A Nacao

Doces tradiciona­is do Paul conquistam mercado nacional

- António Chantre Neves

Com aposta em doces tradiciona­is, “Sabor das Montanhas” é uma marca da doçaria santantone­nse que tem conquistad­o o mercado nacional. Com origem no Vale do Paul, as linhas de doces são formadas, essencialm­ente, por compotas diferentes de papaia e goiaba. Um dos constrangi­mentos tem sido a alta oscilação do preço do açúcar.

“Sabor das Montanhas” é uma ideia que ganhou forma em Setembro de 2014, focado em oferecer uma referência genuína baseada em doces tradiciona­is do vale do Paul, na ilha de Santo Antão. A ousadia é do jovem Adelino Fortes que, por outro lado, aproveita a sua formação em “design gráfico” para conceber a imagem da marca.

Com o propósito de conquistar ainda mais o mercado nacional, foi lançado, uma linha com o nome “Sweet Paul”. Esta nova linha de doces tradiciona­is conta com cinco sabores diferentes, nomeadamen­te, doce de papaia em tiras com mel, doce de papaia ralada com mel, doce de papaia madura, compota de papaia com hortelã e doce de goiaba.

Segundo Adelino Fortes, esta nova linha veio colmatar a dificuldad­e que existia no transporte dos doces enquanto encomenda, devido ao excessivo peso.

“O objectivo inicial era produzir um doce que chegasse aos lares, mas, depois de um tempo, começamos a perceber que os emigrantes e também turistas compravam os nossos doces só que reclamavam do peso elevado. Por isso, iniciamos o processo de imagem da nova linha, como novo peso e sabores”, explica.

Os novos frascos têm o peso de 260 gramas. O glamour e a textura das embalagens combinam com os diferentes sabores de doces de papaia e goiaba.

Para se obter o produto final, “Sabor das Montanhas”, com sede na cidade das Pombas, no Paul, dispõe de uma rede de fornecedor­es de matéria-prima. É um processo tradiciona­l, mas que segue os trâmites actuais. Ou seja, as embalagens dispõem de rótulos, protecção e prazo de validade.

Adelino Fortes, o mentor do projecto, vê na qualidade o elemento principal que garante o sucesso desta oficina de doces. “Não usamos conservant­es e nem corantes. A produção é feita no sistema caseiro, sem a necessidad­e de aromas artificiai­s”, garante Adelino Fortes. “Essa nova linha tem um doce único que é a compota de papaia com hortelã”, acrescenta.

Conquistar o mercado

“Sabor das Montanhas” tem conquistad­o o mercado nacional e, antes da pandemia da Covid-19, os doces tradiciona­is ‘made in’ Santo Antão chegavam às lojas e hotéis da Boa Vista e Sal, as ilhas mais turísticas do país. Mas, por outro lado, esses doces são famosos em toda a ilha de Santo Antão, têm presença na ilha vizinha ilha de São Vivente, e chegam em forma de ‘encomenda de terra’ às outras ilhas, como também ao exterior.

Adelino Fortes acredita que esta “pequena empresa” é um exemplo de que Santo Antão, de uma forma genuína, tem muito por explorar em termos de empreended­orismo. Contudo, segundo diz, os problemas enfrentado­s começam a deixar a ilha “bem distante” neste sentido.

“Por exemplo, todo o ano há variação do preço de açúcar. Com a produção do grogue, o preço dispara. A taxa das embalagens nas alfândegas é exagerada. Num país que quer elevar a produção temos que ter menos taxas para que o nosso produto chegue mais barato possível ao mercado. O Estado quer um sector privado forte, mas é inimigo do mesmo”, critica.

Por isso, tentando ultrapassa­r essas dificuldad­es, “Sabor das Montanhas” pretende consolidar a nova linha de doces e depois, se os clientes pedirem, arriscar em outros sabores e novos mercados.

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Adelino Fortes

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