AUTOCONHECIMENTO durante a adolescência
Durante a adolescência, o contato com a internet é ainda maior. As pessoas se fazem mais presentes nas redes sociais e podem até construir relações de amizade que só existem no ambiente virtual. Há inúmeros perigos escondidos na diversão on-line, como cyberbullying e exposição à pornografia e a influências negativas, mas vamos analisar como o autoconhecimento se mostra nesse universo ameaçador.
Diferentemente da infância, é improvável que os familiares de uma pessoa adolescente sejam capazes de controlar o conteúdo que ela consome. Como ela já está adquirindo independência, pode acreditar que os parentes a estariam atrapalhando nesse processo de descobrir contas a seguir e vídeos para assistir.
Infelizmente, a situação pode fugir do controle com facilidade. Falando sobre os casos de cyberbullying, que se caracterizam por agressões virtuais a uma pessoa (xingamentos, intimidação, ameaças etc.), uma pesquisa promovida pela Intel Security, em 2015, revelou que 66% dos jovens brasileiros de 8 a 16 anos que participaram do levantamento já presenciaram casos de agressão na internet.
Muitas vezes, um comentário negativo sobre a aparência de alguém pode parecer inofensivo para quem o escreve, mas terá consequências sérias para quem o recebe. Nesse sentido, o autoconhecimento auxiliaria uma pessoa a não se abalar com possíveis críticas ou ataques.
O cyberbullying deve ser punido, e os adolescentes devem ser capazes de conversar sobre isso com seus familiares, mas é a partir do autoconhecimento que esses jovens terão consciência de que o que dizem sobre eles na internet não corresponde ao que eles realmente são.
Outra ameaça da internet para os adolescentes é a exposição à pornografia. O serviço de aconselhamento Childline, do Reino Unido, realizou um estudo em 2015 com 700 adolescentes de 12 a 13 anos sobre esse tema. Constatou-se que 1 em cada 5 adolescentes recebeu uma imagem pela internet que considerou perturbadora, enquanto 12% afirmaram já ter participado de alguma forma de um vídeo de sexo explícito.
O problema da exposição à pornografia é a formação de uma imagem sobre o sexo que não corresponde à realidade. A sexualização e a objetificação dos corpos pode fazer com que as pessoas se sintam mal consigo, ou que tenham expectativas sobre o ato sexual que não podem ser atendidas.
Com o autoconhecimento, porém, adolescentes podem aprender sobre seus corpos, sobre o que lhes dá prazer e sobre formas seguras de se proteger de ISTS ou de prevenir uma gravidez. A educação sexual e as informações sobre a importância de se conhecer, nesse caso, podem ser fornecidas por familiares ou por escolas.
A exposição a perfis de influenciadores ou de celebridades pode ameaçar a autoestima de muitos adolescentes. Meninos e meninas podem criar uma imagem irreal de um corpo ideal, e conduzirão seus hábitos alimentares de forma a atingir um objetivo impossível, visto que muitas vezes as fotos que essas pessoas compartilham são editadas.