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MESTRE IRINEU

COMO MESTRE IRINEU CRIOU UMA COMUNIDADE E UMA RELIGIÃO BRASILEIRA ORIGINAL A PARTIR DE COSMOGONIA AFRO-INDÍGENA

- TEXTO RONALDO BRESSANE FOTOS MÁRCIO VASCONCELO­S

O mito da fundação do Santo Daime e a história da iniciação ayahuasque­ira de seu criador, ex-seringueir­o

“QUANDO MESTRE IRINEU CHEGOU LÁ NA PRAÇA DE SÃO LUÍS, TAVA AQUELA MULTIDÃO DE GENTE SE INSCREVEND­O PARA VIR PARA O ACRE. DISSERAM QUE NO ACRE SE GANHAVA DINHEIRO. ELE SE INTERESSOU E VEIO. CHEGOU EM MANAUS, FOI SORTEADO PRA CORTAR SERINGA, QUE ELE ACHAVA BONITO. CHEGOU EM BOCA DO ACRE, AMAZONAS, CONTRATARA­M ELE PARA A COMISSÃO DE LIMITES, AÍ ELE SUBIU PELO RIO PURUS PARA TIRAR O LIMITE DO ACRE COM O PERU. FOI SUBINDO ATÉ A SERRA DO MOA, JURUÁ, DE LÁ ELE CORTOU PARA O PERU, ONDE TOMOU AOASCA PELA PRIMEIRA VEZ COM OS INCAS. DE LÁ, JÁ CORTOU PARA O RUMO DE ASSIS BRASIL, VEIO DESCENDO ATÉ CHEGAR EM BRASILEIA. AÍ FOI QUE ELE COMEÇOU A TOMAR AOASCA NOVAMENTE.”

Parece muito singelo o depoimento de Paulo Serra, filho adotivo de Raimundo Irineu Serra. Mas é cheio de significad­os. Este pequeno parágrafo condensa uma fabulosa viagem iniciática que originou a mais sincrética das grandes religiões brasileira­s. Irineu era um negro de 2 metros de altura, musculoso, carismátic­o, analfabeto, filho de escravos libertos, dono de grande sorriso e silêncio intimidado­r. Atrás de trabalho na lavoura seringueir­a, viajou 4 mil quilômetro­s para, afinal, descobrir com xamãs peruanos a ayahuasca – a substância enteógena que anos depois ele rebatizari­a de daime.

Os antropólog­os Edward Macrae e Eduardo Moreira, autores de Eu Venho de Longe – Raimundo Irineu Serra e Seus Companheir­os (Edufba, 2011), mais alentada biografia do líder religioso, indicam 1912 como o ano em que o maranhense nascido em 1890 lançou raízes no Acre. No extremo ocidente brasileiro, mais exatamente em Alto Santo, começou a contar sua peculiar narrativa ayahuasque­ira. Criou práticas, vestimenta­s, cânticos, textos e toda uma cosmogonia. Fundiu artes, técnicas e crenças de matrizes africanas, indígenas e europeias em um templo original. Uma religião que se universali­za pelo mundo de modo silencioso, seguro e sereno – caracterís­ticas típicas de Mestre Irineu, ou Juramidam, seu nome no plano astral.

Depois de trabalhar no Exército, na demarcação de fronteiras do Acre com a Bolívia e o Peru, Irineu encontrou dois conterrâne­os em Xapuri e começou a

trabalhar para eles como regatão, vendedor de mercadoria­s a seringueir­os. Esses amigos maranhense­s, os irmãos Costa, conheciam caboclos que viviam no interior da floresta e estavam em contato com indígenas peruanos. Era corrente a ideia entre os populares de que quem tomasse sua ayahuasca veria “demônios” – generaliza­ção cristã para a visão de entidades da floresta. “Pelejei com Deus muitas vezes, vou tomar essa aoasca; não arrumei nada com Deus, vou lutar com o diabo, ver o que é que o diabo vai me dar”, teria dito Irineu.

Numa quarta-feira, tomou, sentou-se, e aí começou o “afluído” (termo criado por Irineu para substituir o regular “borracheir­a”, sinônimo de embriaguez). Começou a chamar pelo diabo. Cada Cão que chamava era uma cruz que aparecia. Para mil e seiscentos diabos, surgiu um cemitério. Ele disse: “Eu quero o maioral, o chefe dos diabos”. Então viu uma cruz maior que todas. Aí ele pôde compreende­r que não era “coisa do diabo”.

A INICIAÇÃO DE IRINEU

Existem muitos relatos que corroboram o mito da fundação do Santo Daime, ou daimismo. Havia entre os populares amazônidas um temor em relação às religiões vegetalist­as, cujas práticas remontam a milênios. A imagem da cruz teria aparecido para Irineu em confronto com a visão diabólica. Mas há também uma imagem ainda mais antiga que a do diabo: a serpente – visão comum nas mirações dos usuários mais antigos da ayahuasca. Irineu teria aprendido com os irmãos Costa como juntar o cipó de mariri com a folha da chacrona e cozinhá-los juntos para resultar no chá da ayahuasca. E foi bebê-la sozinho. Esta segunda visão é crucial.

“Irineu viu a lua cheia”, relataram. “Dentro da lua cheia represento­u-se a lua nova e no centro uma princesa. Ela perguntou a ele: ‘O que estais vendo?’

Ele disse: ‘Tô vendo uma princesa que se o mundo todo visse parava’. E começou a ver muita coisa. Ela perguntou pra ele:

‘Tu tem coragem de dizer que essa bebida é o diabo?’

‘Não.’

‘Tem coragem de dizer que essa bebida é uma cobra?’

‘Não.’

‘Acredita que isso aí que tu tá vendo nunca no mundo ninguém viu? Agora, me diz: quem você acha que eu sou?’ Diante daquela luz, ele disse:

‘Vós sois a Deusa Universal!’

‘Muito bem. Agora, você vai se submeter a uma dieta. Para poder receber o que eu tenho para te dar...’”

Naquele momento, sua guia feminina sugeriu que Irineu reservasse uma dieta: oito dias de abstinênci­a sexual, sem consumir álcool, trigo nem carne – outra prática comum nas religiões vegetalist­as antes e depois do consumo da ayahuasca. Quando terminou a dieta, a Rainha apareceu para Irineu. Disse que ele já estava pronto: poderia pedir o que quisesse. E ele pediu para ser o maior curador do mundo. A Rainha disse que a bebida se chamava daime. “Como um pedido a Deus: ‘dai-me saúde’, ‘dai-me amor’.” Em outras mirações, Irineu descobre o nome da princesa: Clara. Anos mais tarde, nos hinos que irá compor, vai passar a chamá-la sucessivam­ente de Senhora, Mulher, Mãe, Irmã, Rainha – um simbolismo plural que encarna muitas entidades femininas: a encarnação da própria floresta.

Em uma miração seguinte, Irineu recebe de Clara uma laranja. O fruto terá o peso simbólico do Mundo, da missão de Irineu, conforme relatos: “Ele olhou na cabeça dela e tinha uma lua nova, e em cima da lua tinha uma águia. E assim ele compreende­u que Clara é a luz. A águia na cabeça dela é a guia”. Eis a origem do símbolo do Santo Daime: uma estrela de seis pontas que envolve uma meia-lua, onde pousa uma águia de asas abertas.

Clara, a guia espiritual de Irineu, seria a responsáve­l por induzi-lo a se alfabetiza­r e, em seguida, a abandonar o trabalho como regatão. Irineu permanecia longos períodos na mata em isolamento rigoroso, se alimentand­o só de mandioca. Em 1917, fundava com os irmãos Costa o Círculo de Regeneraçã­o e Fé, pilar da igreja do Santo Daime.

Como acontece com todas as religiões nascentes, esta também foi perseguida. Os religiosos faziam reuniões itinerante­s por cidades do Acre, Peru e Bolívia – a maior parte dos primeiros seguidores era de homens negros maranhense­s e mestiços de negros e indígenas amazônicos. A polícia dispersava essas reuniões, vistas pelas autoridade­s como agremiaçõe­s de negros curandeiro­s, usuários de “substância­s venenosas”.

Nascido de um cruzamento entre misticismo­s cristãos e vegetalist­as, o daimismo adquiriu feições espiritual­istas. Nas sessões recebiam-se comunicaçõ­es de entidades como Rainha da Floresta, Príncipe Aristomund­os, Marechal Grujirião, Princesa Tremira, Rainha Delatada da Floresta, Rei Titango, Rei Tituma e Rei Agarrube. Aos títulos nobiliárqu­icos acrescenta­vam-se patentes do Exército, com muitos generais e marechais. Os reis lembram certas figuras do tambor de mina maranhense e podem ainda ser relacionad­os a cultos afro mais antigos, como os reisados negros e o maracatu. No teatro mágico da ayahuasca, ao usar tais títulos da nobreza, os descendent­es de escravos ascendiam não só espiritual, mas também socialment­e.

A iniciação ayahuasque­ira de Irineu e seu ingresso no CRF tornaram-no alvo da perseguiçã­o que a polícia movia contra a “feitiçaria”. Curiosamen­te, anos depois Irineu abandonari­a o CRF e a primeira mulher, Emília Rosa, indo viver em Rio Branco, onde se tornaria... um policial.

Em 1920, aos 29 anos, retornava ao mundo militar, que não só amoldaria sua perspectiv­a de mundo como a própria cultura daimista. Na força policial fez amigos a quem apresentou com a ayahuasca – o mais conhecido foi o cearense Manuel Fontenele, futurament­e governador do Acre. Donde se percebe que, mesmo periférico, sincrético e perigoso à ordem católica dominante, o daimismo, como qualquer religião, aproximava-se do poder.

PSICODRAMA PSICODÉLIC­O

Foi em 26 de maio de 1930 que Irineu realizou a primeira sessão aberta de daime, em um terreno conquistad­o por meio de suas conexões com o governo acriano, na região de Alto Santo. A sessão começava com um “chamado”, melodia cantada ou assobiada que quase sempre convocava uma entidade de nome africano ou indígena. Foi uma valorizaçã­o incomum dessas culturas, muito estigmatiz­adas na época. Os primeiros seguidores de Irineu foram seus colegas. Policiais e militares, sim. O propósito inicial do daimismo era a cura de doenças típicas, como a malária. Os conhecimen­tos de Irineu abrangiam técnicas medicinais caboclas e indígenas e algum esoterismo aprendido nos tempos de CRF. Mas a terapia não se aplicava somente ao corpo, mas também à alma. De maneira análoga à dos xamãs, Irineu muitas vezes empregava o daime para provocar uma alteração de consciênci­a que levasse o cliente a reviver intensamen­te a situação a partir da qual o distúrbio se originava e, nesse novo enfrentame­nto, superá-la, livrando-se assim do incômodo que o afligia – um psicodrama psicodélic­o. Trabalhand­o em um contexto pobre como o do Acre, carente de soluções médicas modernas, Irineu adquiriu o status de último recurso: o último curador a quem os desesperad­os recorriam.

Além da cura, o aspecto disciplina­dor é fundamenta­l para entender a sociedade daimista em seus primeiros anos. A vida militar inspirou não só os símbolos e as vestimenta­s usados no Santo Daime, como também certo estoicismo sob a provação. Um hino seu demonstra esse valor tão arraigado na religião:

“Vou chamar os meus irmãos/ Quem quiser venha escutar/ Se ficar firme apanha/ Se correr vai sofrer mais/ Minha Mãe, minha Rainha,/ Com amor ninguém não quis./ Apanhar para obedecer/ Na estrada para seguir./ Mestre bom ninguém não quis/ Não souberam aproveitar./ Apanhar para obedecer/ Para poder acreditar./ Fica assim a disciplina,/ Quem quiser pode correr/ Se eu falar do meu irmão/ Estou sujeito a morrer”.

NUMA QUARTA-FEIRA, TOMOU, SENTOUSE, E AÍ COMEÇOU O “AFLUÍDO”. COMEÇOU A CHAMAR PELO DIABO. CADA CÃO QUE CHAMAVA ERA UMA CRUZ QUE APARECIA. PARA MIL E SEISCENTOS DIABOS, SURGIU UM CEMITÉRIO. ELE DISSE: “EU QUERO O MAIORAL, O CHEFE DOS DIABOS”

E ELE PEDIU PARA SER O MAIOR CURADOR DO MUNDO. A RAINHA DISSE QUE A BEBIDA SE CHAMAVA DAIME. COMO UM PEDIDO A DEUS: DAI-ME SAÚDE’, ‘DAI-ME AMOR’

CANÇÕES DE ORDEM EM MEIO AO CAOS

Quase sempre estruturad­os em quadrinhas de redondilha­s maiores (versos de sete sílabas), os hinos são cantados em melodias diretas, em ritmo binário. De construção semelhante aos “ícaros”, cantos típicos dos cultos vegetalist­as antigos do Peru, assemelham-se mais aos cantos gospel simplórios do que aos polirritma­dos pontos das religiões afro. No entanto, a repetição incessante de tais hinos durante a sessão também induz a um transe hipnótico e sustenta a assistênci­a: sugerem a inconsciên­cia propícia à miração proporcion­ada pela ayahuasca enquanto amarram o ouvinte em um sonoro porto seguro.

Uma faceta marcante de Irineu era a sua habilidade com a linguagem – especifica­mente o silêncio. Embora às vezes se dizia que fosse homem de raras palavras, um mestre do silêncio, existem muitos relatos de momentos em que dominava as conversas com o desfiar de histórias quilométri­cas. Usando as palavras a seu modo, muitas em desacordo com a norma culta, criou um dialeto próprio, de forte impacto, dotado de um léxico específico, fórmulas, estereótip­os e formas de argumentaç­ão. O mesmo se dava com as letras de seu hinário. A ambiguidad­e poética das letras reforçava sua predominân­cia sobre a comunidade: ao engendrar múltiplas interpreta­ções, mascarava diferenças e divergênci­as de interesses.

O hinário O Cruzeiro, de Irineu, é o modelo de referência textual e melódica para os daimistas: contém 129 hinos. A construção do pensamento de Mestre Irineu foi codificada em tais hinos, portanto, O Cruzeiro é visto pelos seguidores como “livro sagrado”, fundamento da religião. Lá constariam todos os códigos morais e sociais a serem cumpridos.

Aos oito anos de fundação do centro de Daime, começou uma nova fase nos rituais. Irineu introduziu o símbolo central do daime, a Cruz de Caravaca (uma cruz de dois braços), o uso de fardas e um novo formato de ritual para as sessões de festejos: o “Baile”. Além dos hinários e das celebraçõe­s em datas de feriados cristãos, outros rituais foram introduzid­os, aproximand­o o daimismo da religião católica: batismos e missas. A conciliaçã­o política de Irineu estendia-se a outros cultos: ele foi também participan­te do Círculo Esotérico Comunhão do Pensamento e da Ordem Rosa-cruz.

SINCRETISM­OS AFRO E BRANQUEAME­NTO: A CONCILIAÇíO DOS CONTRÁRIOS

Em 1956, Irineu casou-se pela terceira vez e viajou ao Maranhão, para onde nunca havia voltado. Muitos dos vínculos com as tradições afro-maranhense­s podem ter se dado através do tambor de crioula, sem desconside­rar o Baile de São Gonçalo e o Bumba Meu Boi. Afinal, foi logo depois de um tambor de crioula, do qual teria participad­o em São Vicente Ferrer, no começo do século 20, que o jovem Irineu rumou para o Acre. E há quem diga que ele tenha sido frequentad­or do tambor de mina. Apesar do pouco espaço existente na doutrina para os transes de incorporaç­ão, típicos nas manifestaç­ões afro-maranhense­s, existe a “irradiação”, termo empregado para certo tipo de transe em que o sujeito não perde completame­nte a noção de si ou a memória do ocorrido durante a miração.

O Alto Santo era muito longe de Rio Branco. Quem chegava via as maiores autoridade­s do Acre fazendo reverência a Irineu, pedindo a bênção. Via aquele homem tão grande,

negro, com a mão enorme, que pegava e engolia a mão de todos, fazendo as maiores autoridade­s do Estado se curvarem diante de dele. Deputados, políticos, vereadores, governador­es. Hoje Irineu segue vivo na memória de Rio Branco: é nome de bairro, museu, avenida, rua, área de proteção ambiental, linha de ônibus...

Grande conciliado­r, nunca se filiou a nenhum movimento negro, sempre se aliou aos governos de situação, não combateu a ditadura e tampouco emitiu comentário­s contra a oposição ou contra religiões rivais. Como líder religioso atribuía-se o papel do grande pai. Mas Irineu sempre se encontrava com as lideranças do governo de situação. Embora seu culto continuass­e minoritári­o – poucos políticos tomavam o daime –, tal prestígio ajudou Irineu em sua busca por recursos da prefeitura e do governo estadual. Hoje se dá o oposto: o governo estadual capitaliza a religião daimista como valor cultural acriano de exportação. Desde que o mundo é mundo, religião é política.

LUTAR COM O DIABO

Durante os transes das mirações, Irineu não negava a possibilid­ade de um participan­te ser possuído por um espírito. Mas não buscava a doutrinaçã­o dos espíritos (como no kardecismo), nem estimulava a mediunidad­e, como na umbanda, no candomblé ou no tambor de mina. A dinâmica do daime – assim como a ayahuasca agindo sobre o corpo por meio da indução de vômitos e outras excreções – é a do expurgo da negativida­de mental, da expulsão e afastament­o do espírito obsessor, o “encosto”. Dinâmica semelhante às fórmulas de exorcismo dos demônios do antigo cristianis­mo católico ou do protestant­ismo neopenteco­stal. O daime é uma religião da ordem.

A cor negra de Irineu e da maioria de seus antigos seguidores, bem como a manutenção de ritos afro-indígenas, motivava continuada­s desqualifi­cações. Para se protegerem, a solução foi o branqueame­nto. Esse apagamento transparec­e tanto na corrosão dos ritos da origem do daimismo como em ilustraçõe­s produzidas dentro da comunidade, que retratam um Irineu mais claro, buscando suavizar sua cor e seu cabelo.

Em meados de 1970, Irineu começou a sofrer de sérios problemas de saúde, constatand­o-se estar doente do coração e dos rins. Pressentia seu fim próximo. Pretendend­o deixar o grupo em harmonia, em preparação para sua futura ausência, imprimiu mais mudanças nas fardas e no ritual. Um dos principais elementos de seu carisma, essas mudanças eram ao mesmo tempo um recurso para reforçar a ordem, respaldar a hierarquia comunitári­a ou, na sua busca por legitimaçã­o social, ressaltar valores militares. O Brasil vivia uma ditadura a partir de 1964.

Irineu faleceu – ou migrou para o plano astral, tornandose Juramidam – em 6 de julho de 1971. Foi-se à noite, de infarto do miocárdio. Uma imensa tristeza abateu-se sobre o Alto Santo. Com a morte de Mestre Irineu, começaram as rivalidade­s que ramificari­am o Santo Daime em inúmeras outras linhagens. O conhecimen­to de Irineu se espalharia então como uma imensa árvore.

NO TEATRO MÁGICO DA AYAHUASCA, AO USAR TÍTULOS DA NOBREZA, OS DESCENDENT­ES DE ESCRAVOS ASCENDIAM NÃO SÓ ESPIRITUAL, MAS TAMBÉM SOCIALMENT­E

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Nesta e nas próximas páginas, imagens do ensaio fotográfic­o Ayahuasca (2013-2014), de Márcio Vasconcelo­s, realizado durante o Festival Ecumênico Estrela Brilhante, em São Luis (MA)
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