MERCADO
Palestras sobre alimentos mais saudáveis e grandes investimentos em inovação e tecnologia são alguns dos destaques do 12o Congresso Internacional de Food Service.
BRASILEIRO GASTA 34,6% DA SUA RENDA COM SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO
AAssociação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) realizou o 12º Congresso Internacional de Food Service, em São Paulo. Neste ano, o evento teve como tema “O novo food service: o mundo em transformação e as novas fronteiras!”, e abordou as profundas mudanças no mercado de serviços de alimentação geradas pela inovação e pela implementação de tecnologias.
De acordo com Daniel Silva, coordenador do Comitê de Food Service da ABIA e um dos palestrantes do congresso, o perfil do consumidor mudou. “Em um passado recente, a marca tinha muito mais valor. O consumidor confiava e consumia produtos da marca e isso bastava. Hoje, ele quer ter experiência e avalia o atendimento, o serviço prestado e o produto baseado nessa experiência, seja pelas redes so
ciais ou pelos aplicativos”, destaca Silva. Além da saudabilidade que os alimentos podem oferecer e da experiência obtida, o consumidor também faz a relação do produto, do serviço e da empresa com os seus valores. Se é uma empresa sustentável ou não, se a companhia agride ou não o meio ambiente, se preza pelo bem-estar animal, tudo isso é considerado pelos consumidores nos dias de hoje.
Para Fernando Munhoz, diretor de Food Service da Fazenda Futuro e um dos palestrantes do evento, oferecer ao consumidor uma experiência nova e baseada em valores é um caminho sem volta. “Hoje, as pessoas têm alterado a sua dieta em busca de alimentos mais saudáveis, produzidos por empresas mais conscientes com a sustentabilidade do planeta. E essa ideia vem crescendo”, ressalta o diretor.
Prova disso é o sucesso que o hambúrguer “feito de planta”, o chamado planted-based, lançado pela empresa neste ano, tem feito no mercado. A foodtech brasileira recebeu, em julho, aporte de US$ 8,5 milhões em sua primeira rodada de investimento externo, elevando seu valor de mercado para US$ 100 milhões. “O DNA da Fazenda Futuro está ligado à inovação. Nas próximas semanas vamos lançar uma versão 2.0 do hambúrguer, além de carne moída e almôndega”, conta Munhoz. O executivo fez parte do painel “Natural e Tech: como fica a comida do futuro e o papel da indústria de alimentos”.
Outro exemplo de crescimento exponencial vem da colombiana Rappi, que recebeu aporte de US$ 1 bilhão em maio de um grupo japonês. A empresa representada no congresso por Eduardo Sodero, diretor da Rappi no Brasil. Compôs o painel “Conectividade total: a nova fronteira do Food Service”.