ARTICULAÇÕES DA 34ª BIENAL
A 34ª EDIÇÃO DA BIENAL DE SÃO PAULO PRETENDE EXPANDIR-SE PARA OUTRAS INSTITUIÇÕES DE SÃO PAULO E CHEGAR ÀS PERIFERIAS.
A proposta curatorial de Jacopo Crivelli Visconti para a 34ª Bienal de São Paulo, desenvolvida com o curador-adjunto Paulo Miyada e os curadores convidados Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, elabora as relações. O evento terá início com três exposições individuais, entre março e setembro de 2020, produzidas conjuntamente com instituições internacionais. Depois, essas obras debutantes serão reconfiguradas para a montagem da grande exposição coletiva que toma o prédio inteiro da Fundação Bienal de São Paulo entre setembro e dezembro do ano que vem. “Acho muito mais interessante voltar a ver obras que você já viu em um contexto diferente, e ler ela de uma maneira mais profunda e original, do que necessariamente colocar obras novas no mundo”, diz Crivelli Visconti à select.
O jogo de relações curatoriais terá continuidade com parcerias realizadas com outras 20 instituições culturais de São Paulo, oferecendo uma programação coordenada. Um mesmo artista poderá ser visto no Pavilhão da Bienal e no contexto de uma individual em um museu como o Masp ou a Pinacoteca do Estado. Dessa forma, o projeto pretende articular duas instâncias do conceito de relação – entre obras e entre espaços. “Algumas são instituições que têm programações mais dinâmicas, definidas com menos prazo de antecedência e têm, talvez, mais dificuldade para a captação de recursos. Para estas, a Bienal apareceu como oportunidade de fazer uma exposição que, de repente, elas sonhavam fazer há muito tempo”, prevê Crivelli Visconti. “A Bienal volta a ter um papel de participação efetiva e ajuda direta na consolidação do sistema da arte.”
Outro tipo de relação abordada é entre públicos, preocupação que levou o atual presidente da Fundação Bienal, José Olympio da Veiga Pereira, a escolher a curadoria da 34ª edição. “Nós queríamos uma bienal que contemplasse os diferentes públicos que ela atende. Uma bienal que não fosse feita só para o público especializado”, diz José Olympio à select. Entre os parceiros institucionais do evento estão equipamentos da prefeitura de São Paulo e unidades do Sesc localizadas em regiões periféricas da cidade. “A gente sabe que não é todo mundo que tem interesse em se deslocar para ver uma exposição de arte contemporânea. Agora, quando você leva algo para um lugar onde eles estão acostumados a ir, de repente você faz um gesto mais forte de inclusão do que colocar um ônibus para que a pessoa vá até o Parque do Ibirapuera”, diz Crivelli Visconti.