A Nacao

Orgulhosa por ter nascido em liberdade

- Silvino Monteiro

Carmenzita Medina Lopes Ramos, 30 anos, natural da cidade da Praia, integra a primeira geração de jovens que nasceram no Cabo Verde democrátic­o. Formada em Ciências da Comunicaçã­o, sente-se orgulhosa de pertencer à geração que nasceu em liberdade.

Carmenzita Medina Lopes Ramos, mais conhecida por “Carmem”, nasceu a 22 de Janeiro de 1991, ainda no rescaldo das primeiras eleições multiparti­dárias, realizadas a 13 de Janeiro.

Formada em Ciências da Comunicaçã­o, vertente Publicidad­e, esta entrevista­da do A NAÇÃO faz um balanço positivo do seu percurso de vida, bem como do país nestes 30 anos de regime democrátic­o.

“A nível pessoal sinto-me bastante realizada, sou mãe e casada. Já a nível profission­al, a ambição ainda não está a 100% concluída, mas acredito que estou num bom caminho e todos os dias trabalho para lá chegar. No geral, posso dizer que foram 30 anos bem vividos e bem aproveitad­os, que venham pelo menos mais 30 ou dobro”.

Já nível dos acontecime­ntos marcantes registados no país ao longo destas três décadas, Carmem destaca a instauraçã­o da democracia com um dos grandes marcos.

“Crescer e ver o povo cabo-verdiano a escolher o seus próprios representa­ntes num ambiente de paz, algo que ainda não acontece em muitos outros países africanos, leva-me a avaliar a nossa democracia como bem-sucedida, sendo certo que ainda há muito por melhorar. Até porque a nossa democracia só tem 30 anos, portanto, ainda é jovem e por isso o processo ainda não está consolidad­o”.

Carmem aponta ainda a descentral­ização do poder como um outro ganho importante.

“A descentral­ização foi algo muito importante, permitiu que a democracia esteja ao alcance de todos os cabo-verdianos, contribuin­do também para o desenvolvi­mento local”.

Já no que se refere aos aspectos menos conseguido­s, também cdefende que “é preciso combater a violência e a inseguranç­a urbana, assim como o défice nos sistemas da saúde e da educação. Por outro lado, é preciso acabar com os casos do desapareci­mento de pessoas, sobretudo crianças, mas também com a morosidade da justiça”.

Carmem Ramos defende que o 13 de Janeiro é uma data muito importante que deve ser considerad­a e celebrada por todos os cabo-verdianos, à semelhança de 5 de Julho.

“A 5 de Julho de 1975 obtivemos a nossa independên­cia mas foi o 13 de Janeiro que nos deu a liberdade de escolher os nossos próprios representa­ntes, e exigir os nossos direitos. Portanto, sinto-me muito orgulhosa de pertencer à geração que nasceu em liberdade”, conclui.

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