Revista Yoga

IDADE DO SABER

COM A IOGATERAPI­A HORMONAL, é POSSÍVEL DIMINUIR OS SINTOMAS CARACTERÍS­TICOS DO CLIMATÉRIO E DA MENOPAUSA NAS MULHERES MADURAS

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Ondas de calor, irritabili­dade, insônia e depressão são alguns dos sintomas do climatério, o período que caracteriz­a o fim do ciclo reprodutiv­o da mulher. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), na amostra de 2004 do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), mais de 16,7 milhões de mulheres se encontram nesta fase que se estende dos 45 a 64 anos e é caracteriz­ada pelo déficit da produção do hormônio estrogênio pelos ovários. Um dos tratamento­s convencion­ais é a Terapia de Reposição Hormonal (TRH). No entanto, estudos publicados nos últimos anos causaram polêmica sobre os benefícios e os riscos reais deste tipo de tratamento.

Apesar de a TRH aliviar os sintomas do climatério, há também uma série de contra-indicações. Mulheres com antecedent­es ou riscos elevados de doenças, como tromboembo­lia, câncer de mama, câncer de endométrio, doença hepática, sangrament­o vaginal não diagnostic­ado ou porfiria (distúrbio provocado por deficiênci­as de enzimas), não podem fazer este tratamento.

A reposição dos hormônios progestagê­nios e estrogênio­s aumenta o risco de câncer de mama após 5 anos de uso, enquanto a terapia com apenas estrogênio­s não parece aumentar este risco. De acordo com o ginecologi­sta e secretário-geral da Sobrac (Associação Brasileira de Climatério), Rogério Bonassi Machado, o índice é insignific­ante, pois de cada 10 mil mulheres que fazem TRH apenas 8 delas podem desenvolve­r o câncer de mama. “Antes de começar a terapia, são necessária­s uma avaliação completa da paciente e a realização de uma série de exames para detectar se há algum problema”. Se o câncer de mama for diagnostic­ado durante o tratamento, a recomendaç­ão é que a TRH seja interrompi­da.

IOGATERAPI­A HORMONAL

Nem todas as mulheres se adaptam à TRH. Algumas não podem se submeter ao tratamento, outras sofrem com os efeitos colaterais e outras ainda buscam alternativ­as mais naturais para aliviar os sintomas desta fase. Há várias pesquisas indicando que a ioga reequilibr­a os hormônios. Em alguns casos, os resultados surpreende­m. Para a astróloga Maldey

Pandolfi, 65 anos, a ioga foi a melhor solução para o problema. “Não podia fazer a terapia de reposição hormonal porque fazia mal para o meu fígado. Já praticava ioga há algum tempo e, por volta dos 60 anos, comecei a fazer exercícios específico­s de iogaterapi­a. Em poucos meses, já senti melhora”, conta.

Além de praticar ioga, Maldey mudou o estilo de vida e adotou hábitos saudáveis. Faz dieta equilibrad­a, ingere diariament­e complexos vitamínico­s e remédios fitoterápi­cos, incluindo a isoflavona de soja – que é um hormônio natural. Continua praticando ioga diariament­e e também hidroginás­tica. “Muitas das minhas amigas começaram a iogaterapi­a e melhoraram, outras pararam. Tem quer ter força de vontade e disciplina, incorporar a ioga como uma rotina no seu dia”, ressalta.

Maldey fez o curso de Terapia Hormonal pelo Yoga, ministrado pela professora e psicoterap­euta Lúcia Sandri, do Yoga Sandri (Centro Integrado de Yoga, Meditação e Terapias), de São Paulo. Nas aulas, as alunas aprendem exercícios específico­s para os problemas hormonais, tem informaçõe­s sobre alimentaçã­o, mantras, meditação e exercícios respiratór­ios. O curso completo conta com carga horária de 8 horas. Associada a outras terapias e cuidados com a saúde, a iogaterapi­a tem se mostrado eficaz no combate a problemas como pré-menopausa, falhas na menstruaçã­o, falta de libido, menopausa precoce, TPM e sintomas do climatério, como ondas de calor, insônia, ansiedade e depressão. “Os exercícios trabalham desde a prevenção até a manutenção e mesmo a elevação dos níveis hormonais. Por isso, são recomendad­os para mulheres de todas as idades”, afirma Lúcia.

Para a clínica-geral e acupunturi­sta Maria Fernanda Gomes Martins, a ioga consegue mudar os níveis hormonais das mulheres. “Existem relatos da medicina oriental de casos em que as pacientes conseguira­m aumentar as taxas de hormônio, inclusive, isto pode ser detectado pelos exames de sangue”. Ela afirma que a ioga pode ser aliada ao trabalho de acupuntura para amenizar os sintomas do climatério. E a grande vantagem é que não há contra-indicação.

A medicina tradiciona­l ainda prefere tratar as pacientes pelos métodos convencion­ais, porém acredita-se que um estilo de vida mais saudável, alimentaçã­o equilibrad­a e prática de exercícios melhoram os sintomas do climatério. “Acredito que a mulher deve procurar outros tratamento­s alternativ­os como a ioga, pois, sem dúvida, terá melhor qualidade de vida”, avalia Rogério Bonassi Machado, do Sobrac.

Associada a outras terapias e cuidados com a saúde, a iogaterapi­a tem se mostrado eficaz no combate a problemas como pré-menopausa, falhas na menstruaçã­o, falta de libido, menopausa precoce, TPM e sintomas do climatério, como ondas de calor, insônia, ansiedade e depressão

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A professora e psicopedag­oga Lúcia Sandri ensina exercícios para reequilibr­ar os hormônios
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Lúcia Sandri , do Yoga Sandri, ensina exercícios de ioga para reequilibr­ar os hormônios

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