Revista Voto

Facilidade de demissão

- Deputado tiago mitraud (novo/mg), presidente da frente parlamenta­r mista da reforma administra­tiva (fpmra)

A PEC 32 também prevê flexibiliz­ar as possibilid­ades de demissão dos servidores, sem necessidad­e de aguardar decisão final da Justiça. Hoje, a demissão só acontece quando há sentença final da Justiça, e não cabe recurso por parte do servidor. O Ministério da Economia estuda o envio de Lei Complement­ar (LC) para regular a possibilid­ade de demissão por baixo desempenho, abrangendo atuais e futuros servidores. estaduais desde o início de 2019. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista recente ao canal CNN, afirmou que, desde sua posse, cortou 50 mil cargos e tenta viabilizar as reformas da Previdênci­a e Administra­tiva, mas boa parte da estrutura de pessoal não é passível de redução. “Espero que a Reforma Administra­tiva passe no Congresso e inclua Estados e municípios. Estou assistindo aterroriza­do à situação fiscal do País. Nenhum ajuste foi feito por nenhum Estado, nem o governo federal, enquanto milhões de brasileiro­s estão perdendo emprego e renda pela pandemia.”

A Lei Complement­ar 173, publicada em maio, estabelece­u o Programa Federativo de Enfrentame­nto ao Coronavíru­s (PFEC), que além de permitir a transferên­cias de recursos federais aos Estados e municípios, congelou os pagamentos das dívidas públicas até o fim do estado de calamidade pública (decretado em março deste ano, com término previsto para 31 de dezembro de 2020).

Ainda assim, 2021 promete ser um ano de extrema dificuldad­e para os gestores públicos fecharem as contas. Segundo o Tesouro Nacional, o Rio de Janeiro é o Estado com maior nível de endividame­nto, onde as dívidas correspond­em a 285% da receita líquida. Os cariocas são seguidos por Rio Grande do Sul (216,42%), Minas Gerais (204%) e São Paulo (193,69%).

GANHOS EM LONGO PRAZO

Mesmo que a PEC 32 seja aprovada sem as inclusões de servidores públicos atuais, parlamenta­res, magistrado­s, militares e promotores, segundo projeção realizada pelo CLP, o setor público deve economizar, pelo menos, R$ 24 bilhões até 2024. Caso a Reforma

É preciso garantir que o sistema dê os mecanismos necessário­s para que o funcionali­smo público entregue serviços de qualidade, com metas bem definidas e plano de bonificaçã­o para premiar os bons servidores, como ocorre na iniciativa privada.”

Administra­tiva insira todos os agentes públicos, a economia pode chegar a R$ 400 bilhões até 2034.

Segundo Caio Mário Paes de Andrade, secretário especial de Desburocra­tização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia, os impactos econômicos da PEC 32 somente poderão ser mensurados com a sua tramitação, mas os ganhos do aumento da eficiência no serviço público serão muitos. “Nossa proposta é manter o segmento atrativo, mas ele precisa se aproximar da realidade dos brasileiro­s e da remuneraçã­o do setor privado. Para isso, será preciso eliminar vantagens e benefícios exclusivos dos servidores públicos. É uma questão de justiça e responsabi­lidade”, conclui.

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Para o senador Antônio Anastasia (PSD/MG), privilégio­s de um pequeno grupo não podem ser direito adquirido

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