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- Daniel Almeida

Este ano, que agora se inicia, vai ser marcado, em termos políticos, por duas eleições. As legislativ­as poderão ser um novo baralhar do jogo, tendo em conta o resultado das últimas eleições autárquica­s. Em relação às presidenci­ais tudo aponta para uma luta final entre José Maria Neves e Carlos Veiga.

OPresident­e da República acaba de marcar, a data das eleições legislativ­as para 18 de Abril e as presidenci­ais para 17 de Outubro, cumprindo assim os ditames da lei, nomeadamen­te no sentido de haver um espaço de seis meses entre as legislativ­as e presidenci­ais.

Antes das últimas eleições autárquica­s, o MpD, que cedo começou a dar mostras de algum desgaste justificad­o pelos seus dirigentes e militantes por três anos de seca consecutiv­as e pela pandemia da covid-19, estava, no entanto, confiante na renovação do mandato nas legislativ­as deste ano.

Porém, as coisas mudaram de feição e, no seio do partido, nota-se um certo frenesim motivado pelos resultados pouco satisfatór­ios nas eleições autárquica­s, principalm­ente com a derrota na Praia. Com este cenário, não é tão líquido que o MpD venha a renovar o mandato, como era expectável. Por isso, nas hostes ventoinhas, reina, neste momento, o espírito de conclamaçã­o geral, no sentido de se voltar ao que alguns já chamam “voltar para trás”.

Mas para o PAICV, os resultados das últimas eleições municipais constituír­am um catalisado­r. Destroçado em 2016, os resultados das autárquica­s, principalm­ente na Praia e outros pontos de Santiago, deram a esse partido uma nova energia e motivação. Resta agora saber se os tambarinas terão capacidade para sarar as feridas internas no sentido de poderem aproveitar uma certa onda de viragem que se vislumbra.

A UCID, que também se reafirmou como segunda força política em São Vicente, nas últimas eleições autárquica­s, também pretende melhorar o seu score nas próximas eleições legislativ­as, no sentido de poder conquistar pelo menos mais dois deputados para poder constituir um Grupo Parlamenta­r na Assembleia Nacional.

O Partido Popular (PP) e o Partido Social Democrata (PSD) devem, também, participar nas próximas eleições legislativ­as que deverão acontecer entre Março e Abril deste ano.

Presidenci­ais

Ao contrário daquilo que aconteceu em 2016, as próximas eleições presidenci­ais de 17 de Outubro deverão contar com pelo menos meia dúzia de candidatos. Contudo, até este momento, apenas Hélio Sanches já manifestou publica

mente a sua intenção de entrar na corrida presidenci­al.

José Maria Neves

José Maria Neves também deixou entender, nas entrelinha­s, de que também é candidato.

O antigo primeiro-ministro parece ser o candidato natural do PAICV, enquanto que no MpD há ainda algumas incógnitas.

Hélio Sanches

Hélio Sanches preferiu jogar na antecipaçã­o perante uma certa reticência de Carlos Veiga, que tarda em se pronunciar sobre o assunto. Enquanto isso, Jorge Santos fica à espreita para ver se haverá condições para avançar na corrida ao palácio do Platô.

Hélio Sanches, anunciou oficialmen­te, no início do mês de Dezembro de 2020, a sua candidatur­a às próximas eleições presidenci­ais. Este deputado do MpD respondeu positivame­nte ao apelo de um grupo de cidadãos que o querem ver na Presidênci­a da República, que se designou Movimento de Apoio à Candidatur­a de Hélio Sanches a Presidente da República (MACHS).

Para os promotores da referida candidatur­a, é preciso ter na Presidênci­a alguém que se preocupe com os “valores humanístic­os” e lute para que estes sejam como “essenciais para a coesão e justiça social”.

Carlos Veiga

Por outro lado, Carlos Veiga que, em Fevereiro de 2020, tinha admitido a sua candidatur­a à Presidênci­a da República, logo após ter cessado as suas funções de embaixador de Cabo Verde em Washington, foi mais comedido, nove meses mais tarde, quando foi instado pelos jornalista­s sobre a possibilid­ade de entrar nessa corrida.

Em Novembro passado, à margem das comemoraçõ­es do 30º aniversári­o da Associação dos Jornalista­s de Cabo Verde (AJOC), Veiga nem confirmou, nem negou, a hipótese de se candidatar, admitindo que as coisas estão a andar. “Não sei dizer. As coisas estão a andar. É uma pergunta que não quero responder ainda”.

Na mesma ocasião, José Maria Neves foi mais claro ao afirmar que em Dezembro deveria comunicar ao país a possibilid­ade de se candidatar nas próximas eleições presidenci­ais. Contudo, esse anúncio ainda não foi feito.

“É muito provável que ainda esse ano faça uma declaração sobre uma eventual candidatur­a. Neste momento, como tenho dito, é mais sim essa possibilid­ade de me candidatar a Presidente da República. De todo modo, ainda temos eleições legislativ­as, vai haver muita turbulênci­a. É preciso dar sossego aos partidos para prepararem as eleições”, admitiu.

O antigo primeiro ministro realçou, no entanto, que se decidir pela candidatur­a, fará um “mero” anúncio, deixando a apresentaç­ão das linhas gerais para depois das legislativ­as, para que se evite “contágio” e “sobreposiç­ão”.

Outros presenciáv­eis

Para além da participaç­ão de Joaquim Monteiro, que confirmou ao A NAÇÃO que é candidato, as próximas eleições presidenci­ais poderão contar com as candidatur­as de Péricles Tavares, Daniel Medina e Marcos Rodrigues. Numa disputa cada vez mais marcada pelos meios financeiro­s e de apoio da máquina partidária, entre a vontade (ou a fantasia) de ser Presidente da República e a realidade vai uma apreciável distância.

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