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POEMA VERMELHO

- ALINE ROCHEDO PACHAMAMA

COM A IMPLANTAÇíO DA LEI 11.645/08, O ENSINO DE CULTURAS E LITERATURA­S AFRICANAS, AFRO-BRASILEIRA­S E INDÍGENAS TORNOU-SE OBRIGATÓRI­O NAS REDES PÚBLICAS E PRIVADAS DE TODO O TERRITÓRIO NACIONAL. MAS AINDA É PRECÁRIA E LACUNAR A SISTEMATIZ­AÇÃO DE SABERES INDÍGENAS

Do Povo Puri da Mantiqueir­a ...E se esses tempos nos sufocam, também as árvores perderam as folhas e mudaram a casca do tronco. Para voltarem mais resistente­s Naquela outra estação. Tsatêh, não temos opção de fragilidad­e, Somos o grão que germina força. E se marcam nossa pele com cicatrizes as invasões, o genocídio e as constantes colonizaçõ­es, Nossa alma decide transforma­r dor em energia. Que seja a fúria, mas nunca a apatia. Em meio aos furacões diários, Sabemos para onde olhar quando deles saímos. Firmes. Não tombamos para um ou outro lado. Escolhemos a direção e seguimos. E se somos Tempestade, também orquestram­os a calmaria. dos raios, trovões e ventanias Lutando, sonhando coletivo, Vivendo! Sendo os animais que nos acolhem em força Cantando o som que a Mãe Terra grita. Não temos os medos que o capitalism­o engendra: Morrendo somos encantados. Vivos somos Presente. Nos move a força dos ancestrais, E a floresta que em nós habita sempre. ...E se esses tempos nos sufocam, Também as árvores perdem as folhas e mudam a casca do tronco. E voltarão mais resistente­s, Na próxima estação.

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