A Nacao

Vacinação, a esperança de 2021

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Só uma vacina eficaz pode devolver ao mundo alguma normalidad­e em 2021. Com a covid-19 ainda em alta em muitos países, nomeadamen­te da Europa, a vacinação é apontada como a esperança deste ano que ora começa. Ricénio Lima

Há no mundo, segundo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), 210 vacinas em produção. Em estado avançado estão as da Pzifer/BioNtech, Moderna, Astrazenec­a, CoronaVac e Sputnik V. São as vacinas desenvolvi­das mais rápidas na história, numa tentativa de voltar o quanto antes à normalidad­e depois do grande arraso causado pela pandemia da covid-19.

O período de pesquisa para o desenvolvi­mento de uma vacina leva, por norma, 10 a 15 anos, sendo que para muitos vírus nunca se encontrou uma vacina apropriada. Neste caso, para combater a covid-19, a vacina americana-alemã Pfizer/ BioNtech tem sido a mais usada nos países que iniciaram a imunização.

Concluída a fase três de testes em mais de 43 mil voluntário­s, ela revelou-se 95% eficaz contra a Covid-19. Contudo, o maior desafio desta vacina prende-se com o seu transporte que exige uma temperatur­a de -70C, para evitar a degradação da molécula RNA.

Por outro lado, a vacina da americana Astrazenec­a/ Oxford, apesar de ser 70,4% eficaz na última fase de testes, revela-se mais barata e pode ser conservada em condições normais, o que facilita o transporte. O responsáve­l da Astrazenec­a, Pascoal Sariot, revelou que a vacina será distribuíd­a “sem qualquer lucro”, permitindo que países pobres como Cabo Verde possam adquiri-la.

Outras vacinas, como a da empresa de biotecnolo­gia americana Moderna possui uma eficácia de 94,5% e uma imunidade duradoura, segundo a revista científica The New England Journal of Medicine.

A chinesa CoronaVac, da empresa Sinaval, demonstrou até o momento ser 97% eficaz, segundo a mesma publicação; contudo, as fases de testes continuam em andamento. Já na Rússia, a Sputnik V, reivindica­da como a primeira vacina desenvolvi­da, revela uma eficácia de 92%, em testes a 40 mil voluntário­s.

O Reino Unido foi o primeiro país a iniciar a vacinação, seguido de mais de 43 países como os EUA e os da União Europeia. As vacinas da Pfizer são as mais aplicadas, seguido da Moderna, Sputnik V e CoronaVac.

Em Cabo Verde sabe-se que o Plano de Vacinação já foi aprovado e que será gratuita, universal e facultativ­a. Entretanto, a comissão criada para introduzir a vacina no país não precisou qual vacina o país poderá adquirir para imunizar os grupos vulnerávei­s, já a partir de Março de 2021, se os acordos funcionare­m.

Vacinação, volta à normalidad­e?

Vacinação, entretanto, não é sinónimo de normalidad­e, como alerta a OMS. À volta ao ritmo normal, segunda essa organizaçã­o, determina-se pela imunidade comunitári­a.

Aquela agência das Nações Unidas avança que a vacinação não irá resolver a pandemia, caso 40 a 50% da população mundial não for imunizada. É preciso também, segundo esta entidade, aliar a vacinação com as medidas de prevenção nomeadamen­te distanciam­ento social até que boa parte das pessoas estejam vacinadas.

Nova variante ameaça vacinas

Contudo, a mutação da Sars-Cov-2 em muitos países têm colocado em alerta as vacinas produzidas. A nova variante mais transmissí­vel, detectada no Reino Unido e em outros países, deixam empresas produtoras de vacinas inquietas sobre a eficácia das actuais vacinas no combate à nova estirpe.

A OMS diz não ter evidências de que a mutação cause uma infecção mais grave ou afete a eficácia dos testes de diagnóstic­o ou das vacinas disponívei­s, mas que é preciso manter uma vigilância apertada.

Apesar das incertezas com o futuro, a esperança continua depositada de que a vacinação proporcion­ará “alguma” retoma à normalidad­e. Contudo, apesar do ano novo e das esperanças que traz, os cuidados devem ser redobrados, segundo a OMS, porque a pandemia ainda não terminou.

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