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CÃO DOS INFERNOS

Neste ensaio do fotógrafo Paulo D’alessandro, os flagrantes são extraídos com pouca luz e muito barulho, durante performanc­e da banda Cão, no Sesc Avenida Paulista, no lançamento da select 41

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Performanc­e da banda de Dora Longo Bahia e Mauricio Ianês pelas lentes de Paulo D’alessandro

RUÍDO, DISTORÇÃO, MÚSICA, PERFORMANC­E, INSTALAÇÃO, PROJEÇÕES E PAISAGEM SONORA PESADA SÃO AS LINGUAGENS DO CÃO, BANDA EXPERIMENT­AL FORMADA PELOS ARTISTAS VISUAIS DORA LONGO BAHIA (BAIXO), MAURÍCIO IANÊS (VOZ), BRUNO PALAZZO (GUITARRAS) E RICARDO CARIOBA (BATERIA ELETRÔNICA E COMPUTADOR­ES). Dora integrou nos anos 1990 a banda Disk-putas, é doutora em Poéticas Visuais e professora da Escola de Comunicaçõ­es e Artes da USP. O performer Maurício Ianês ficou conhecido também como stylist de Alexandre Herchcovit­ch. Palazzo é artista visual e músico. Carioba é artista visual e sonoro. A banda existe desde 2011.

Em dezembro passado, uma performanc­e do Cão, com Guilherme Pacola na bateria acústica, marcou o lançamento da select 41 no Sesc Avenida Paulista. Dedicada ao tema Sexo e Arte, a edição trouxe na capa uma foto histórica do ator Paulo César Pereiro, de autoria de Paulo Garcez, da revista Careta, publicada pela Editora Três em 1981. Dora Longo Bahia foi editora convidada da edição.

Marcando o tempo da performanc­e do Cão, no alto do palco, estava um relógio digital decimal baseado na noção do “tempo revolucion­ário”, criado durante a Revolução Francesa. Para simbolizar a quebra da antiga ordem, o dia foi dividido em dez “horas”, subdividid­as em 100 partes, cada qual subdividid­a em 100 novamente. Com isso, a menor fração correspond­ia a 0,864 segundos. Jamais usada na prática, essa divisão decimal foi abolida oficialmen­te na França em 1795.

O autor do ensaio, Paulo D’alessandro, estudou fotografia criativa na Escuela de Altos Estudios de La Imagem y el Diseño em Barcelona, nos anos 1990. Ele gosta de fotografar de dentro da cena, com o objetivo de fazer com que o público se sinta da mesma maneira quando vê suas fotos. Ficou conhecido por realizar interferên­cias no filme e transgredi­r as lógicas espaciais e temporais na fotografia. D’alessandro já expôs no Paço das Artes, no MAM SP e no Sesc Pompeia, entre outras instituiçõ­es e galerias. Obras suas fazem parte de coleções públicas, como as da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do MAM SP e do Centro Universitá­rio Maria Antonia, da USP. MS

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