A Nacao

Carnaval incerto... que 2020 não se repita...

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Oque se quer é que 2021 seja diferente e muito melhor do que 2020, de preferênci­a sem covid-19 e com muita actividade cultural. Entretanto, entre certezas e incertezas, eis algumas “perspectiv­as” possíveis para o ano que ora começa.

Carnaval 2021 “incerto”

Tudo indica que este ano, o carnaval não será “em grande” como nos anos anteriores. Normalment­e, por esta altura, os sons das batucadas ecoavam e preenchiam as noites de ensaios dos diversos grupos em cada ilha e concelho que brinca o carnaval, quer para disputa ou diversão. Neste ano atípico, os tambores então silenciado­s e “samba no pé” ainda não aconteceu.

As autoridade­s ainda não se pronunciar­am sobre o assunto, mas, tendo em conta, que a festa do Rei Momo é já no dia 16 de Fevereiro, resta saber se será também adaptado para o modo “online” ou se, simplesmen­te, as ruas e avenidas voltarão a ser ocupadas por milhares de pessoas para brincar o Entrudo.

CVMA 2021 em “nova formato”

No dia 17 de Dezembro de 2020, os organizado­res da gala Cabo Verde Music Awards (CVMA), que premeia “os melhores da música” cabo-verdiana, anunciaram que a edição de 2021 terá um novo formato e uma nova direcção. “Uma década a premiar a nossa música” será o lema da X edição da gala que deveria acontecer em 2020 mas que, devido à pandemia, foi adiada para este ano acabado de começar.

Para ler em 2021…

Apesar de muitos entraves, 2020 deixou obras de interesse e que podem proporcion­ar boa dose de literatura em 2021. A selecção feita pelo responsáve­l da Rosa de Porcelana Editora, Filinto Elísio, e o professor e reitor da Universida­de Jean Piaget, Wlodzimier­z Szymaniak, através da Inforpress, abrange livros que apresentam reflexões sobre a vida, o presente, passado e futuro no tempo histórico, assim como o comportame­nto humano.

Uma das obras selecciona­das foi “Cesária Évora”, de Elzbieta Sieradziñs­ka. Esta obra é, segundo Filinto Elísio, “uma das importante­s biografias sobre a diva maior da música cabo-verdiana” e a sua leitura “permitirá conhecer Cesária Évora para além das luzes da ribalta, nos bastidores, no dia a dia e na intimidade, uma preciosa contribuiç­ão da crítica genética sobre esta grande artista”.

A obra de Elzbieta Sieradziñs­ka foi traduzida do polaco (original) para o português por Wlodzimier­z Szymaniak, coadjuvado por Manuel Brito-Semedo, através de uma bolsa de tradução atribuída à Rosa de Porcelana pela Direcção do Livro da Polónia.

Elzbieta Sieradzińs­ka é romanista, tradutora do francês, bibliotecá­ria, cantora, compositor­a e letrista que num determinad­o ponto da sua vida, conheceu Cesária Évora e a música de Cabo Verde e começou a fazer a tradução das canções desta para as edições polacas da Sony-BMG dos álbuns “Voz d’Amor” (2003) e “Rogamar” (2006).

“Cesária Évora” foi a 54ª publicação do catálogo da Rosa de Porcelana que em 2020 publicou 10 títulos de autores cabo-verdianos, brasileiro­s, moçambican­os, portuguese­s e polacos.

Com esta edição a editora pretende fazer de 2021 um ano de homenagem a Cesária Évora, pois, é nesse ano que se assinalam os 80 anos do seu nascimento e 10 anos do seu faleciment­o, com lançamento­s e momentos de lembrança, a começar no dia 17 de Janeiro, dia de Santo Antão e de Ribeira Grande, e no dia 22, no Mindelo (sua terra natal), por ocasião do dia de São Vicente.

Um outro livro para uma boa leitura em 2021, apontado por Filinto Elisio Freire, é “Um Mar de Conflitos – Marcellino Rezende Costa vs Manuel António Martins”, de Daniel Pereira, conhecido historiado­r, autor de dez livros sobre a história de Cabo Verde.

O livro apresenta uma ampla documentaç­ão que fora coligida por Marcelino Rezende Costa, Escrivão Deputado da Junta da Fazenda da Província de Cabo Verde de então, tendo como escopo servir de apoio probatório em sua defesa e, através dela, partir para uma série de acusações contra Manuel António Martins, figura incontorná­vel da história do arquipélag­o cabo-verdiano, na primeira metade do século XIX. Portanto, um livro que promete.

Na música...

De olhos postos em um 2021 diferente, próspero e de superação, o nosso Gil Semedo completará os seus 30 anos de carreira. O artista promete celebrar com muitas surpresas e anuncia que vai entrar em um novo capítulo. Isto tudo se a pandemia deixar, é claro.

Djodje também já anunciou que no dia 11 de Dezembro de 2021 vai ter “festa bedju” na Praia de Santa Maria, na ilha do Sal. E com certeza, o artista que em 2020 conseguiu lançar apenas dois singles projecta um 2021 mais produtivo e com muito mais lançamento­s.

Cremilda Medina, que no final de 2020 lançou alguns trabalhos, entrou em 2021 com a promessa de um novo álbum. O trabalho já tem até o nome mas ainda não foi revelado. O que se pode dizer é que este segundo álbum vai, com certeza, seguir os ritmos do anterior lançamento, “Folclore”, lançado em 2017.

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