Os prêmios da Daoravida
A Daoravida, segundo Wagner Falci, um dos fundadores e cervejeiro, surgiu despretensiosamente — um hobby que se tornou empreendimento — com o lançamento de dois rótulos produzidos em fábricas terceirizadas, em novembro de 2015.
Ocrescimento foi rápido: em junho de 2018, inaugurou o seu taproom em Campinas/ SP, onde hoje tem um brewpub em processo de licenciamento. Um ano depois, foi a vez da inauguração da sua unidade franqueada em Indaiatuba/SP. O processo criativo, revela o cervejeiro, vem das experiências vivenciadas ao longo dos últimos oito anos. “A busca por referências sensoriais é uma dinâmica contínua, que proporciona um processo criativo natural.”
Linha e estilos
A cervejaria possui cinco cervejas de linha e outras sazonais. Wagner destaca a Minine, uma Juicy Session IPA inspirada nas primeiras NEIPAs que chegaram ao Brasil em 2017. “Essa cerveja abriu as portas da Europa para a Daoravida. Tivemos a oportunidade de produzir 10 colaborativas no Velho Continente: oito na Itália, uma em Portugal e uma na Ucrânia. Após essas incursões pela Europa, que começaram em 2017, tivemos a inspiração para experimentar o envelhecimento em barricas de madeira.”
Do primeiro projeto, iniciado em novembro de 2017, veio a Black Wine, que tem uma base de Barley Wine com adição de maltes escuros, que envelheceu por 10 meses em barril de carvalho francês com uso prévio para maturar rum — cerveja que foi condecorada com a máxima premiação no World Beer Awards de 2019 na categoria Sour/Wild Ale, acrescenta. Como cervejeiro, diz que busca se aperfeiçoar em temas pontuais por meio de cursos e leituras, além do apoio de profissionais técnicos.
Prêmios e reconhecimento
“O concurso, antes de tudo, é um termômetro para o nível técnico das nossas cervejas. A medalha vem por consequência do trabalho e dedicação. Já tivemos grandes conquistas e muitas frustrações em concursos, mas sempre o que sobra é o aprendizado e a oportunidade de melhorar aquilo que fazemos.” Wagner concorda que premiações trazem visibilidade, mas elas não terão importância alguma “se não vierem acompanhadas de constante melhoria do produto e entrega daquilo que o cliente espera de uma cervejaria premiada. Acreditamos que devemos servir no copo do cliente o mesmo nível de produto que enviamos para concurso”.
Wagner avalia que a velocidade com que o mercado cresce em oferta e a quantidade de amostras inscritas nos principais concursos nacionais não são acompanhadas pela formação de juízes experientes. “Por mais que busquem se qualificar, a experiência é importante. Isso causa, eventualmente, uma avaliação equivocada de estilos menos populares.” Porém, faz a ressalva que entende que isso é um processo natural de amadurecimento do mercado.
Qualidade e metas
Na sua opinião, o patamar de qualidade se garante com foco em repetibilidade, com atenção aos detalhes do processo, sem economizar em insumos e tendo uma equipe competente na execução da cerveja. Metas? “No momento estamos totalmente focados em iniciar as produções do nosso brewpub. Queremos investir em envelhecimento em barricas de madeira e, para isso, estamos adquirindo novos barris.”