Redes sociais: a nova cracolândia – e o novo cartel
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EUA se destacaram como uma grande nação livre, apoiados, principalmente, na Primeira Emenda, de 1791, à Constituição, item que garante a liberdade de expressão a todos os cidadãos. Mas isso parece ter mudado, e como tudo o que acontece nos EUA, há reflexos no Brasil.
Atualmente, a imensa maioria do fluxo de informações trocadas em todo o planeta é controlada pelas Big Techs: poucas empresas que compõem gigantescos conglomerados de tecnologia e detêm o monopólio – ou cartel – da comunicação via internet, como Google, Facebook, Amazon, Apple e Microsoft. Guiadas pela ideologia globalista, elas agem de maneira a perseguir e calar conservadores.
Essa não é uma prática tão recente. Plataformas como o Twitter frequentemente censuram e apagam posts com conteúdo de direita, mesmo que não tenham nenhuma ilegalidade ou não violem suas políticas. Exemplo claro de contradição é o fato de que narcoditadores como Maduro ou o líder supremo do Irã, aiatolá Khamenei, que já defendeu varrer Israel do mapa, seguem com acesso a essas redes, e com seus vídeos defendendo atrocidades circulando normalmente. Isso acontece enquanto perfis que expõem figuras de Bolsonaro
Essas plataformas vão se tornando a Cracolândia da internet: muitos querem sair, mas não conseguem, pois suas vidas já estão entranhadas com essas tecnologias.
decapitado ou propagandas jogando bola com a cabeça do Presidente seguem incólumes.
Mais recentemente, o canal Terça Livre, mídia conservadora, postou entrevista de Trump após o Twitter bani-lo e pronto! O Terça foi banido do Youtube em seu canal original e no reserva, mesmo sem ser reincidente e sem tal punição estar prevista na política da plataforma. Eu mesmo tomei gancho de uma semana no Youtube por ter postado vídeo do médico Dr. Pierre Kory que, em audiência no Senado dos EUA, defendeu o uso da ivermectina contra a Covid. Posso lhe assegurar, leitor: essas não são exceções, mas a rotina da direita.
Mas não é só! Após essas notórias violações a conservadores, Big Techs como Google, Amazon e Apple se uniram para, como um cartel, eliminar um concorrente: Parler, nova rede social. Foi dado prazo de 24 horas para a rede demonstrar que estava censurando o que eles consideram incitação à violência. O Parler foi boicotado pelas Big Techs.
Assim, essas plataformas vão se tornando a Cracolândia da internet: muitos querem sair, mas não conseguem, pois suas vidas já estão entranhadas com essas tecnologias.
Então, quais as soluções? Este é um debate atual. Destaco as iniciativas dos deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ) e Caroline de Toni (PSL-SC), que propuseram projetos de lei inspirados nas leis da Polônia e dos EUA, multando a plataforma que excluir conteúdo não criminoso e a responsabilizando pelo o que é publicado, já que essas redes se comportam como editoras e não meras divulgadoras de informações. Sem liberdade de expressão nossa sociedade não evolui, nossa democracia não se aperfeiçoa.
Eu, particularmente, estudo entrar com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a liberdade de expressão, liberdade de imprensa e imunidade parlamentar previstas em nossa constituição. Se essas grandes plataformas de redes sociais censuraram Trump, é só uma questão de oportunidade para fazerem o mesmo com quaisquer autoridades nacionais – quaisquer! O que está em jogo não são “só” nossa soberania e nossa constituição, mas o mais importante: nossa liberdade.