NEBBIOLO PRIMA
Evento apresenta em Alba, no Piemonte italiano, as novas safras de Barolo, Barbaresco e Roero –e suas versões Riserva. Vinhos espetaculares e um cenário arrebatador!
Vinhedo urbano na cidade de Alba, o centro da produção de Barolo e trufas
Oevento Nebbiolo Prima, que acontece na cidade de Alba, na esplêndida região vinícola do Piemonte, noroeste da Itália, apresenta anualmente as novas safras de
Barolo, Barbaresco e Roero à imprensa mundial e convidados. O encontro é promovido pela Albeisa, a associação dos produtores dessas denominações de origem das regiões de Langhe e Roero.
A entidade é presidida por Marina Marcarino, uma simpática e carismática produtora de excelentes vinhos.
O encontro se chama Nebbiolo
Prima, pois a tinta dominante nessas áreas –e, afinal, em todo o Piemonte– é a Nebbiolo, uva que permite a elaboração de vinhos de altíssima qualidade naquela região, com imenso potencial tânico e elevada acidez, indicando vinhos estruturados para longa guarda.
A Nebbiolo tem outros nomes regionais, tais como Spanna, Chiavennasca,
Picotendro e Prunent. É uma das uvas tintas mais importantes da Itália, glória que divide com a toscana Sangiovese.
A Nebbiolo é autóctone da região noroeste italiana e é antiquíssimo o seu cultivo no Piemonte. É vigorosa e de brotação precoce, mas de amadurecimento bastante tardio e prolongado.
O evento Nebbiolo Prima promoveu a degustação de 285 vinhos produzidos por 201 vinícolas, e o encontro dos convidados com seus produtores. Eduardo
Viotti, editor de Vinho Magazine estava entre os jornalistas degustadores.
As safras apresentadas foram as seguintes: de DOCG (Denominação de
Origem Controlada e Garantida, o mais elevado grau de reconhecimento a uma região) Barolo 2015 e Barolo Riserva 2013. De DOCG Barbaresco 2016 e Barbaresco Riserva 2014 e de DOCG Roero 2016 e Riserva 2015.
Os quase 300 vinhos foram degustados inteiramente às cegas, apresentados em grupos por paineis divididos por
denominação e subzonas.
As novas safras apresentadas foram bastante diferentes entre si. Na macrorregião como um todo, a colheita de 2013 foi bastante tardia, mas configurou-se excelente ao final, com vinhos de alto potencial. A de 2014 foi uma safra difícil na região em termos genéricos, úmida e pouco ensolarada, mas com uma final glorioso e cálido o suficiente para amadurecer as Nebbiolo para excelentes tintos. A vindima de 2015, ao contrário foi excepcional, de longe a melhor de todas as apresentadas este ano. Calor e unidade bem distribuídos favoreceram a maturidade ideal para essa variedade tão especial. A colheita de 2016, entretanto, não manteve essas benesses: muito prolongada e tardia, resultou – sempre em termos gerais– em vinhos menos alcoólicos e com maior acidez.
O evento teve ainda seminários e marter-classes de elevado nível sobre a vitivinicultura da região, aspectos históricos, botânicos e geológicos.
Uma das lições mais interessantes foi a ministrada em campo –um lindo vinhedo experimental da universidade de enologia local, coberto de neve– pelo professor Enrico Orlando, sobre poda e sua imensa influência no sucesso de um
vinhedo e no caráter de um vinho.
Em sala, a professora Schneider palestrou sobre “Nebbiolo: aspectos históricos e genéticos”; o professor Edoardo Monticelli falou sobre “A fisiologia da vinha de Nebbiolo e seu cultivo” e, finalmente, doutor Edmondo Bonelli detalhou “A geologia do território”.
Muito conhecimento adquirido sobre uma das mais importantes regiões vinícolas de todo o mundo.
Na sequência de Nebbiolo Prima, outro evento teve lugar: a mostra Grandi
Langhe, que reuniu 206 produtores e apresentou também outras variedades que compõem o panorama vitícola dessa região: a Dolcetto, que resulta em vinhos menos tânicos, mais macios e delicados, para ser bebidos mais jovens; a Barbera, considerada a “rainha” do Piemonte, uma variedade frequentemente subestimada, mas também capaz de proporcionar vinhos de elevada qualidade e complexidade.E a Arneis, a uva branca que dá origem a perfumados e delicados vinhos brancos que têm caído no gosto da geração millennial.
Pontos altos foram os jantares de alta gastronomia incluídos no programa, e a visita ao castelo de Serralunga d’Alba, com um panorama estonteante.