IOGA NO TRABALHO
Ásanas para fazer no escritório e aliviar as tensões
Conhecida como um mal dos tempos modernos, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), também conhecida como DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) ataca, principalmente, quem trabalha muitas horas no computador. Portanto, bancários, operadores de telemarketing, jornalistas, secretárias e digitadores são as principais vítimas. No entanto, outras profissões também podem ser alvo destas doenças, como cabeleireiro, caixa de supermercado, operador de linha de montagem, costureiro, tenista, cozinheiro industrial e até mesmo crianças e adolescentes que passam muito tempo jogando videogame ou navegando na internet.
Na verdade, a LER é um termo usado para designar uma série de doenças que atinge músculos, nervos e tendões, deixando-os irritados e inflamados. A principal causa são os movimentos repetidos e contínuos e a sobrecarga do sistema músculo-esquelético. Mas há também outros fatores que contribuem para o agravamento da LER, como a má postura, o stress e as más condições de trabalho.
De acordo com o Instituto Nacional de Prevenção a LER/ DORT, em São Paulo, esta já é a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. A cada 100 trabalhadores da região Sudeste do País, por exemplo, um é portador de Lesão por Esforços Repetitivos.
Geralmente, a LER/ DORT atinge o trabalhador no auge da produtividade e da experiência profissional, pois existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos. As mulheres são as mais atingidas.
Em casos mais graves, a pessoa pode sofrer sérios danos nos tendões, como dores insuportáveis, e até a perda de movimentos. Muitos trabalhadores acabam sendo obrigados a se aposentar mais cedo por invalidez. Foi o que aconteceu com a analista
de suporte Maria Natividade de Paula, que hoje preside a APPDORT – Associação Paranaense dos Portadores de Dort, em Curitiba (PR). O grupo mantém um site com informações sobre o tema e ajuda outras pessoas com o mesmo problema. Para ela, o melhor remédio é a prevenção. “O ideal é que a pessoa que executa atividades repetitivas pare durante um minuto a cada 15 minutos para relaxar a musculatura”, afirma Maria Natividade de Paula.
Móveis adequados e postura correta já ajudam a prevenir a LER. Contudo, a longa jornada de trabalho, o stress e a pressão para cumprir o trabalho dentro do prazo podem piorar ainda mais a situação.
Quando alguém diz que tem LER, geralmente, está referindo-se a alguma doença de inflamação crônicas nos tendões das mãos, como tenossinovites, tendinites e síndrome do túnel do carpo, entre outras. Os primeiros sintomas começam com dores nas costas, desconforto na região do pescoço em cima das escápulas (antigos omoplatas, também chamadas popularmente de ‘asinhas das costas’). Caso estas dores tornem-se contínuas, a recomendação é ir a um ortopedista.
Geralmente, o tratamento da LER é multidisciplinar, envolvendo, dependendo do caso, reumatologista, neurologista e até mesmo psicólogos, já que as dores e o constante afastamento do trabalho podem deixar a pessoa desanimada e deprimida.
IOGA
“Os exercícios de ioga auxiliam na prevenção da LER, mas não agem como tratamento”, afirma Maria Natividade, da APPDORT. Ela explica que é necessária uma avaliação médica antes de começar as aulas de ioga, pois, dependendo do caso, a pessoa não pode fazer determinadas posturas. Por isso, informe seu professor de ioga caso sinta dores ou desconforto durante as aulas ou se já sofre de LER.
Para quem faz atividades repetitivas, o ideal é ter uma pausa e se exercitar no próprio local de trabalho. Há uma série de posturas de ioga que previne a LER, pois trabalha as regiões do pescoço, dos punhos, dos braços, dos antebraços, dos ombros e da coluna cervical.
A professora Maria Perpétua Brassanini especializou-se em ioga laboral (no ambiente de trabalho) e enfatiza que a prática é muito importante para a prevenção da LER. “Antes de mais nada, o praticante deve manter sempre uma atitude mental positiva, executar as posturas com serenidade e concentração, pois, se não trabalharmos esta união entre o corpo a mente, não estaremos pratican