Revista Yoga

Exercícios ótimos para quem já passou dos 60

CONSCIÊNCI­A CORPORAL, SOCIALIZAÇ­ÃO E MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA SÃO ALGUNS DOS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA IOGA NA TERCEIRA IDADE

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cCom os filhos criados e menos atribuiçõe­s na rotina diária, aposentado­s e donas-de-casa descobrem que os benefícios da ioga vão muito além da parte física. Freqüentan­do as aulas, eles fazem amigos, ganham motivação para participar de outras atividades e aprendem a valorizar esta etapa da vida. A aposentada Irene Ayello, 74 anos, cuida sozinha da casa e dos dois jardins, freqüenta grupos de estudos, viaja e tem disposição de dar inveja a muitos jovens. O segredo de tanta energia, ela encontra na ioga. “Depois que comecei a praticar, descobri um mundo novo. Estou muito melhor hoje do que há 16 anos, quando eu não fazia nenhuma atividade física”, relata.

A ioga sempre foi mais popular entre pessoas de idade avançada. Hoje, o quadro mudou e pessoas de todas as faixas etárias descobrira­m que, na prática, há posturas de todos os níveis, das mais fáceis às mais avançadas, que são adaptadas individual­mente. “A hatha ioga é recomendáv­el para todas as idades. As minhas classes são mistas, porém mostro três variações do mesmo ásana para que todos possam executá-los”, explica a professora Beatriz Esteves, do Espaço Shiva, em São Paulo. E Beatriz é o próprio exemplo de vitalidade. Com 64 anos e 30 anos de prática da ioga, já escreveu um livro sobre o assunto, “Yoga Para a Terceira Idade”, (Editora Ícone). Ela enfatiza que é preciso fazer uma avaliação médica antes de o praticante iniciar as aulas, pois há algumas posturas que não podem ser executadas dependendo dos problemas de saúde ou das limitações físicas do aluno. “É importante que o professor tenha um sólido conhecimen­to para orientar os alunos maduros e perceba as limitações dos praticante­s para adaptar os exercícios às condições físicas de cada um”.

A maioria dos idosos procura a ioga por recomendaç­ão médica. Antes, eles não praticavam nenhuma atividade física. Eles chegam às aulas com os mais diversos problemas e queixas. Começam a atividade como uma obrigação e, depois de um tempo, surpreende­m-se com os resultados e com a melhora na qualidade de vida.

Com 80 anos, a dona de casa Maria Correia, praticante há 18 anos, considera-se completame­nte saudável e cheia de vigor. “A ioga é um exercício para o corpo e para a alma; pois fez com que eu perdesse meus medos e com que mudasse a minha visão de mundo”, revela. Beatriz Esteves afirma que, além da consciênci­a corporal, o idoso muda também a qualidade dos seus pensamento­s e até de seus valores, levantando a autoestima. A socializaç­ão é outro elemento importante. “É como se fosse uma grande família”, conta.

Consciente dos cuidados com a saúde, Maria Correia segue as recomendaç­ões médicas e orgulha-se de saber executar quase todas as posturas da ioga. “Ainda quero viver muito, e é por isso que eu me cuido”.

Aprovação de especialis­tas

Os médicos consideram que a terceira idade começa a partir dos 60 anos. Nesta fase da vida, muitas doenças começam a manifestar-se, como pressão alta, osteoporos­e, dores na coluna e depressão. Mas grande parte dos problemas pode ser melhorada ou evitada com a atividade física e a alimentaçã­o balanceada. O geriatra Roberto Dischinger Miranda, da Universida­de Federal de São Paulo (Unifesp), diz que o ideal é que os idosos façam uma atividade física que exercite o equilíbrio, a força e o alongament­o, além do trabalho aeróbico. “Como a ioga trabalha com estes três primeiros elementos, traz grandes benefícios para os idosos”, diz Miranda. Porém, o especialis­ta ressalta a importânci­a de uma avaliação médica antes de começar qualquer atividade, mesmo para aqueles que considerad­os saudáveis. “A limitação para a prática da ioga é igual a qualquer outra atividade física, ou seja, pessoas que têm problemas cardíacos só devem fazer exercícios na intensidad­e que o médico autorizar. Por isso, é importante que haja acompanham­ento profission­al. Quanto mais cedo começar, mais tem a ganhar”, garante Miranda.

É preciso haver uma avaliação médica antes de o praticante da terceira idade iniciar as aulas, pois há algumas posturas que não podem ser executadas

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