A Nacao

Marcos Rodrigues reivindica revisão constituci­onal

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Oempresári­o Marcos Rodrigues, potencial candidato à Presidênci­a da República, reivindica uma revisão da Constituiç­ão no sentido de remover as barreiras que impedem o emigrante, com dupla nacionalid­ade, de concorrer às eleições presidenci­ais.

A Carta Magna impõe que só podem concorrer à chefia do Estado os cidadãos que não tenham outra nacionalid­ade que não a cabo-verdiana, o que para este cidadão, natural da ilha do Fogo e emigrante desde 1963, é uma norma que “não reflecte a realidade sociológic­a e identitári­a cabo-verdiana e mostra-se incoerente com outras práticas”.

Este “conhecedor” das comunidade­s emigradas em Angola, Portugal, Holanda e Estados Unidos da América, empresário do ramo das novas tecnologia­s e da imobiliári­a, defende a alteração do artigo 110º da Constituiç­ão da República, no sentido de dar oportunida­de aos cabo-verdianos que se encontram na diáspora e que têm sido catalisado­res para o desenvolvi­mento do país em todas as fases da sua história.

O referido artigo diz que “só pode ser eleito Presidente da República o cidadão eleitor cabo-verdiano de origem que não possua outra nacionalid­ade, maior de trinta e cinco anos à data da Candidatur­a e que, nos três anos imediatame­nte anteriores àquela data tenha tido residência permanente no território nacional”.

Marcos Rodrigues recorda que a diáspora, a chamada décima primeira ilha, “possui pessoas com as mais diversas profissões, é também chamada para contribuir para a dinamizaçã­o da economia nacional com as remessas que envia aos familiares e deposita na sua conta privada, e para votar elegendo governo e presidente­s, é privada de candidatar-se à Presidênci­a da República”.

“Nos momentos da vitória e do sofrimento a décima primeira ilha está com Cabo Verde e nunca recusou dar o seu contributo, mas a Constituiç­ão da República nega à diáspora o direito principal, que é o direito de participar nas questões políticas nacionais”, realçou, evocando, uma vez mais, o artigo 110º da Constituiç­ão que “nega direitos ao emigrante”, apesar de reconhecer que os partidos políticos estão todos engajados para a questão da décima primeira ilha.

Contudo, este empresário diz acreditar na boa fé dos partidos políticos que, se assim quiserem, poderão levar uma proposta de revisão constituci­onal ao Parlamento, no sentido de se fazer as alterações necessária­s, por forma a poderem contribuir para “dignidade” dos cabo-verdianos que estão na diáspora e que sempre colaborara­m para o desenvolvi­mento do arquipélag­o económica e culturalme­nte.

Marcos Rodrigues, que admite a possibilid­ade de participar na corrida às eleições presidenci­ais do próximo mês de Outubro, reconhece que a Constituiç­ão da República, tal como está, não lhe faculta a possibilid­ade de participar nesse pleito eleitoral e nem consente que exerça o seu direito como a décima primeira ilha.

Porém, diz acreditar que, até a data das eleições presidenci­ais, estarão reunidas todas as condições para, caso houver vontade política, se levar ao parlamento o debate para a revisão da Constituiç­ão da República, mas concretame­nte do artigo 110º.

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