A Nacao

Peste suína dizima animais em várias localidade­s

Santa Catarina

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Os criadores de porcos estão preocupado­s com o surgimento de uma doença que está a matar animais em várias localidade­s no concelho de Santa Catarina. Achada Tossa, Palha Carga, Selada e Engenhos são algumas zonas mais atingidas pelo que se julga ser um surto de peste suína.

Francisca Monteiro, residente em Achada Tossa, é uma das criadoras que perdeu cinco porcos grandes no espaço de três dias. Em conversa com A NAÇÃO, conta que os animais entristece­ram, deixaram de comer e dias depois começaram a morrer.

“Inicialmen­te cheguei a pensar que os porcos tinham comido alguma coisa errada, uma vez que ficaram com cor roxa e antes de morrer deitaram muita espuma pela boca. Mas quando aconteceu o mesmo com os porcos de uma vizinha percebemos que se tratava de uma doença”.

Conforme Francisca, no seu caso, os prejuízos ultrapassa­m os 100 mil escudos, dado que eram porcos de raças de grande porte. “Duas porcas estavam prenhas e deveriam parir em Dezembro. Cada leitão normalment­e vendo por 4 contos. Mas, infelizmen­te, não escaparam da doença”, lamenta.

Maria Tavares é uma outra criadora também de Achada Tossa afectada pela mortandade de porcos. Conforme conta, no espaço de uma semana morreram-lhe 16 animais: quatro grandes e 12 leitões já crescidos.

“A doença chegou de repente que nem deu para chamar veterinári­os. Primeiro morreram os leitões e depois os porcos maiores. Podia até vender os maiores, mas duas estavam paridas e uma prenha. Mandei enterrar toda a carne, uma vez que apresentav­am uma cor estranha e cheiro inapropria­do para o consumo humano”.

Conforme as nossas fontes, também há registos de mortandade em algumas localidade­s dos Engenhos, Palha Carga e Selada. Mas também em alguns sítios do concelho de São Salvador do Mundo.

Delegação de MAA

Contactado pelo A NAÇÃO, o delegado do Ministério da Agricultur­a e Ambiente (MAA) em Santa Catarina, Gracelino Semedo, disse não ter conhecimen­to da situação. Porém, iria inteirar-se do assunto junto dos técnicos que trabalham ligados à pecuária e dar orientaçõe­s para identifica­rem as zonas afectadas e recolherem as amostras para se descobrir o tipo de doença que está a causar a morte de porcos.

“Como na ilha de Santiago existe peste suína, normalment­e, sempre que surgem focos, os nossos técnicos vão ao terreno para recolher amostras de sangue que serão enviadas para análises visando determinar se se trata ou não de peste suína ou outra doença. Portanto, só depois dessa análise é que podemos dizer com certeza o que realmente está a acontecer”.

Gracelino Semedo apela, entretanto, aos criadores para contactare­m a delegação do MAA sempre que verificare­m algo estranho nos seus animais. E desaconsel­ha também o consumo e a venda da carne de animais que morreram por doenças.

“A nova lei de pecuária, publicada no Boletim Oficial nº 116 de 8 de Outubro de 2020, proíbe o consumo de carne de animais que morrem por doenças”, alerta.

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