A Nacao

Luís Filipe Tavares forçado a demitir-se

- DA e JVL

O ministro dos Negócios Estrageiro­s e das Comunidade­s e Ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, foi afastado do Governo, na sequência do escândalo envolvendo o cônsul de Cabo Verde na Flórida, EUA, que é tido como um dos principais financiado­res do CHEGA, partido português de extrema-direita.

Oficialmen­te, o comunicado do governo diz que Luís Filipe Tavares apresentou um pedido de demissão que foi aceite pelo primeiro-ministro, mas A NAÇÃO sabe que este governante foi convidado, por Ulisses Correia e Silva, a apresentar um pedido de demissão.

Conforme uma fonte bem posicionad­a, o chefe do Governo não tinha outra alternativ­a face à pressão interna no seio do MpD e da pressão da sociedade civil, nas redes sociais a pedir a cabeça de Luís Filipe Tavares, quando faltam três meses para o fim desta legislatur­a. Mesmo conhecidos apoiantes do MpD mostraram-se incrédulos e indignados.

Aliás, momentos antes do anúncio oficial do seu afastament­o do Governo, Luís Filipe Tavares mostrava-se convicto de que estava de pedra e cal no cargo de ministro.

Este governante afirmou, à margem da cerimónia de apresentaç­ão dos cumpriment­os de ano novo ao Presidente da República, não haver nada de anómalo com o empresário Caesar DePaço, apesar da polémica despoletad­a na Imprensa portuguesa que o aponta como um “criminoso” e patrocinad­or do partido CHEGA.

Tavares sublinhou, na altura, que a nomeação de Caesar DePaço foi um processo “absolutame­nte normal”, tendo realçado que até ser provado o contrário, o mesmo continua a ser uma “pessoa de bem” para o executivo de Cabo Verde.

Entretanto, abordado pela Imprensa, Jorge Carlos Fonseca disse ter falado, “há menos de meia hora” com Tavares, mas que este não lhe dissera nada sobre a demissão.

Portanto, confirma-se que foi em menos de uma hora, por volta do meio-dia, que Luís Filipe Tavares foi levado a demitir-se.

Contrariam­ente ao defendido por Luís Filipe Tavares, antes de ser demitido, o Primeiro Ministro, Ulisses Correia e Silva já assegurou, publicamen­te, que o Governo não vai manter Caesar DePaço, bem como a mulher, nas funções de cônsul honorário, respectiva­mente, na Florida e em New Jersey.

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