Acervos Itaú Cultural
Vertebes da Enciolopedia itau Cultural e projetos recen-inaugurados pelo instituto sublinham as heranças de comunidades indígenas originárias que artistas, brincantes e ativistas celebram em suas práticas atuais
NAINE TERENA
Doutora em educação e membro da nação Terena, Naine Terena é a nova colunista do Itaú Cultural e vem levantando debates urgentes que tocam em pontos nevrálgicos. Sem dar respostas, sustentando perguntas até o fim do artigo, Naine entrelaça saberes e convida o leitor para partilhar da reflexão. São quatro os artigos publicados até o momento: Economia Indígena, que expõe as relações econômicas entre cultura dominante e indígenas; As Mulheres Que Sabem Demais, que trata de questões próprias do feminismo indígena; Entrelaçando Saberes e Memórias Durante a Pandemia, que levanta as estratégias de sobrevivência e, em sua última coluna, Eu Estava Aqui o Tempo Todo, Só Você Não Viu – A Arte Brasileira Feita por Indígenas, que discute a imagem do “índio didático”, aquele retratado por tantos anos nos livros escolares, e a força e importância do ensino de artes na quebra desses paradigmas.
O SER AMAZÔNICO – ITAÚ CULTURAL PLAY
recente A de todos plataforma os estados do Norte do país. A seleção de filmes é do Matapi – Mercado Audiovisual de do Norte, articulação streaming dedicada ao desenvolvimento do audiovisual amazônico. Para do Ter Onde Ir, de Jorane Itaú Castro, é um dos destaques da Cultural mostra e primeiro longa- metragem feito no Pará em 40 anos. foi O encontro entre três mulheres lançada é o ponto de partida para uma narrativa sensorial trazendo que incorpora a paisagem amazônica ao drama das personagens um deste road-movie amazonense: catálogo Eva, uma comandante de navio, Melina que vive entre com baladas e amores incertos, 135 e Keithy, uma ex-cantora títulos, de tecnobrega que mora numa casa de palafita. Prêmio de Melhor que Direção e Atriz Coadjuvante abrangem no 40º Festival Guarnicê de Cinema, em 2016. produções de 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A mostra permanente O Ser Amazônico, faz um amplo e profundo recorte da produção
ROSA GAUDITANO
Formada em jornalismo, Rosa Jandira Gauditano (São Paulo, SP, 1955) começa meça a fotografar profissionalmente em 1977, para o jornal Versus, e torna-se editora de de fotografia do periódico. No início dos anos 1980, leciona fotojornalismo Huni na PUC/SP, trabalha em publicações importantes e inicia a documentação de de festas populares religiosas no Brasil. Em 1989, estabelece o seu primeiro – contato com povos indígenas, em Altamira, no Pará, e, a partir de então, documenta comunidades de índios Karajás, Kayapós, Tucanos, Yanomâmis, Xavantes, e Guaranis e Pankararus. Publica diversos livros de fotografia sobre o tema. Em 2004 e 2005, realiza, com apoio da Unesco, o projeto Nutrição Infantil para o Povo Xavante, focado nas mães de crianças de zero a 6 anos, criado a pedido dos anciãos da comunidade Wederã, da TI Pimentel Barbosa, Miranda. MT, para diminuir a mortalidade infantil. Em seguida, desenvolve com os indígenas na Xavante o Nossa Tribo, propondo uma ponte entre as aldeias e as cidades, com foco nas áreas de comunicação, fotografia e vídeo.
CHICO DA SILVA
Filho de indígena da Amazônia Peruana, Francisco Domingos da Silva (Alto Tejo, Acre, 1910 − Fortaleza, Ceará, 1985) foi pintor e desenhista. Começou a desenhpaor Daccaasrtvsãomeekguikz Rsaodbjreá muros e paredes de casebres de pescadores por volta de 1937, em Fortaleza. Na década de 1940, sob o incentivo do crítico e pintor suíço Jean Pierre Chabloz, iniciou-se na pintura a guache e, juntamente com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, expôs na Galeria Askanasy, RJ. Entre 1961 e 1963, trabalhou no recém-criado Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará. Em 1966, recebeu menção honrosa na Bienal de Veneza. Depois de quatro anos internado em um hospital psiquiátrico, voltou a pintar em 1981. Suas obras evocam o imaginário cosmogônico indígena tanto pelos temas relacionados à floresta e seus seres míticos quanto pela fatura de repetição de gestos e cores cobrindo toda tela.
CURURU
Folguedo popular encontrado, predominantemente, nas regiões rurais do Centro-oeste demonstram que e parte a origem do Sudeste da dança, do Brasil. e de sua (...) nomenclatura, Há pesquisas acadêmicas encontra-se que na etimologia do tronco linguístico tupi-guarani e em rituais indígenas anteriores à colonização europeia. Nas línguas tupis, o vocábulo cururu significa sapo ou sapo grande, o que explica uma dança cuja coreografia mimetiza o movimento do pulo do sapo. (...) No ano de 2004, é reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial Brasileiro. (...) Os cururueiros iniciam a dança com uma louvação ao santo homenageado, ajoelhando-se diante da imagem ou do altar. Em seguida, a dança acontece com o grupo de homens organizado em círculo, que gira sempre no sentido horário, acompanhando a direção do braco das violas de Coco.