#FLORESTAPROTESTA
A gráfica ativista de Armando Queiroz, Thiago Martins de Melo e do Aparelhamento em defesa do meio ambiente
MEMÓRIA AFETIVA
Recentemente, ele deparou-se com a palha do Tururi, que estica ao ponto de quase se transformar em um tecido e, na viagem com a Farm para a Ilha de Marajó, onde aconteceu o ensaio fotográfico, Young também descobriu a inajá, palmeira nativa cujos frutos, que se parecem com tigelas, já aparecem nas suas criações. As “tigelas”, o artista depois soube, eram utilizadas por sua mãe e a avó para dar comida aos cachorros. “É muito forte para mim e me emociona de verdade, quando percebo que o que uso tem uma história e que outras pessoas podem voltar para essa memória afetiva de casa e conforto”, diz.
Requisitado cada vez mais pelo mercado da moda, para o editorial da grife Dion Lee, o estilista teve a oportunidade de coordenar toda a produção em Belém. A conversa com a marca foi toda a distância e, a partir das peças enviadas, Young pôde escolher os modelos e os fotógrafos com quem iria trabalhar. “Tenho pensado nessa forma de ter autonomia para criar, de fazer com que a colaboração aconteça a partir de como eu quero que seja”, diz.
Ainda que confesse ter medo de avião e não gostar muito de viajar, ele justifica essa vontade pelo fato de ter o Pará como seu lugar de inspiração. “A resistência que tento propor é para que as pessoas entendam que não sou sozinho. O que crio não vem só de mim, mas há pessoas que vêm antes para que eu possa construir, como minha mãe, minha família”, justifica. “Se tenho a oportunidade de trabalhar com as pessoas daqui, prefiro ter essa oportunidade e dar oportunidade a elas também. Aqui é o lugar que me nutre.”