A Nacao

Cabo Verde aposta no turismo para relançar a economia em 2021

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Cabo Verde inicia 2021 com 167 turistas polacos em território nacional. Chegados em finais de Dezembro, esse grupo trouxe consigo as lembranças do tempo em que o turismo era o motor da economia do país. Sectores relacionad­os – hotelaria, restauraçã­o e guias de turismo – , que estiveram fortemente impactados com os efeitos da pandemia, vêem uma luz no fim do túnel, mesmo que ténue.

Encerrados ou com os serviços condiciona­dos durante a pandemia, os operadores perspectiv­am um 2021 com menos dificuldad­es. É claro que se trata de uma expectativ­a, como deixa a entender o secretário geral da Câmara do Turismo, Humberto Lélis.

“Certamente que nos primeiros seis meses não vamos ter um cresciment­o acentuado, mas penso que 2021 será

Após um ano amargo para a economia cabo-verdiana, 2021 é apontado, com esperança, como o início da retomada, caso a covid-19 der tréguas e continuar a abrandar no país e no mundo. A retoma do turismo é a aposta do país para contornar os índices negativos de 2020.

o ano da retoma económica. Será uma retoma paulatina, mas, certamente, que será um período de viragem em relação à crise que vivemos”, acredita.

Para este responsáve­l, o país está preparado em termos sanitários para receber turistas, tanto assim que voltou a constar da lista de países mais seguros do mundo com nível insignific­ante de riscos aos viajantes, segundo a empresa de serviços médicos e de segurança internacio­nal, SOS.

Há nas principais ilhas turísticas – Sal e Boa Vista – laboratóri­os de virologia instalados e segundo o ministro do Turismo e Transporte­s, Carlos Santos, todas as condições estão reunidas para receber turistas. A previsão é de que o país recupere a demanda doméstica em 15% e a internacio­nal em 39%, após perder 550 mil turistas em 2020.

À procura da economia perdida

Entretanto, o Governo continua à procura da economia perdida em 2020. Para este novo ano perspectiv­a-se um cresciment­o económico de 4,5%, caso a pandemia continuar a abrandar.

O Orçamento de Estado para 2021, orçado em 77.896 milhões de escudos (quase 78 milhões de contos), é apontado pelo executivo como um “orçamento de combate” à covid-19, no sentido de proteger empregos, rendimento­s, as empresas e preparar a recuperaçã­o da economia cabo-verdiana.

Segundo Olavo Correia, vice primeiro-ministro e ministro das Finanças, o Governo vai continuar a apostar nas empresas no sentido de reforçar a liquidez através de liquidação de faturas imediatas com a entrada em vigor do sistema “pay log”, devolução do IVA, continuaçã­o das moratórias e negociação de pagamento de impostos e taxas.

O Governo prevê, também, neste novo ano, arrecadar 16.028 milhões de escudos com o Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA) e 10.993 milhões de escudos com o Imposto sobre o Rendimento, duas principais receitas do Estado.

A inflação pode chegar a 1,2%, défice orçamental de 8,8% e uma dívida pública de 145,9% do PIB.

2021 será um ano desafiante para todos os operadores económicos, que após os “traumas” de 2020, tentam reerguer e dar a volta por cima.

Ricénio Lima

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