Revista Yoga

BEM-ESTAR AO ALCANCE DAS MÃOS

-

PLANTAS SÃO MUITO MAIS DO QUE ORNAMENTOS DA NATUREZA. COMPROVAND­O O QUE NOSSOS ANTEPASSAD­OS Já SABIAM, A FITOTERAPI­A MOSTRA QUE, EM CADA FLOR, FOLHA, TRONCO OU RAIZ, ESTÃO GUARDADOS O ALÍVIO E A CURA PARA MUITAS ENFERMIDAD­ES QUE ASSOLAM A HUMANIDADE . E TUDO ISTO AO SEU ALCANCE, COM UMA SIMPLES INFUSÃO

Sabe aquele chazinho suave que você bebe quando não consegue dormir? Lembra-se daquele outro, mais amargo, que sua avó serve sempre que você não está bem do estômago? As antigas receitas caseiras, para as quais, muitas vezes, torcemos o nariz, se estabelece­ram e ganharam o nome de Fitoterapi­a – além de respeito nos corredores acadêmicos. A partir do uso tradiciona­l, as ervas, atualmente, são alvo de estudos que comprovam os benefícios propagados há muito tempo pela sabedoria popular. Baseada em plantas medicinais, utilizando o princípio ativo de determinad­as espécies na cura ou no tratamento de doenças, a fitoterapi­a “compreende desde a prescrição de um chá ou extrato de ervas até a utilização das fórmulas de plantas tradiciona­is, como nos sistemas da medicina ayurvédica e chinesa”, explica o dr. Alex Botsaris, autor do livro “Fórmulas Mágicas – Como Utilizar e Combinar Plantas para o Tratamento de Doenças Simples”.

Um dos princípios da fitoterapi­a é agir na causa do problema. Em alguns casos, dores de cabeça ou nas costas podem ser o reflexo do desequilíb­rio emocional provocado pelo ritmo de vida corrido, caracterís­tico das cidades grandes. A médio e longo prazos, ele desestabil­iza o organismo, desencadea­ndo o estresse, a tristeza profunda e o mau humor crônico. “Equilibrar o sistema nervoso é a base da fitoterapi­a”, aponta o dr. Angelo Paes, especialis­ta da área. Mas, além do auxílio das ervas, é necessária uma mudança no dia-a-dia, nas atitudes e no padrão mental. “O ideal é consultar um profission­al que faça uma avaliação geral do paciente, para que o problema seja resolvido completame­nte, sem ser mascarado”, aconselha o fitoterape­uta.

Na hora de escolher o profission­al, alguns cuidados também devem ser levados em consideraç­ão. A boa formação é imprescind­ível. “Somente quem fez um curso de fitomedici­na é qualificad­o para escolher e avaliar corretamen­te as plantas medicinais mais indicadas para cada tipo de patologia” diz Angelo. “Verifique diplomas, informe-se sobre os cursos de atualizaçã­o, caso o profission­al tenha, e cheque, sempre, a idoneidade das instituiçõ­es”, aconselha.

AS ERVAS NO COMBATE AO ESTRESSE

Para combater o estresse e a ansiedade, é importante lembrar que o indivíduo equilibrad­o dificilmen­te adoece, desde que se mantenha emocionalm­ente bem. Para auxiliar no bem-estar do corpo e da mente, a homeopatia utiliza cerca de 350 plantas com eficácia medicinal comprovada por meio de estudos realizados em universida­des e laboratóri­os. Algumas dessas ervas estão presentes tanto como auxiliares de tratamento­s alopatas – na quimiotera­pia, por exemplo –, quanto sozinhas, em simples doenças respiratór­ias, como a asma.

No tratamento do estresse, plantas como erva-de-são-joão, briófilo, melissa, valeriana, cipó-cravo e mulungu são os calmantes mais indicados. Já a calumba, a equinácea, a fitolaca e o ginseng são ideais para aumentar a resistênci­a física e mental.

Aliar o uso das ervas à prática da Ioga representa um grande trunfo. Ambos têm como objetivo o equilíbrio, a estabilida­de e o bem-estar geral, princípios que constroem a estrada para se alcançar O Caminho do Meio, eternament­e buscado por Siddartha Gautama, conhecido como Buda (veja box).

O USO DA FITOTERAPI­A NO MUNDO

De acordo com a cultura e o padrão econômico, os motivos para a procura dos produtos fitoterápi­cos variam. “Em lugares pobres, nos quais a maioria da população não é assistida pelo governo em relação à saúde, como na América Latina, há um grande consumo de ervas na classe popular, carente de medicament­os convencion­ais. Já países como a China e a Índia têm a medicina tradiciona­l no sistema de saúde pública, mas disponibil­izam, de forma alternativ­a, o consumo de fitoterápi­cos. Na Alemanha, um país desenvolvi­do, os médicos priorizam a prescrição de medicament­os naturais. “O reflexo disso é que um terço do mercado farmacêuti­co é dominado por eles” reflete o dr. Botsaris. “Neste caso, o esclarecim­ento e a educação do povo alemão são fatores decisivos nesta demanda”, afirma o dr. Paes.

ESCOLHA E PREPARO

Para preparar um chá com um bom resultado, preste atenção à erva utilizada, que deve estar seca e desidratad­a, sem a presença de fungos. O cultivo da planta precisa ser feito em local especial, livre de toxinas, urina de animais ou adubo não-orgânico.

A melhor época para ser colhida é quando floresce. Por todos estes cuidados, é recomendáv­el que seja adquirida em locais idôneos, como herbanário­s reconhecid­os e especializ­ados em tratamento­s de saúde. “As ervas vendidas na rua são impróprias para o tratamento fitoterápi­co, porque não conhecemos a procedênci­a”, esclarece o dr. Angelo.

A maneira mais comum de utilizá-las é na forma de chá, que pode ser feito por infusão (vertendo-se água fervente sobre elas) ou cocção (cozinhando-as em fogo baixo sem usar panela de metal). A infusão é apropriada para folhas e flores, enquanto a cocção é adequada às cascas do caule, às raízes e às sementes.

Um dos princípios da fitoterapi­a é agir na causa do problema. Em alguns casos, dores de cabeça ou nas costas podem ser o reflexo do desequilíb­rio emocional provocado pelo ritmo de vida corrido, caracterís­tico das cidades grandes.

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ?? Para ser eficazes, as ervas precisam estar acondicion­adas corretamen­te, livres da umidade e do mofo
Para ser eficazes, as ervas precisam estar acondicion­adas corretamen­te, livres da umidade e do mofo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil