MUITOS SÃO CONVIDADOS, MAS POUCOS, ESCOLHIDOS
(MT 22:14)
A HORA É CHEGADA.
Se você quiser, pode ficar onde está e como está, a perder tempo. Se você quiser, pode continuar inconsciente e sem rumo, sem rota, sem objetivo, perdendo tempo e perdendo-se dentro do tempo. O homem desperto, graças a longas experiências decisivas, já elegeu seu rumo e está irreversivelmente a caminho. A viagem redentora é na direção de dentro, dentro de nós. Ali se encontra o Senhor, o próprio Brahma, Ser Absoluto. Yoga é o rompimento de grilhões, de condicionamentos e de dependência. É libertação. Yoga é vitória sobre as trevas. É iluminação. Yoga é reencontro com o Ser-verdade. É divinização. Yoga é esforço, luta e vitória. É o partir, o caminhar e o chegar. Há modos diferentes para vencer distâncias, na estrada para Deus. Se o que mais nos afasta de Deus e nos vincula ao mundo é o nosso imperfeito amar, é a nossa incapacidade para o verdadeiro amor, o nosso caminhar tem de ser não contra o mundo, mas a favor de Deus. Serão a universalização e a divinização de nosso amor que poderão cortar as amarras de servidão e dar-nos, na unificação com o Deus que amamos, a libertação salvadora. A isto se chama Bhakti Yoga. Se o que nos tem frustrado a sede de felicidade e nos tem amargurado e retido é nosso agir egoístico e alienante, nosso caminhar consistirá em divinizar nossa atuação no mundo de Deus, e, assim, unir-nos ao Deus do mundo. A isto se chama Karma Yoga. Se o que nos empobrece e amesquinha é a ilusão de sermos antideus, padecendo uma distância frustradora imensa, nosso caminhar precisa ser no rumo da sabedoria, buscando a “verdade que liberta”. A isto se chama Jnana Yoga. De um lado, o mau humor, a má ação e o mau conhecimento nos fazem egoístas e sofredores. De outro, o Yoga, como processo integral de divinização do amar, do atuar e do conhecer, é caminho redentor. Não é exatamente isto o que Cristo ensinou, exemplificando? Ele insistiu: “Amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a vós mesmos”. Ele nos prometeu: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”. Ele determinou: “Aquilo que quereis que vos façam, fazei vós aos outros”. Ele nos acordou com benditos açoites de Sua Verdade. Desafiou-nos a “tomar a cruz” e a segui-lo. Foi-nos exemplo perfeito de discernimento (viveka), de desapego (vairagya), de devoção-amor (Bhakti), de ação perfeita (karman), de sabedoria (jñana), de bravura e resignação (tapas), de auto-entrega ao Pai (Isvarapranidhana)... Eis por que peço a Jesus, o Cristo, que me torne como um shela, que seja meu divino Guru. Vamos, você e eu, realizar o Yoga que o Cristo sempre foi e jamais deixará de ser? Vamos pedir aos grandes sábios e aos santos da Índia que nos elucidem sobre o que ainda não percebemos perfeitamente na imortal mensagem cósmica de Jesus? Vamos pedir que Jesus, que nos dá amor, nos ajude a entender Krishna, Buda e todos os outros que também ensinaram? Vamos romper barreiras e realizar uma vida ecumênica, no bendito redil do Pastor? Vamos, amigo, aprender e praticar, até chegar ao Nirvana e podermos dizer: “Eu e Pai somos Um!”.
(Do livro “Yoga, Caminho para Deus”, Ed. Nova Era. Autor: Hermógenes)