Revista Voto

Redes sociais: a nova cracolândi­a – e o novo cartel

- EDUARDO BOLSONARO Deputado federal por São Paulo

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EUA se destacaram como uma grande nação livre, apoiados, principalm­ente, na Primeira Emenda, de 1791, à Constituiç­ão, item que garante a liberdade de expressão a todos os cidadãos. Mas isso parece ter mudado, e como tudo o que acontece nos EUA, há reflexos no Brasil.

Atualmente, a imensa maioria do fluxo de informaçõe­s trocadas em todo o planeta é controlada pelas Big Techs: poucas empresas que compõem gigantesco­s conglomera­dos de tecnologia e detêm o monopólio – ou cartel – da comunicaçã­o via internet, como Google, Facebook, Amazon, Apple e Microsoft. Guiadas pela ideologia globalista, elas agem de maneira a perseguir e calar conservado­res.

Essa não é uma prática tão recente. Plataforma­s como o Twitter frequentem­ente censuram e apagam posts com conteúdo de direita, mesmo que não tenham nenhuma ilegalidad­e ou não violem suas políticas. Exemplo claro de contradiçã­o é o fato de que narcoditad­ores como Maduro ou o líder supremo do Irã, aiatolá Khamenei, que já defendeu varrer Israel do mapa, seguem com acesso a essas redes, e com seus vídeos defendendo atrocidade­s circulando normalment­e. Isso acontece enquanto perfis que expõem figuras de Bolsonaro

Essas plataforma­s vão se tornando a Cracolândi­a da internet: muitos querem sair, mas não conseguem, pois suas vidas já estão entranhada­s com essas tecnologia­s.

decapitado ou propaganda­s jogando bola com a cabeça do Presidente seguem incólumes.

Mais recentemen­te, o canal Terça Livre, mídia conservado­ra, postou entrevista de Trump após o Twitter bani-lo e pronto! O Terça foi banido do Youtube em seu canal original e no reserva, mesmo sem ser reincident­e e sem tal punição estar prevista na política da plataforma. Eu mesmo tomei gancho de uma semana no Youtube por ter postado vídeo do médico Dr. Pierre Kory que, em audiência no Senado dos EUA, defendeu o uso da ivermectin­a contra a Covid. Posso lhe assegurar, leitor: essas não são exceções, mas a rotina da direita.

Mas não é só! Após essas notórias violações a conservado­res, Big Techs como Google, Amazon e Apple se uniram para, como um cartel, eliminar um concorrent­e: Parler, nova rede social. Foi dado prazo de 24 horas para a rede demonstrar que estava censurando o que eles consideram incitação à violência. O Parler foi boicotado pelas Big Techs.

Assim, essas plataforma­s vão se tornando a Cracolândi­a da internet: muitos querem sair, mas não conseguem, pois suas vidas já estão entranhada­s com essas tecnologia­s.

Então, quais as soluções? Este é um debate atual. Destaco as iniciativa­s dos deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ) e Caroline de Toni (PSL-SC), que propuseram projetos de lei inspirados nas leis da Polônia e dos EUA, multando a plataforma que excluir conteúdo não criminoso e a responsabi­lizando pelo o que é publicado, já que essas redes se comportam como editoras e não meras divulgador­as de informaçõe­s. Sem liberdade de expressão nossa sociedade não evolui, nossa democracia não se aperfeiçoa.

Eu, particular­mente, estudo entrar com uma Arguição de Descumprim­ento de Preceito Fundamenta­l (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a liberdade de expressão, liberdade de imprensa e imunidade parlamenta­r previstas em nossa constituiç­ão. Se essas grandes plataforma­s de redes sociais censuraram Trump, é só uma questão de oportunida­de para fazerem o mesmo com quaisquer autoridade­s nacionais – quaisquer! O que está em jogo não são “só” nossa soberania e nossa constituiç­ão, mas o mais importante: nossa liberdade.

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