O AMOR PELO ABRAÇO
Com um toque, Amma transmite sentimentos de Alegria e PAZ interior
Perguntar-se o que leva alguém a abraçar milhares de pessoas por dia com o propósito de aliviar a dor e o sofrimento e oferecer conforto, sem demonstrar nenhum sinal de cansaço, é uma questão um tanto complicada. Alguns definiriam tal comportamento como loucura, outros como santidade. Para muitos, é difícil entender a paixão e a vitalidade que movem uma mulher aparentemente comum, de cabelos negros, pele escura e olhar penetrante, atualmente com 53 anos, a fazer de sua vida um instrumento para o bem-estar espiritual de todos e, para isso, valer-se de um dos gestos mais simples que uma pessoa pode oferecer: o abraço. Seu nome? Mata Amritanandamayi, ou Amma (Mãe), como é conhecida por seus seguidores.
Nascida na Índia, país com uma cultura religiosa multifacetada, é considerada uma “santa viva” pelos devotos, pois dedica-se puramente a oferecer amor e compaixão sem distinção de raça, religião ou classe social. Diz Amma: “O amor é a única religião que pode ajudar a humanidade a subir às grandes e gloriosas alturas e deve ser o fio único no qual todas as religiões e filosofias são unidas”. Amma demonstra esse desejo por meio de encontros públicos, nos quais abraça um a um com a mesma energia e sorriso e transmite ensinamentos sobre espiritualidade, bem como conselhos sobre a vida.
Outra maneira de demonstrar seu amor ao próximo são as obras de caridade que estão espalhadas pelo planeta, entre elas hospitais, abrigos e instituições que atendem os necessitados, todos construídos graças a doações e vendas de livros e CDS, além de outros produtos de
Amma. Uma das maiores conquistas é o Instituto de Ciências Médicas Amrita (AIMS), na Índia, que conta com estrutura médica especializada e oferece cirurgia cardíaca, neurológica e transplante de órgãos. Tudo gratuito.
O número de adeptos da mestra indiana passa da casa dos milhares e espalha-se pelo mundo todo. No Brasil, há quatro centros de meditação dedicados a ela: um em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Ribeirão Preto, onde os devotos reúnem-se para cantar, meditar e ler os chamados “textos sagrados”. Um dos freqüentadores é Wilton Gayo Gama, coordenador do grupo de meditação em São Paulo que, desde que recebeu o primeiro abraço da mestra, costuma vê-la cerca de 2 vezes ao ano. “Abraçar a Amma fez com que a minha mente entrasse em estado de profundo silêncio e contentamento. Um nível de consciência que um iogue costuma atingir com a prática da meditação depois de 10 ou 15 anos, eu obtive automaticamente”, conta.
Há quem considere milagroso o abraço da “Mãe”. Ao ser questionado sobre isso, Wilton explica: “milagres acontecem com freqüência quando um ser iluminado está presente. O estado mental atual em que vivemos, conturbado e estressante, corresponde a uma doença, da qual temos que nos curar. E vivenciamos isso de uma forma tão rotineira que achamos que é natural. Dentro dessa perspectiva, posso dizer que fui curado no momento em que ela me tocou”.
Diante dos fatos apontado por testemunhas, nota-se que a disposição física dessa mulher supera os limites humanos: ela passou 24 horas seguidas abraçando pessoa por
“O amor é a única religião que pode ajudar a humanidade a subir às grandes e gloriosas alturas e deve ser o fio único no qual todas as religiões e filosofias são unidas” Mata Amritanandamayi
pessoa, sem interrupções. Estima-se que ela tenha abraçado 23 milhões de pessoas até hoje, número que cresce a cada dia. Para a alegria dos devotos, Os grupos de meditação trabalham para trazer a mestra ao Brasil ainda neste ano.
Independentemente da religião, ninguém nega que a crença é capaz de mudar conceitos e transformar vidas. Conclusão fácil de ser tirada, afinal, dava para notar no tom convicto, porém tranqüilo de Wilton, durante a entrevista, o que ele e os devotos buscam por meio de Amma: a prática do amor incondicional, sem precedentes nem limites.
NASCE UMA CRIANÇA DIFERENTE
Há meio século, em Amritapuri, uma singela aldeia às margens do Oceano Índico, nasceu um bebê cuja pureza e sabedoria seriam reconhecidas e adoradas por legiões de pessoas. Conta-se que veio ao mundo com a pele em um tom azulado, cor considerada sagrada na Índia. Nos primeiros momentos de vida, não chorou, mas abriu um sorriso gracioso, como se estivesse ciente da missão espiritual que a aguardava. Filha de pescadores, Sudhamani (Jóia Pura), como era chamada, viveu uma infância humilde.
A falta de compreensão dos pais com relação ao seu comportamento fazia com que fosse tratada como serviçal desde os 10 anos de idade. Porém, tal fato não a incomodava. Apesar de ter que interromper os estudos precocemente devido à doença de sua mãe, para o espanto de todos, a menina não se abatia, mas oferecia todo o seu esforço ao deus hindu.
Os sinais de sua “divindade” não tardaram a aparecer. Aprendeu a falar com seis meses e, aos 2 anos, já compunha melodias de adoração a Krishna. Contribuir para a diminuição do sofrimento humano estava entre as suas prioridades. A menina, sempre que possível, oferecia ao mais necessitados o pouco que tinha. Chegou a doar a quantidade mínima de bens da família, o que lhe rendeu castigos severos.
No entanto, mantinha-se sempre em estado de bemaventurança. As canções que entoava atraía multidões. Com o tempo, sua popularidade ultrapassou os limites da Índia e ganhou o mundo. Desde então, Amma viaja a convite a vários países para oferecer o seu abraço, considerado por muitos como um conforto para a alma.
Para saber mais www.brasil.amma.org