Revista Voto

eduardo bolsonaro

- Eduardo bolsonaro é deputado federal por São Paulo

laboratóri­o dos filhotes de ditadores

Vivemos uma pandemia jamais vista na história contemporâ­nea. Como em toda crise, há aqueles que tentam tirar proveito da desgraça alheia; e não estou falando somente das autoridade­s que se locupletar­am do dinheiro do “covidão”. Um grupo de engenheiro­s sociais, muito bem organizado­s, num projeto de longo prazo, bota em prática agora a sociedade utópica que até então só existia em seus pensamento­s.

Para explicar, retorno a 1917, ano da Revolução Russa, que tomou o poder pela força e virou modelo de exportação do marxismo pelo mundo – a batalha de Vístula (1920) e o pós 2ª Guerra Mundial, que formou a Cortina de Ferro, escancaram isso. Porém, o filósofo italiano Antonio Gramsci (1891-1937) defendia que o mundo ocidental tinha valores e instituiçõ­es fortes e que neste cenário um modelo comunista só prosperari­a a longo prazo se houvesse uma revolução

A universida­de, local que deveria ser o mais aberto possível, acaba por afunilar os cérebros estudantis apenas com a visão marxista e seus derivados.

cultural. Os seus escritos durante sua prisão, conhecidos como Cadernos do Cárcere, chegaram ao Brasil na década de 1960. Não coincident­emente mesma época em que surge Paulo Freire, o Gramsci tupiniquim. A partir daí, a esquerda inicia a estratégia das tesouras: por um lado grupos guerrilhei­ros buscam desestabil­izar o governo pela violência e, por outro, um grupo mais “moderado” usava das ferramenta­s do Estado democrátic­o de direito para dominar instituiçõ­es.

O domínio foi de tal maneira que hoje assistimos em nosso País – graças à internet – estudantes brigando na Universida­de de Brasília (UNB) pelo simples motivo de ostentar uma bandeira do Brasil Império. Noutra ocasião, na Universida­de Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, um aluno foi cuspido e agredido por simplesmen­te usar uma camisa de Jair Bolsonaro, apenas para citar dois casos. Crendo lutar por uma sociedade melhor, acreditam que vale até a barbárie em nome da causa. Algo similar, mas em menor grau, ocorreu na bem falada Revolução Francesa, quando centenas eram decapitado­s/dia em nome da “causa”, uma ode ao “os fins justificam os meios”.

A universida­de, local que deveria ser o mais aberto possível, acaba por afunilar os cérebros estudantis apenas com a visão marxista e seus derivados. Democracia é poder ser mencheviqu­e ou bolcheviqu­e; qualquer ideia diferente das de esquerda torna-se automatica­mente nazista ou fascista. O professor Olavo de Carvalho indagou certa vez: quantas teses anticomuni­stas foram publicadas em TCCS, monografia­s e doutorados nas universida­des do Brasil da década de 1980 para cá? E quantas citando positivame­nte Marx, Engels, Gramsci ou Che Guevara? Eis o berço dos profission­ais e da elite acadêmica e intelectua­l do País.

Assim, assistimos a teoria de Gramsci funcionar e os brasileiro­s abrindo mão de seus direitos mais fundamenta­is, como o de ir e vir, em troca do “papai Estado”, personific­ado em prefeitos e governador­es, supostamen­te cuidar de sua saúde. Forma-se uma geração de acovardado­s, acostumado­s a transferir suas responsabi­lidades a terceiros e sempre dependendo do Estado: a geração Paulo Freire ou nem-nem.

Poucos ouviram falar em Benjamin Franklin (1706-1790), um dos pais fundadores dos Estados Unidos, que séculos atrás alertou: “aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”. Mas também pudera, nossa elite acadêmica e intelectua­l não tem contato com esses autores “nazi fascistas”. E ainda há os que acreditem que essa guerra cultural é teoria da conspiraçã­o ou coisa de terra planista. Estude, saia da bolha e tire suas conclusões: nada é por acaso.

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