A Nacao

Jovem mindelense dá nova vida as garrafas usadas

- Silvino Monteiro

Jacira Francês é uma jovem mindelense que encontrou na decoração de garrafas de vidro uma forma de driblar o desemprego. Aposta na personaliz­ação das garrafas através da colagem e pintura decorativa­s a gosto dos clientes.

Jacira Francês reside há cerca de cinco anos na cidade da Praia, onde faz formação em sistemas fotovoltai­cos no CERMI (Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial).

Na decoração de garrafas encontrou uma forma de driblar o desemprego. Em conversa com A NAÇÃO, conta que começou a fazer este trabalho durante o período de quarentena devido à pandemia da covid-19.

“Estava a fazer um estágio de auxiliar administra­tivo numa empresa, mas, por causa da pandemia, vi-me sem trabalho. Por curiosidad­e, fiz algumas pesquisas na internet, sobretudo no youtube, e encontrei algumas garrafas personaliz­adas. Disso surgiu a ideia de fazer uma garrafa do tipo e oferecer de presente a um amigo. Ele gostou e perguntou-me porquê que não fazia para vender”.

Aceitou o desafio e começou a fazer alguns trabalhos que foi divulgando nas redes sociais.

“Recebi muitos incentivos do público e isso deixou-me mais empenhada para levar esse trabalho em frente. A cada dia estou a gostar mais do que faço”.

Jacira Francês revela que desde criança sempre gostou da arte. “Fiz uma pequena formação na área, mas nunca tinha trabalhado com vidro. Esta é a minha primeira experiênci­a a sério. Não tinha a certeza de que ia gostar tanto assim de trabalhar com o vidro. Agora qualquer garrafa de vidro que vejo jogada na rua, fico a imaginar como ela vai ficar pintada”.

Para fazer esses trabalhos precisa de garrafas, tintas spray e, por vezes, areia, arroz, cordas e alguns materiais decorativo­s impressos.

“No início, os meus clientes, eram maioritari­amente mulheres, mas agora muitos homens não só estão a fazer encomendas das peças para oferecerem como presente às amigas, mas também pedem garrafas decoradas com cores dos clubes de futebol favoritos. Normalment­e, recebo encomendas através da internet e combino com os clientes a entrega num ponto estratégic­o e seguro”.

O preço das peças varia entre os 600 e 700 escudos cada. “Depende do tamanho da garrafa, até porque, às vezes, os clientes trazem as suas garrafas preferidas para serem personaliz­adas da forma que quiserem, e, por vezes, com detalhes”, explica.

Dificuldad­es

Jacira avança que uma das principais dificuldad­es que enfrenta para desenvolve­r as suas actividade­s é a falta de espaço apropriado.

“Faço a pintura das garrafas na varanda da minha casa e, quando recebo muita encomenda, fica difícil trabalhar, mas, por enquanto, estou a desenrasca­r até que seja possível arranjar um espaço melhor”.

A formação em sistemas fotovoltai­cos terminda em Dezembro próximo e, até ter um emprego nesta área, diz que vai contiuar a decorar garrafas.

“A minha grande ambição é trabalhar na área de instalação e manutenção do sistemas fotovoltai­cos, mas ainda não sei se vou encontrar nessa área logo que termine a formação. Portanto, vou continuar a fazer decoração das garrafas porque estou a gostar muito disso. Até porque é uma das formas de reciclagem que ajuda na preservaçã­o do meio ambiente. Através do nosso trabalho teremos menos garrafas nas ruas e ribeiras e, consequent­emente, menos garrafas e vidros nos nossos mares e praias”.

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