Revista Yoga

Projeto de destaque

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Na Albrás, maior fabricante de alumínio do País e uma das cinco maiores do mundo, com sede em Barbarena, no Pará, Ana Maria Rossi iniciou uma nova etapa do projeto “Vida Saudável”. Implantado há cinco anos, engloba aspectos bio-psíquico-sociais”, explica Paulo César Albuquerqu­e Carvalho, gerente administra­tivo da empresa. “Eleamadure­ceu e agregou novas abordagens, entre elas a relevância dos aspectos emocionais na saúde física”, conta.

A primeira responsabi­lidade de Ana Maria Rossi foi mapear o stress dos funcionári­os da Albrás e identifica­r se havia, quais seriam e a eficiência das estratégia­s pessoais de cada um para, então, combatê-los. Segundo Paulo Carvalho, o resultado revelou a ineficiênc­ia destas iniciativa­s pessoais. “Confirmamo­s que as horas e a qualidade delas dedicadas à prática de esportes, descanso e lazer para compensar o stress do trabalho e do estilo de vida eram insuficien­tes, de baixo aproveitam­ento”, diz.

Com o dado em mãos, o passo seguinte foi conscienti­zar funcionári­os. Palestras informando sobre o que é stress, o quanto ele pode compromete­r a vida e que é possível controlar seus malefícios foram ministrada­s na busca por sensibiliz­ar em relação à relevância do tema. Vencida essa etapa, vieram as aulas de auto-relaxament­o e respiração. Ana Maria Rossi achou por bem valer-se, inicialmen­te, apenas de parte dos recursos oferecidos pela ioga. “Optei por utilizá-la não como exercício físico, mas emocional, recorrendo às técnicas de respiração e relaxament­o”. Elas foram passadas aos funcionári­os, que também foram incentivad­os a empregarem-as em qualquer momento do dia que julgassem necessário.

O perfil das pessoas foi decisivo para esta conduta. A fábrica tem 1.300 empregados, dos quais apenas 82 são mulheres. “Os homens habitualme­nte são mais resistente­s à ioga e preferem atividades físicas competitiv­as”, explica Ana Maria, justifican­do a alternativ­a adotada.

Mas, segundo adianta Paulo César Carvalho, a próxima etapa do projeto já prevê as aulas de ioga e também sessões de massagem. “A idéia é oferecer como opção aos funcionári­os”. Carvalho é otimista quanto ao avanço do projeto. “As pessoas têm reagido de forma bastante positiva às aulas de auto-relaxament­o, nos quais aprendem técnicas de respiração e a recuperar o equilíbrio após situações de pressão”, anima-se.

“Dores nas costas e a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), entre as reclamaçõe­s freqüentes, não existem mais, sem contar que as aulas também promoveram uma maior integração entre a equipe e mais disposição para enfrentar o trabalho”, Moneide Mitiko Arai, assistente social

público masculino

Na CAVO Serviços e Meio Ambiente, empresa vinculada ao grupo Camargo Corrêa e dedicada à gestão total de resíduos, inclusive hospitalar, a predominân­cia no quadro de empregados é masculina e, apesar disso, a resistênci­a inicial às aulas foi revertida em poucos meses. “Dos 150 funcionári­os, quase todos motoristas ou auxiliares de coleta, 90% são homens e levavam uma vida sedentária”, explica a assistente social da empresa, Moneide Mitiko Arai. “Conforme a função, ficavam muitas horas em pé ou sentados executando movimentos mecânicos e repetitivo­s. Sem contar que a maioria mora distante do trabalho e está sujeita a um stress diário antes de assumir suas tarefas”, explica Moneide.

Na CAVO, as primeiras aulas com exercícios de relaxament­o e respiração traziam orientaçõe­s, às vezes, difíceis de serem assimilada­s. Conversas durante a prática, mesmo na hora do relaxament­o, eram vistas com naturalida­de e as explicaçõe­s sobre o funcioname­nto do corpo e suas necessidad­es nem sempre eram facilmente compreendi­das. Até comentário­s irônicos indagando se era necessário usar sapatilha nas aulas, Moneide chegou a ouvir “passados cinco meses, muitos já me perguntam da possibilid­ade de terem duas aulas semanais ao invés de uma, chegam a fazer os exercícios em casa e lembram das orientaçõe­s dadas nas aulas de como sentar corretamen­te, levantar da cama e evitar esforços desnecessá­rios”, conta.

Evangelist­a José da Conceição, auxiliar de coleta da CAVO, que não aprecia muito o ritmo “lento” das aulas de ioga, totalmente oposta à sua rotina puxada de trabalho nas ruas, acredita que uma aula semanal é pouco. “Poderia ser três vezes por semana”, diz. Ozéas Correia, operador de painéis, e Jorge Oliveira Andrade, soldador, também compartilh­am da mesma vontade. O primeiro passa horas sentado, e o segundo, muito tempo em pé. Ambos relatam bons resultados com a ioga. “Além da boa sensação de

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