DORA LONGO BAHIA
EM FRAMES DA DESTRUIÇÃO DA MATA, DORA LONGO BAHIA COMPÕE OBRA SERIADA PARA SE REFERIR ÀS CATÁSTROFES EM CURSO
Doutora em Poéticas Visuais pela ECA USP com pós-doutorado em Filosofia pela FFLCH USP. Professora no Curso de Artes Visuais e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da ECA USP e do Grupo de Pesquisa Depois do Fim da Arte.
HISTÓRIA E POLÍTICA NORTEIAM A OBRA DE DORA LONGO BAHIA. No campo de investigação da artista somam-se a violência doméstica, abordada nas séries feministas, a leitura da violência urbana domesticada pela circulação midiática de imagens e a violência política – à qual hoje se aplica, mais que nunca, o ataque deliberado ao meio ambiente. Seu trabalho é uma resposta aos ciclos históricos de violência cotidiana.
Para a série ativista da select, Longo Bahia repete o enquadramento da floresta em chamas da videoinstalação Brasil x Argentina (Amazônia e Patagônia) (2018). Três anos depois do projeto que abordava a relação entre o uso político dos mundiais de futebol e a catástrofe anunciada do aquecimento global, os índices de queimadas se adensam, a política alcança níveis inéditos de toxidade e a série #florestaprotesta reinstaura a crítica.
A obra insere-se em um corpo de trabalhos que elaboram uma estética da emergência. Com resolução de alto impacto gráfico, visando a comunicação rápida e direta no espaço público urbano ou das redes, os cartazes #florestaprotesta são como os frames de um videoensaio contundente sobre as catástrofes em curso no Brasil.