Jovens, o nosso calcanhar de Aquiles
Mauro Vieira
Mauro Alexandre Lopes Vieira nasceu a 10 de Janeiro de 1991, em São Vicente, e cresceu no bairro da Ribeirinha, na zona de Areia Branca, num lar de quatro irmãos e os pais. Filho de pai emigrante e condutor de profissão, sempre viu o seu progenitor como uma referência e a mãe, como o próprio define, o seu “berço de afecto”. O 13 de Janeiro é para ele um data especial.
As aventuras do menino Mário Vieira pelos campos de terra a viver o futebol, sua grande paixão, com o passar dos anos, deram espaço ao seu espirito aventureiro. Abraçou o escutismo católico, que lhe permitiu a socialização, visto que foi uma criança reservada e introspetiva.
Durante a sua vida universitária, Mauro conheceu o seu outro lado ao apaixonar-se pela escrita. Entre prosas e versos, pretende lançar a sua obra literária, quando chegar aos 60 anos. Porquê tanto tempo, é resposta que fica para depois. Se calhar no dia em que cumprir o desafio.
Apesar de ter conseguido concluir a sua formação em Língua Inglesa, a ilha natal do nosso entrevistado, São Vicente, não lhe abriu as portas a nível profissional. Essa oportunidade encontrou-a na ilha do Sal, onde reside há quase seis anos, e trabalha como subchefe de relações públicas em um dos hotéis da ilha.
Hoje, pai de duas crianças, Mauro Vieira não esconde que teve o seu tempo de negação no que tange à sua participação activa na vida de Cabo Verde, mas agora, adulto, procura exercer o seu dever cívico enquanto cidadão consciente. Para ele, estes 30 anos de democracia são fruto das grandes conquistas do país, reconhecido internacionalmente pelos seus ganhos políticos, económicos e sociais.
Contudo, o facto de sermos um país formado maioritariamente por jovens, em vez de ser uma riqueza, este tem sido o nosso calcanhar de Aquiles. “Os jovens ainda não participam de forma determinante nos destinos do país, no sentido de fazer evoluir a democracia. E, sendo assim”, sublinha, “é necessário mais responsabilidade na escolha dos nossos representantes e maior celeridade na eliminação daquilo que impede o progresso de Cabo Verde”.