FEITA SOB MEDIDA
ERRONEAMENTE DIVULGADA COMO UMA TÉCNICA, A VINIYOGA é UM DOS FUNDAMENTOS DA IOGA. O TERMO EM SÂNSCRITO SIGNIFICA “APLICAÇÃO APROPRIADA”, E IMPLICA A NECESSIDADE DE ADEQUAR A PRÁTICA AO ALUNO, FAZENDO FLORESCER TODO O SEU POTENCIAL
Antes da era moderna, da oferta abundante de cursos e de livros sobre o assunto, o ritual de aprendizado da ioga era uma prova de força de vontade e de intenção. O caminho para a iluminação pressupunha deixar tudo para trás – casa, família, amigos e bens materiais –, para viver uma vida de meditação, ásanas e autodisciplina. Ser escolhido para se tornar um discípulo era mais do que uma grande honra: consistia em uma oportunidade. A relação mestre-pupilo, nesse contexto, tornava-se fundamental, já que a técnica era passada somente dessa forma, imperando a tradição oral. Assim, a ioga é, por fundamento, um ensino individual e personalizado que, quando aplicado corretamente, pesa habilidades e necessidades pessoais, idade, profissão, opção religiosa e estilo de vida do aprendiz. Viniyoga é a palavra-chave deste conceito que reconhece a diversidade humana e a insere na prática iogue. Presente no Yogasutra de Patanjali – capítulo III, sutra 6 –, a Viniyoga apresenta a idéia de que o professor deve ensinar de acordo com o estágio e as características de cada aluno. Este tratado é o mais importante encontrado até hoje. Datado por volta do século II a.c., o texto contém práticas utilizadas antes desse período, que abrangem fundamentos conhecidos como Rajayoga ou Yogadarçana. Os professores Jorge Luís Knak e Maria Nazaré Cavalcanti, criadores do espaço Anjali e discípulos de Kausthub e TKV Desikachar, afirmam que Krishnamacharya (ver box) sempre foi um grande defensor do conceito. Prova disso é que, a partir dos anos 1980, ao perceber que seus alunos tinham a vida cada vez mais atribulada, compreendeu a necessidade de seus pupilos e desenvolveu um
Indicação: para pessoas nervosas, esta postura solta a coluna e as articulações dos quadris, alivia a ciática, tonifica os órgãos sexuais, acalma e energiza.
Posição: sente-se com as pernas estendidas e afastadas à sua frente, mantendo os joelhos e os dedos dos pés voltados para cima. Apóie as mãos no solo, uma à frente e a outra atrás dos quadris, que devem ser elevados, girando os ísquios para trás. Sente-se, permaneça na posição e apóie-se na parte da frente deles. Leve as duas mãos ao solo, à sua frente, e empurre a lombar como se fosse encostar o abdome no chão. Observe a contração do esfíncter para prevenir a distensão nas coxas e no períneo.
Pressione o chão com a parte posterior das coxas e desça o tronco o máximo que conseguir, abrindo os braços até encostar as mãos nos pés. Lembre-se de que o seu limite aumenta cada vez que você parar e respirar por um instante. Segure a posição sem que as pernas rolem para dentro ou para fora, mantendo coluna e tronco alongados. O objetivo final é, primeiramente, tocar o solo com o abdome; depois, com o peito e com a testa. Volte à posição inicial com a coluna ereta.
Contra-indicação: gestantes e pessoas com problemas de coluna, hérnia de disco ou ciática não devem praticar esta posição.