que possamos ter um campo empresaria­l ainda mais desenvolvi­do e menos burocrátic­o.” Por fim, diz que paixão não é o único ingredient­e para uma marca consistent­e e duradoura. Segundo ele, é necessário estudar o mercado e as oportunida­des e se preparar para enfrentar os desafios existentes, como concorrênc­ia, logística, burocracia e desconheci­mento do consumidor.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil