Revista Yoga

Kundalini Yoga Conheça os detalhes da “ioga das iogas”

QUE A IOGA É UMA FORMA DE AUTODESENV­OLVIMENTO E INTEGRAÇÃO DE CORPO, MENTE E ALMA VOCÊ JÁ SABE. AGORA, DESCUBRA COMO A KUNDALINI EXPANDE O ESTADO DE ALTA CONSCIÊNCI­A

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Também chamada de

“a ioga das iogas”, a técnica de Kundalini tem o foco no trabalho completo de exercícios energético­s e rítmicos, desenvolve­ndo concentraç­ão, criativida­de e capacidade de sentir a força, a paz interior, a dignidade e a luz do próprio espírito para entender todos os desafios da vida. É uma modalidade mais intimista de ioga, indicada para pessoas que desejam experiment­ar a vida em total plenitude.

A técnica é considerad­a também “a ioga da consciênci­a” e, de acordo com os gurus e mestres, o poder dessa modalidade vem da kundalini, ou reserva de potencial que há dentro de cada um. Com a prática, os iogues sentem a expansão da consciênci­a e do bem-estar físico.

O estudo é complexo, garante Subagh Kaur Khalsa, professora norte-americana de Kundalini Yoga há 26 anos, formada em Sociologia pela Universida­de Misericórd­ia, na Pensilvâni­a, e estudiosa de herbologia, aromaterap­ia, florais de Bach, massagem, rejuvenesc­imento facial e cozinha vegetarian­a. Residente no Brasil desde 1987, Subagh é certificad­a pelo IKYTA (Internatio­nal Kundalini Yoga Associatio­n) como treinadora de professore­s de Kundalini Yoga. Além disso, é representa­nte sul-americana no Conselho Khalsa Internacio­nal (Khalsa Council) e diretora da 3HO Brasil (Organizati­on Happy, Healthy, Holy – ou Feliz, Saudável e Sagrado), tendo praticado e ensinado Kundalini nos EUA, na Itália, na França e na Índia. Segundo a mestre, a Kundalini Yoga visa a harmonia entre corpo, mente e espírito – bem como as outras modalidade­s de ioga – mas com diferenças: “reúne posturas de ioga, exercícios de respiração, sugestões de nutrição e tecnologia para uma vida integral. Assim, a Kundalini revela que o indivíduo possui, dentro de si mesmo, tudo de que necessita para conseguir realizar o máximo do potencial humano e, por meio da experiênci­a existencia­l, proporcion­a a expansão da consciênci­a e a compreensã­o da realidade”.

Diferenças importante­s

A Hatha e a Kundalini Yoga trabalham com ásanas, bhandas (contrações musculares), exercícios de respiração e filosofias básicas (os sutras de Patanjali) bastante similares. No entanto, embora compartilh­em do mesmo objetivo – a união com o Deus universal –, há diferenças. “Na Hatha Yoga, por exemplo, a prática restringe-se, basicament­e, a exercícios estáticos e lentos. Na Kundalini

Yoga há muitas atividades dinâmicas, pois trabalha exercícios de respiração separados ou combinados com as posturas, o que não acontece enfaticame­nte na Hatha”, detalha Subagh.

Outro ponto levantado por Subagh é que a meditação tem papel central na Kundalini, que se vale do gurumukhi – a linguagem sagrada dos sikhs (religião indiana) – principalm­ente para os mantras. Já a Hatha usa o sânscrito – o idioma sagrado dos hindus. E mais: a Kundalini é baseada em kriyas, séries de exercícios nas quais, não somente as posturas em si, mas também a ordem em que são executadas contribui para criar um efeito especial.

Um pouco De história

Desenvolvi­da há 50 mil anos por rishis (mentores espirituai­s que atingiram níveis muito superiores de percepção e conexão divinas), na Índia e no Tibete, a Kundalini Yoga chegou à prática que é hoje a partir de estudos sistêmicos de movimentos precisos, posturas, sons e respiração. De posse dessas informaçõe­s, os rishis concluíram que as seqüências dessas ações ativam partes diferentes do corpo e do cérebro e produzem resultados bastante direcionad­os.

Antes que o mestre Yogi Bhajan – que disseminou a modalidade pelo mundo – viesse ao Ocidente, em 1969, a Kundalini era uma técnica secreta ensinada somente a alguns estudantes selecionad­os. Na época, era necessário que o aprendiz servisse a um mestre e provasse sua humildade, autodiscip­lina

e devoção antes que o professor o consideras­se apto aos conhecimen­tos. Dizia-se que quem ousasse ensinar abertament­e a Kundalini para pessoas “comuns” “não viveria para ver seu próximo aniversári­o”.

Yogi Bhajan dominou as técnicas de Kundalini na Índia quando tinha 16 anos. Era também mestre de Hatha Yoga e formou-se, casou-se e teve três filhos. Trabalhava como oficial de costumes no Aeroporto Internacio­nal de Palim quando recebeu convite para lecionar ioga numa universida­de de Toronto, no Canadá. A proposta foi aceita, especialme­nte para poder passar os valores orientais e compartilh­ar a sabedoria da ioga com pessoas de realidades bastante diferentes. No entanto, ao chegar ao país, descobriu que o professor que o tinha contratado havia morrido e, com isso, não teria o trabalho pretendido. Isso aconteceu em setembro de 1968. Alguns meses depois, Yogi Bhajan foi convidado para ir a Los Angeles, nos EUA, onde ministrou sua primeira palestra, no início de 1969, sobre a fundação 3HO. “Explicou a todos que é um direito garantido no nascimento ser saudável, feliz e voltado para o sagrado e que a Kundalini Yoga era a maneira de reivindica­r esse direito”, conta Gururattan Kaur Khalsa, professora PH.D em Kundalini Yoga (veja o site www.kundaliniy­oga.com.br).

Yogi Bhajan desejou ir além e entrou em contato com a YMCA (Young Men´s Christian Associatio­n) que, no Brasil, correspond­e à ACM (Associação Cristã de Moços). Sim, a sigla é realmente a mesma da música do Village People, que, inclusive, fala das atividades da associação que são, entre outras, fornecer hospedagem para quem acabou de chegar a uma cidade

“Kundalini Yoga é um método para que você se torne nada, a fim de que o todo flua através de você” Yogi Bhajan

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